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Planejamento do plantio do milho: boas práticas que o agricultor precisa conhecer

A falta de um planejamento adequado da cultura pode provocar perdas na lavoura para pragas e doenças, bem como baixa da produtividade e redução de lucro22 de julho de 2022 /// 9 minutos de leitura
Imagem do milho

Como criar um bom planejamento do plantio do milho

O planejamento do plantio do milho deve ser feito de maneira estratégica, já que determina o início de um processo que leva cerca de 120 a 130 dias.

Isso afeta as operações que envolvem cultivo, além de determinar a produtividade e rentabilidade da lavoura.

Portanto, o planejamento é uma etapa muito importante, sendo necessário um estudo dos componentes de produção e dos custos de implantação.


Quais as etapas do plantio do milho?

Preparação do solo

A preparação do solo é importante para a produtividade do cultivo. O ideal é que o solo seja rico em matéria orgânica e tenha o pH entre 5,5 e 6,8.

O milho é um grão que precisa que o solo tenha bastante nitrogênio para se desenvolver adequadamente. Portanto, uma adubação nitrogenada pode ser necessária.

Ele também muita água. A quantidade de água consumida pela planta durante seu ciclo chega a 600mm. No entanto, pode ser cultivado em regiões com precipitação que vão desde 250mm até 5.000 mm anuais.

A ocorrência de um déficit hídrico na cultura do milho pode provocar danos em todas as fases. A redução da massa vegetativa ocasionada pela falta de água afeta o metabolismo, diminui sua capacidade fotossintética e reduz seu rendimento.

Manejo da cultura do milho

O Sistema Plantio Direto (SPD) é uma das tecnologias mais aceitas pelos agricultores no plantio e manejo do milho e envolve o revolvimento mínimo do solo e o controle preventivo de plantas daninhas, o que evita a matocompetição, que pode gerar danos nutricionais e reduzir o potencial de desenvolvimento do grão.

A área plantada, hoje, no Brasil sob o SPD equivale a 50% da área com culturas anuais no país, ou seja, mais de 25 milhões de hectares.

De acordo com a Embrapa, para o manejo da cultura do milho, é necessário a rotação de culturas e a implementação de cobertura vegetal do solo. A rotação que deve ser considerada é a de soja e milho, já que ambas possuem um efeito benéfico.

No caso do milho safrinha, o qual o plantio ocorre entre janeiro e abril, SPD é essencial para o manejo do milho, principalmente, pois existe a expectativa de falta de água no solo.

Leia também: Como conquistar os benefícios do uso de pré-emergentes em lavouras de milho?

Escolha da semente

A semente é o principal insumo da lavoura e deve ser escolhida com cuidado pelo agricultor, que deve sempre levar em consideração as características dos híbridos mais adaptados à sua região e relacionados aos seguintes fatores:

  • Potencial produtivo;
  • Estabilidade;
  • Resistência a doenças;
  • Adequação ao sistema de produção em uso;
  • Às condições de clima e solo;
  • Espaçamento entre as linhas.

Espaçamento entre sementes

Uma das principais dúvidas do produtor é sobre qual o espaçamento ideal para o plantio do milho.

De acordo com a Embrapa, o espaçamento convencional usado no plantio do milho é de 80 a 90cm. Porém, existem vantagens no espaçamento reduzido (45cm a 50cm). São elas:

  • Aumento do rendimento de grãos;
  • Aumento na eficiência de utilização de luz solar, água e nutrientes;
  • Melhor controle de plantas daninhas;
  • Redução da erosão do solo;
  • Melhor qualidade de plantio;
  • Maximização da utilização de plantadoras.

Além disso, os espaçamentos reduzidos também permitem uma melhor distribuição da palhada do milho sobre a superfície do solo após a colheita, favorecendo o sistema de plantio direto.

Mas, ao escolher um espaçamento menor, é importante analisar a seleção dos híbridos. Os de porte alto e ciclo longo produzem bastante massa e, geralmente, formam um arranjo desordenado das plantas, o que prejudica a captação da luz.

No caso de híbridos menores, pouca massa vegetal é desenvolvida, o que proporciona um aumento da penetração da luz solar.

Semeadura

O plantio do milho deve ser feito na época correta e o seu crescimento e desenvolvimento é afetado pelos seguintes fatores:

  • Umidade do solo;
  • Temperatura;
  • Radiação solar;
  • Fotoperíodo.

