Blog do Agro

Como os impactos das mudanças climáticas estão transformando a agricultura global

Os impactos das mudanças climáticas na agricultura incluem alterações nos padrões de temperatura e precipitação, causando estresse hídrico e redução na produtividade das culturas. Esses efeitos podem resultar em perdas econômicas e aumentar a insegurança alimentar, afetando a sustentabilidade das práticas agrícolas.17 de outubro de 2024 /// 12 minutos de leitura
Cultivos do país

Notícias sobre secas severas, queimadas intensas e inundações históricas estão se tornando cada vez mais comuns. Entre os setores econômicos afetados por esses fenômenos naturais, o setor agrícola é um dos mais prejudicados.

Esse cenário acendeu o alerta sobre a necessidade de entender quais são os impactos das mudanças climáticas na agricultura. Afinal, as alterações no clima, causadas pela humanidade e impulsionadas por fenômenos como o El Niño, são apontadas como as principais causas desses eventos extremos.

Mais do que compreender as causas desse cenário, é essencial preparar sua fazenda para enfrentar um futuro de incertezas. Por isso, neste artigo, explicaremos os impactos das mudanças no clima e apresentaremos estratégias que você pode adotar para enfrentar esses desafios na produção de alimentos.

Quais são os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola?

Os impactos das mudanças climáticas na agricultura irão afetar diretamente o desempenho e a sustentabilidade do agronegócio.

As consequências desse fenômeno estão documentadas em diversas fontes, como o relatório Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Confira a seguir os quatro principais impactos na produção agrícola no Brasil:

1. Redução da produtividade

Essas modificações devem alterar os ciclos climáticos e hidrológicos em todo o planeta, aumentando a ocorrência de eventos extremos, como secas prolongadas e excesso de chuvas.

Além de excluir grandes áreas de terras cultiváveis do sistema produtivo, esses eventos prejudicam a germinação das sementes e dificultam o crescimento saudável das culturas. Esse cenário deve causar a queda de produtividade e perdas significativas nas safras.

2. Aumento da incidência de pragas e doenças

A elevação das temperaturas globais pode provocar a extinção de espécies, a substituição de florestas tropicais por savanas, entre outras alterações ambientais significativas.

Esse cenário causa um desequilíbrio que pode comprometer a biodiversidade do planeta, criando condições favoráveis ao aumento das populações e da incidência de pragas e doenças na lavoura.

3. Intensificação da degradação do solo

O processo de degradação do solo deve ser acelerado por eventos climáticos extremos, como geadas, secas e chuvas intensas. Esses fatores podem reduzir a capacidade do terreno de sustentar o desenvolvimento saudável das plantas.

Nesse cenário, será necessário investir na adaptação agrícola por meio da adoção de novas estratégias de plantio e de manejo da lavoura. Isso pode exigir a realocação de culturas e causar perdas na qualidade e na produtividade das colheitas.

4. Aumento dos custos de produção

A imprevisibilidade climática também deve aumentar os custos de produção. Isso porque será necessário investir na adoção de novas tecnologias agrícolas para mitigar os efeitos dessas alterações.

Além desse investimento, os produtores ainda precisarão lidar com desafios logísticos e financeiros decorrentes das oscilações na oferta de insumos e de alimentos.

Quais são as principais mudanças climáticas atuais?

Os efeitos já podem ser percebidos no presente. A intensificação de eventos como secas, incêndios florestais e chuvas torrenciais têm se tornado cada vez mais frequente e severos em diversas regiões. Esses eventos ainda são intensificados por fenômenos como a La Niña e o El Niño.

Uma das consequências desse cenário foram as inundações que ocorreram na região Sul do Brasil no primeiro semestre de 2024. Os impactos das mudanças climáticas na agricultura são apontadas como responsáveis por tornarem as chuvas no Rio Grande do Sul (RS) 15% mais intensas do que o normal.

Outro ponto relevante é a seca. Em 2024, o Brasil enfrenta a pior estiagem dos últimos 75 anos, cenário que intensifica o registro de queimadas. Os prejuízos causados pela queima de lavouras, pastagens e até pela morte de animais.

Esses dados mostram que as essas oscilações já estão impactando a produção agrícola brasileira, sinalizando que os produtores precisam se preparar para enfrentar esse novo cenário.

Que estratégias os agricultores podem adotar para mitigar os impactos das mudanças climáticas?

Para mitigar as consequências na produção, você deve adotar estratégias específicas em diferentes fases do ciclo produtivo. Conheça a seguir quais práticas utilizar em cada um desses casos.

