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Matocompetição de plantas daninhas no milho: o que é e como ela pode afetar sua safra

A matocompetição de plantas daninhas no milho resulta em competição por recursos essenciais como luz, água e nutrientes, reduzindo o rendimento das colheitas. O controle eficaz dessas ervas é crucial para aumentar a produtividade e garantir o desenvolvimento saudável.10 de outubro de 2024


A ocorrência de ervas daninhas na lavoura é um dos principais desafios para o cultivo de milho no Brasil e no mundo. Essas espécies vegetais podem causar danos diretos e indiretos, comprometendo a produtividade da cultura.

Isso ocorre por conta dos efeitos da chamada matocompetição de plantas daninhas no milho, problema que pode gerar perdas econômicas significativas. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essas perdas podem chegar a 85% da produção.

Para evitar prejuízos e maximizar os resultados, você precisa entender o que é matocompetição e como evitá-la. Neste artigo explicaremos por que esse problema ocorre e quais as melhores técnicas de controle.

O que é a matocompetição de plantas daninhas?

“Matocompetição” é o termo utilizado para descrever a disputa por recursos entre plantas cultivadas, como o milho, e plantas daninhas. O problema ocorre quando as ervas conseguem se desenvolver na área que deveria ser ocupada unicamente por culturas agrícolas.

Como a matocompetição de plantas daninhas afeta o crescimento e a produtividade do milho?

A matocompetição de plantas daninhas no milho pode causar danos diretos e indiretos à produtividade e rentabilidade. Os danos diretos ocorrem por conta da disputa por recursos, que reduz a água, luz solar e nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável da cultura.

Além de resultar na queda do volume de produção, essa competição pode comprometer a qualidade dos grãos produzidos, que perdem peso, diminuem de tamanho e apresentam um teor de nutrientes menor.

Esses danos podem ser intensificados com um efeito conhecido como alelopatia. Isso ocorre quando ela libera substâncias químicas no solo que inibem o crescimento de outras plantas ao redor.

Já os danos indiretos ocorrem quando as ervas também atuam como hospedeiras de pragas e doenças do milho, que também podem gerar danos que reduzem o potencial produtivo e aumentam o custo.

Por conta desses danos, você deve ficar atento para evitar a reprodução e controlar especialmente os indivíduos resistentes. Segundo Carlos D’Arce, Gerente de Portfólio de Herbicidas e Reguladores de Crescimento da Bayer, a forma como elas disseminam agrava o problema.

Isso porque elas produzem sementes que são facilmente transportadas pelo vento, água e por animais, aumentando a população rapidamente.

Por isso, é necessário realizar o controle na hora certa. “O produtor precisa lançar mão de um bom tratamento com herbicida para que não haja matocompetição inicial e o milho possa conseguir o vigor máximo”, explica D’Arce.

Identificação das principais plantas daninhas

A identificação correta é o primeiro passo para fazer o controle eficiente desse problema. Isso porque cada espécie possui características biológicas e fisiológicas únicas, que exigem a aplicação de herbicidas específicos.

Caso essa identificação não seja feita corretamente, você pode aplicar medidas inadequadas de manejo de plantas daninhas, que estimulam o surgimento de populações resistentes.

Por isso, antes de implementar qualquer estratégia de controle, é fundamental investir na identificação correta. Esse processo consiste em duas etapas.

A primeira é observar as características visuais, como tamanho das folhas, disposição das flores e formato e cor do fruto. A segunda consiste em comparar essas informações com a descrição das ervas que ocorrem na cultura do milho. No Brasil, as espécies mais comuns são:

  • Amendoim bravo ou leiteiro (Euphorbia heterophylla);

  • Buva (Conyza sp.);

  • Capim-amargoso (Digitaria insularis);

  • Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea);

  • Capim-braquiária (Brachiaria decumbens);

  • Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);

  • Picão-preto (Bidens spp);

  • Trapoeraba (Commelina benghalensis);

  • Poaia-branca (Richardia brasiliensis);

  • Corda-de-viola (Ipomea spp).

Em caso de dúvida sobre a espécie encontrada na sua lavoura, é importante consultar guias de identificação especializados e herbários de universidades e instituições de pesquisa, bem como buscar ajuda de um agrônomo.