Esses fatores são variáveis em cada região agroclimática. Portanto, a época de semeadura mais adequada contempla as seguintes características:

  • O período de floração coincide com os dias mais longos do ano;
  • Etapa de enchimento de grãos com o período de temperaturas mais elevadas;
  • Alta disponibilidade de luz;
  • Condições adequadas de água.

No Sul do Brasil, por exemplo, o milho é plantado de agosto a setembro. Já no Centro-Oeste e Sudeste, a época de plantio ocorre em outubro e novembro.

Plantadoras

Outro importante aspecto do plantio do milho e que deve ser levado em conta pelo produtor na hora do planejamento é a regulagem da densidade de plantio.

Uma ótima densidade promove a produtividade máxima da lavoura, mas está associada com o cultivar e com a disponibilidade de água e nutrientes do solo.

A densidade recomendada pela Embrapa é de 40.000 a 70.000 plantas por hectare.

Portanto, é importante que o agricultor leve em consideração a qualidade da sua plantadora, conhecida também como semeadora, a partir dos seguintes critérios:

  • Regulagem antes da data do plantio;
  • Distribuição uniforme das sementes;
  • Velocidade dentro dos limites recomendados (de 4 a 6km/h).

Também é importante a manutenção de outras máquinas e equipamentos utilizados no plantio, especialmente no que se refere ao corte, limitadores de profundidade, componentes de distribuição de sementes e adubos, etc.


Como criar um bom planejamento do plantio do milho

Existem alguns tratos culturais realizados junto ao plantio que oferecem uma maior produtividade ao produtor. São eles:

Adubação

A adubação deve ser sempre baseada na expectativa de produção.

Isso significa que é preciso analisar o solo, a produção esperada (verificada por meio do histórico dos anos anteriores) e utilizar a fonte certa, com a dose recomendada, na época em que a planta mais precisa e no local adequado.

O fornecimento de nutrientes deve ser também dimensionado de acordo ao que todas as culturas que compõem o sistema de rotação ou sucessão (geralmente soja e milho) precisam.

Controle de plantas daninhas

É fundamental que o produtor controle também a competição entre o milho e as plantas daninhas até o crescimento da oitava folha.

Isso porque, antes dessa etapa de desenvolvimento do milho, o grão ainda está definindo seu potencial de produtividade.

Além disso, é preciso ter atenção com a rotação de produtos com o mesmo princípio ativo, já que muitas plantas daninhas passaram a apresentar resistência em relação a alguns herbicidas.

Um acompanhamento constante de um engenheiro agrônomo é indicado no controle de plantas invasoras.

Controle de pragas

O monitoramento das lavouras por meio de armadilhas para captura de insetos têm sido vantajoso no controle das pragas.

Também é possível optar pelo uso de tecnologia de menor custo e baixo impacto ao ambiente, como é o caso do controle biológico.

O controle químico, no entanto, possui caráter curativo e deve ser utilizado apenas quando houver dano econômico à cultura.

Controle de doenças

No caso do controle de doenças, deve ser feito já algumas aplicações preventivas de fungicidas, já que quando a doença é instalada, a aplicação de produtos de maneira curativa não é mais suficiente.

É também fundamental que o produtor saiba as principais doenças e a fase no desenvolvimento do milho que elas tendem a aparecer, para que estratégias de controle sejam definidas de maneira adequada.

Muitas doenças estão relacionadas ao cultivo da semeada, às condições climáticas e a falta de tecnologias adequadas.

Atualmente, muitos híbridos são resistentes a algumas doenças, o que pode ser um fator decisivo para o produtor no momento da escolha da semente.


Impactos da falta de planejamento do plantio do milho

A falta de planejamento do plantio do milho pode afetar seriamente a lavoura e provocar perdas econômicas para o produtor. A seguir, confira os principais impactos:

Pragas e doenças

Sem um planejamento adequado o plantio pode atrasar, abrindo espaço para pragas e doenças se instalarem nas lavouras ainda quando a cultura está iniciando sua etapa de desenvolvimento.

Produtividade baixa e lucro reduzido

Isso impacta não somente a produtividade, mas também a lucratividade na hora da colheita.

A semeadura fora de época pode gerar escassez de recursos hídricos e proliferação de pragas e doenças.

Agora que você já sabe a necessidade de planejamento do plantio de milho adequado, está preparado para colocar o seu em prática?

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