Estratégias pré-plantio

As estratégias pré-plantio visam garantir o preparo correto do solo para a semeadura e criar condições favoráveis à emergência e ao estabelecimento da lavoura. Essas práticas incluem:

  • Análise do solo para planejar um manejo nutricional adequado e fazer descompactação do terreno, se necessário;

  • Investimento em biotecnologias, como sementes tratadas e biofertilizantes, medida importante para aumentar a proteção das plantas contra pragas, doenças e estresses climáticos;

  • Cultivo de variedades tolerantes, que possuem características genéticas que as tornam mais resistentes a estresses como seca e doenças;

  • Respeito ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), garantindo que a cultura seja cultivada em uma área com condições mais favoráveis;

  • Plantio direto na palhada, prática de conservação do solo que reduz a erosão, melhora a retenção de umidade e a estrutura do terreno.

Estratégias que devem ser aplicadas durante a safra

Durante a safra, você deve investir em estratégias que te ajudem a acompanhar o crescimento da lavoura e fazer os ajustes necessários para aumentar sua produção. Para isso, você pode investir nas seguintes práticas:

  • Monitoramento de pragas, doenças e plantas daninhas do início ao fim da safra;

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP) e doenças (MID) para proteger a plantação, reduzir custos operacionais e aumentar a sustentabilidade da produção;

  • Execução correta do planejamento de nutrição das plantas, aplicando fertilizantes nos momentos e dosagens adequadas para cada ponto da área de plantio;

  • Uso de ferramentas de monitoramento climático para acompanhar as variáveis meteorológicas na região da fazenda;

  • Irrigação inteligente, considerando as características da região de plantio, as necessidades da cultura e o uso de tecnologias;

  • Rotação de culturas na entressafra para diversificar a produção, melhorar a saúde do solo e reduzir a incidência de pragas e doenças.

Existem tecnologias ou práticas agrícolas inovadoras que podem ajudar a enfrentar esses desafios?

Sim, existem várias tecnologias e práticas inovadoras que podem te auxiliar a enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas na sua fazenda. Isso inclui investir em medidas que promovam a captura de carbono e a agricultura sustentável.

Outra prática importante é implementar opções ligadas à agricultura digital, como a Climate FieldView®, plataforma digital da Bayer. Ela permite o monitoramento de todas as operações realizadas na lavoura, bem como do desenvolvimento das culturas.

Para isso, ela processa e integra dados obtidos por diferentes fontes, como imagens de satélites, sensores, drones e o histórico. A partir deste trabalho de inteligência, você consegue identificar quando e como atender as demandas de cada cultivo, evitando perdas por estresses climáticos ou nutricionais.

Investir em biotecnologias avançadas como o BOLLGARD® III RR FLEX™ para o algodão, a plataforma INTACTA2 XTEND® para a soja e a VTPRO4® para o milho, também são estratégias importantes nesse processo.

Isso porque elas aumentam a proteção contra pragas e plantas daninhas, facilitando o controle e manejo desses problemas na lavoura.

Quais são as previsões para o futuro em relação às mudanças climáticas e a agricultura?

As previsões para o futuro indicam cenários desafiadores. Segundo o relatório da Embrapa, a expectativa é que o continente sul-americano enfrente um quadro de aquecimento nas próximas décadas.

A expectativa é que ocorra o aumento médio de temperatura entre 2 °C e 8 °C em algumas áreas até o final do século.

Esse contexto, associado à maior demanda global por alimentos, água e energia, deve elevar a vulnerabilidade dos sistemas agrícolas e resultar em uma redução expressiva da produção de alimentos.

Para se ter uma ideia dos prejuízos que esse cenário pode causar à agricultura brasileira, a estimativa é que o aumento de 3 °C até 2050 pode reduzir em até 50% a produção de alimentos do país.

No entanto, o relatório também indica que esses e outros desafios podem ser mitigados com investimento massivo em tecnologias digitais, gestão de riscos e manejo estratégico.

Portanto, acompanhar e adotar as inovações no campo e otimizar a gestão da fazenda será cada vez mais necessário para proteger a produção e aumentar a sustentabilidade da cadeia produtiva. Prepare-se para o futuro com a Agro Bayer!

exclusivo para usuários logadosArtigos com seus temas de interesseRealize seu login para escolher os temas de seu maior interesse. Você poderá acessá-los a qualquer momento, sem perder de vista nenhum conteúdo de relevância pra você.