Veja também: O que você precisa saber para um eficiente controle das doenças?

Técnicas para controlar a matocompetição de plantas daninhas no milho

O uso inadequado de herbicidas e a adoção de práticas insuficientes de manejo têm causado alterações nas dinâmicas populacionais dessas ervas, que estão se tornando mais resistentes.

Para se ter uma ideia do tamanho do problema, cerca de 28 espécies de plantas daninhas que existem no Brasil já são consideradas resistentes a herbicidas em diferentes níveis. Por esse motivo, é importante a combinação de diferentes técnicas de controle. Conheça essas técnicas a seguir:

Controle cultural

O controle cultural envolve a adoção de práticas que aumentem a capacidade competitiva das plantas de milho, estimulando seu crescimento e desenvolvimento.

Essas práticas incluem o cultivo de híbridos adaptados a região da fazenda, o plantio na época adequada, a rotação de culturas, incluindo o cultivo de cultura de cobertura, são medidas que devem ser adotadas.

Outra prática importante é garantir um arranjo mais equidistante, visando aumentar a densidade e reduzir o espaçamento. Isso eleva a quantidade de luz interceptada pelo dossel e reduz o potencial de crescimento das ervas daninhas.

Controle mecânico

O controle mecânico consiste na prática de arrancamento. Ela é chamada de capina e pode ser realizada de duas formas: manual ou mecânica.

A capina manual envolve a retirada das plantas com o auxílio da enxada. Já a capina mecânica envolve o uso de cultivadores que podem ser tracionados por animais ou tratores.

Nos dois casos, o processo deve ser realizado durante os primeiros 40 ou 50 dias após a emergência, considerado um período crítico para o desenvolvimento.

Controle químico

O controle químico é a aplicação de herbicidas específicos. A aplicação desses produtos pode ser feita em dois momentos: antes e após a emergência das plântulas.

O controle químico pré-emergência exige a aplicação de herbicidas que eliminem plantas daninhas antes do plantio da cultura. O objetivo dessa prática é reduzir o banco de sementes, garantindo que a emergência das plântulas ocorra sem interferências.

Já o controle químico pós-emergência pode ser feito ao longo do ciclo de desenvolvimento. Nesse caso, o herbicida age de forma eficaz contra gramíneas e folhas largas, reduzindo sua população em campo.

Nos dois casos, o produtor deve utilizar apenas produtos registrados no Ministério da Agricultura. Além disso, a seleção do herbicida também deve ser baseada na identificação da planta e nas características físico-químicas do produto.

O ideal é investir na pulverização com diferentes ativos para evitar o desenvolvimento de populações resistentes.

Para fazer essa rotação de ativos e reforçar o controle, você pode investir no Soberan, herbicida da Bayer desenvolvido com tecnologia premium que garante excelente performance no campo, mesmo nas áreas de milho RR.

“Soberan é o produto mais completo do mercado. Com apenas uma aplicação, ele gera o resultado esperado na cultura e entrega uma lavoura muito mais limpa do que qualquer outro herbicida competidor”, afirma Danilo Belia Kashiwakura, Gerente de Marketing Estratégico para Milho da Bayer.

A recomendação é que o produtor aplique Soberan com um adjuvante à base de éster metilado. A aplicação deve ser feita durante o desenvolvimento inicial da cultura, antes que a plantação atinja o estádio V4.

Como prevenir a matocompetição de plantas daninhas?

A prevenção exige a combinação de diferentes técnicas de controle. Elas incluem principalmente o cultivo de sementes certificadas e de boa qualidade, rotação de culturas e uso de herbicidas pré-emergentes com bom efeito residual.

Além disso, é fundamental fazer a limpeza rigorosa do maquinário antes de iniciar qualquer operação para evitar a disseminação de estruturas reprodutivas. Essas práticas preventivas são essenciais para impedir a introdução, o estabelecimento e a disseminação.

O ideal é que essas ações sejam realizadas especialmente durante o chamado período crítico de prevenção à interferência (PCPI). Esse período é variável na cultura do milho. Geralmente, ocorre entre os estádios V2 (duas folhas) e V7 (sete folhas) de desenvolvimento.

Seguindo essas orientações, será mais fácil evitar os danos causados pela matocompetição de plantas daninhas no milho.

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