O futuro do agro: como os produtores estão se preparando?
Confira as principais práticas que ajudam a superar os desafios no campo. Acompanhe também a recuperação da soja na Argentina e outros destaquesQuais são os principais desafios enfrentados pelo agronegócio? Uma pesquisa realizada pela Bayer foi atrás dessa e de outras respostas. O Farmer Voice entrevistou 800 agricultores de vários países, em um estudo que serviu para dar voz aos principais agentes do agro a fim de saber suas dores e aspirações para o futuro.
Mais de 70% dos agricultores reconhecem o impacto das mudanças climáticas em seus resultados. Segundo eles, isso também acarreta uma maior pressão de pragas e doenças nas lavouras.
A pesquisa revelou ainda que mais de 80% dos entrevistados já colocam em prática ou planejam medidas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Entre as principais técnicas estão:
- A implementação de culturas de cobertura;
- O uso de energia renovável ou biocombustíveis;
- O uso de sementes inovadoras.
Com os olhos no futuro, os agricultores miram na inovação. A maioria afirma que o principal aspecto para beneficiar as lavouras estão em novas variedades e sementes projetadas para lidar com diferentes condições climáticas. Além disso, citam melhores tecnologias de proteção de cultivos e acesso a soluções para aprimorar a irrigação.
A questão econômica também pesa para os produtores. Os custos mais relevantes foram fertilizantes, seguidos por gastos com energia e, por fim, a volatilidade de preços e renda.
Diretamente de Sorriso, no MT, a especialista em agronegócio, Roberta Paffaro, comenta sobre a importância de os agricultores estarem preparados para os desafios climáticos: "Aqui o plantio avança e a preocupação dos produtores é com a seca que pode atingir a região devido ao El Niño. Em uma situação assim, é fundamental fazer a gestão de riscos e o seguro safra para eventuais impactos na produtividade e rentabilidade", alerta.
Expectativas para a safra de soja argentina
A área de soja na Argentina deve ter um crescimento de 5,6% na safra 2023/24, ou seja, serão 17,1 milhões de hectares. Já a produção é projetada para atingir 50 milhões de toneladas, volume 72% maior que o obtido na temporada passada. Isso porque o país vizinho sofreu com forte estiagem na última safra.
A recuperação argentina, aliada à produção recorde no Brasil e ao avanço da colheita nos Estados Unidos, desenharam um cenário de rendimentos acima das expectativas do mercado. Por outro lado, alertas de clima frio em grande parte das regiões produtoras dos Estados Unidos e preocupações com os conflitos geopolíticos que se desenrolam no Oriente Médio aumentam os preços da oleaginosa.
De acordo com Roberta Paffaro, a expectativa dos produtores americanos é ter uma safra cheia e aumentar a produção de óleo de soja para exportação.
Giro de notícias
As vendas externas do agronegócio brasileiro devem alcançar 150 bilhões de dólares neste ano. Se confirmado, será um aumento de 7,2% na comparação com o ano anterior.
As exportações de soja devem ser de 6,7 milhões de toneladas em outubro. O volume é 87% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando o total foi de apenas 3,6 milhões de toneladas.
Após longo período de baixas, a arroba do boi gordo valorizou quase 20% em menos de um mês. A perspectiva agora é de equilíbrio, relacionado à maior demanda, principalmente do mercado interno.
Agenda da semana
Por fim, o Doutor Agro destaca os pontos nos quais os produtores devem ficar de olho na próxima semana:
- Relatório da Conab para a safra 2023/24;
- Colheita de milho e soja nos Estados Unidos;
- Impactos das chuvas nas lavouras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul;
- Preço do petróleo;
- Câmbio.