Um sonho que passou de pai para filha: como a família Nemitz reconstruiu sua empreitada no agro
Conheça a história dos produtores gaúchos que investem em culturas integradas e preservação do solo para produzir com eficiência e sustentabilidade. A estratégia de negócio permitiu à família se consolidar na agriculturaQuem vê a atuação bem-sucedida da família Nemitz na agricultura não imagina que essa história poderia ter sido bem diferente.
Foi preciso muito trabalho e dedicação para superar os desafios que surgiram ao longo do percurso dos produtores de Manoel Viana, no Rio Grande do Sul.
A trajetória dos Nemitz no agro começou com os avós de Carla Nemitz, engenheira agrônoma que hoje está à frente da empresa. Tudo ia bem até enfrentarem uma quebra de safra por infestação de gafanhotos. O prejuízo foi tão grande que eles desistiram do negócio. Mas a atividade agrícola nunca deixou de ser o grande sonho de vida de Antônio Carlos Nemitz, pai de Carla. "Antes de iniciar no ramo de agricultura, trabalhava com material de construção, mas eu sempre gostei muito e queria trabalhar na terra", conta o produtor.
Então, em 1970, Antônio arrendou uma área de 30 hectares onde cultivava trigo no inverno e soja durante o verão. Aos poucos, ele expandiu o negócio e, em 1976, comprou uma fazenda maior. Mas outro problema surgiu no caminho: o solo da propriedade era arenoso. Para tornar aquelas terras produtivas, o que muita gente acha impossível na época, o produtor partiu em busca de ajuda técnica.
"A agricultura é uma ciência, nós temos que estudar muito, nos atualizar com a tecnologia", acredita Antônio. Foi assim que ele chegou a um grupo do Paraná que foi pioneiro no plantio direto. Ele aprendeu a técnica e a implantou em suas terras.
"A agricultura é uma ciência, nós temos que estudar muito, nos atualizar com a tecnologia", acredita Antônio. Foi assim que ele chegou a um grupo do Paraná que foi pioneiro no plantio direto. Ele aprendeu a técnica e a implantou em suas terras.
"O plantio direto é muito mais do que um plantio sem revolvimento do solo. Nós cuidamos para que ele esteja sempre coberto e a rotação de culturas também faz parte desse sistema. É uma técnica para melhorar e preservar o solo", conta Carla.
Agro: uma paixão de família
"Sempre criei os meus filhos junto comigo na lavoura. A Carla e o Caio começaram a caminhar no campo", relembra Antônio.
Hoje, são os dois filhos que tocam a empresa, com a estratégia focada principalmente na sustentabilidade financeira, ambiental e social. "Para nós, sustentabilidade significa a perpetuidade das pessoas, do negócio e do meio ambiente", destaca Carla.
Nas propriedades da Agro Nemitz existe a integração de várias atividades agrícolas. A área produtiva é dividida em três partes, com o cultivo de milho, soja e arroz nas áreas de várzea. A pecuária também faz parte desse sistema. "O gado colhe o pasto e estimula o desenvolvimento radicular das pastagens. Isso traz a melhoria ao solo que a gente tanto busca, por isso, essa integração tem um papel muito importante", explica Carla.
Empenho e dedicação para ir além
Para otimizar o escoamento de grãos até o porto, a família Nemitz decidiu reativar um antigo terminal de trem que existia dentro da propriedade. Além disso, eles utilizam a estrutura para prestar serviço a outros produtores da região. "Com muito empenho, conseguimos viabilizar esse transporte com as empresas que detêm a concessão da ferrovia, o que agiliza muito na época da safra e tem nos auxiliado na redução de custo", diz a produtora.
Transporte ferroviário, culturas integradas, solo preservado, além de uma preocupação constante com o meio ambiente e com o bem-estar de todos os envolvidos nesse processo são as marcas do trabalho incansável desta família. Um sonho que passou de pai para filha e continua fazendo história no agro gaúcho e brasileiro.
"Eu gosto de uma frase que diz que sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho. A gente busca trabalhar com a melhoria contínua, fazendo bem feito, com empenho, respeitando a família, o negócio e procurando sempre desenvolver as pessoas que estão conosco. Assim, sabemos que o negócio vai crescer", conclui Carla.