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O que acontece na fase reprodutiva do milho safrinha?

Na fase mais crítica para a produtividade da lavoura, a planta de milho começa a desenvolver espigas, que devem ser protegidas até o dia da colheita.
12 de junho de 2023 /// 7 minutos de leitura
O que acontece na fase reprodutiva do milho safrinha?

Na fase mais crítica para a produtividade da lavoura, a planta de milho começa a desenvolver espigas, que devem ser protegidas até o dia da colheita.

Durante a fase de desenvolvimento reprodutivo do milho, a planta inicia o processo de desenvolvimento das espigas e produção dos grãos. Nesta etapa, a lavoura precisa de água, manejo nutricional e proteção contra o ataque de pragas e doenças.

Ao término do período vegetativo, a planta de milho passa pela polinização, fertilização, formação de espigas e desenvolvimento de grãos.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a fase reprodutiva do milho começa quando os estilos-estigmas estão visíveis, para fora das espigas e esse processo se encerra com a maturação dos grãos, quando a lavoura fica pronta para a colheita.

Veja o que acontece em cada uma das etapas do processo de desenvolvimento reprodutivo da planta de milho:

Formação da espiga
Durante esse estágio, ocorre o desenvolvimento da espiga, estrutura reprodutiva do milho. A espiga é composta por fileiras de flores femininas, chamadas de espiguetas, que ficam protegidas por uma estrutura de folhas, chamada de palha.

Cada espiguetas possui um conjunto de estilo-estigmas, também conhecidos como “cabelos”. Esta parte da planta é responsável por receber o polem das flores masculinas e, na sequência, se tornar tubo polínico, para levar polem até os óvulos que estão dentro da espigueta.

Polinização e fertilização
A polinização é o processo que ocorre a transferência do pólen das flores masculinas, para as flores femininas. As flores masculinas são os pendões localizados na parte superior da planta, e as flores femininas são as espiguetas localizadas onde, no futuro, serão desenvolvidas as espigas.

O vento é o principal agente de polinização do milho que transporta o polén dos pendões para o estilo-estigma (cabelo).

A fertilização acontece quando o polén entra em contato com o “cabelo”, percorre o tubo polínico e chega até o óvulo dentro da espigueta, para que aconteça a fertilização. É neste momento que acontece a fusão do gameta masculino com o gameta feminino.

Uma vez em contato com o “cabelo”, o polén leva cerca de 24 horas para percorrer o tubo polínico e fertilizar o óvulo. Geralmente, o tempo para que todos os estilo-estigmas da espiga sejam polinizados é de 2 a 3 dias.

Cada óvulo fertilizado dará origem a um grão de milho na espiga.

Desenvolvimento dos grãos
Após a fertilização, os grãos de milho começam a se desenvolver, sendo preenchidos com amido, nutrientes e água, resultando no crescimento dos grãos. É nessa fase que ocorre o aumento do tamanho dos grãos e a formação dos endospermas, responsáveis pelo armazenamento de amido.

Maturação dos grãos
Ao longo do estágio de desenvolvimento reprodutivo, os grãos passam pela maturação. Isso significa que ocorre o acúmulo de reservas nutritivas nos grãos, tornando-os secos e duros. A maturação é indicada pela mudança de cor da palha, e pela secagem dos grãos.

Necessidades do milho safrinha na fase reprodutiva

Para facilitar a compreensão sobre o desenvolvimento reprodutivo do milho, a maioria dos técnicos e especialistas dividem este estágio em 6 partes. Em cada um destes momentos, a planta apresenta demandas específicas. Confira:

R1 - Desenvolvimento das espiguetas, polinização e fertilização
A planta segue demandando nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), que será acumulado na fase de desenvolvimento de grãos. A demanda de água nesta fase é 8 mm por dia, a maior durante toda a safra. A estiagem e o excesso de calor podem prejudicar a polinização, promovendo a redução na produção de grãos. A desfolha por granizo ou o ataque de insetos também pode influenciar negativamente na produtividade.

R2 à R5 - Desenvolvimento dos grãos
Estresses como falta de chuvas, altas temperaturas ou geadas, podem causar má formação de grãos, ou formação de espigas sem valor. Neste momento, é importante proteger as folhas para que a planta possa se manter em constante produção. Qualquer influência negativa do ambiente, ou escassez de nutrientes e água pode afetar o rendimento da planta e massa de grãos.

Em R2, o grão é chamado de “grão bolha d’água”, e apresenta 85 % de umidade. Em R3, o grão se torna leitoso, porque apresenta um fluido branco em seu interior. Em R4, o grão se torna pastoso, com 70 % de umidade. A formação de dente da espiga começa em R5, quando a umidade do grão cai para 55 %.

R6 - Maturação dos grãos
Quando a planta chega nesta fase, os estresses do ambiente não podem mais influenciar na produtividade e na qualidade dos grãos. Porém é muito importante evitar o acamamento das plantas e o ataque de pragas e doenças até o momento da colheita.

Neste estágio, os danos de pragas podem abrir espaço para a infecção de fungos dentro da espiga. Isso pode gerar perda de produtividade por afetar a qualidade dos grãos.

Em R6, a planta está pronta para a colheita. No entanto, quando a finalidade da produção é a estocagem por um período longo, o ideal é que os grãos sejam colhidos ao apresentarem de 17 a 14,5 % de umidade.

Pragas que afetam o milho safrinha na fase reprodutiva

Durante o estágio de desenvolvimento reprodutivo do milho, várias pragas podem atacar a cultura. Nesta fase, os danos causados por insetos podem reduzir a produtividade da lavoura, afetar a qualidade dos grãos produzidos e abrir espaço para a entrada de doenças nas espigas das plantas.

As pragas mais comuns na lavoura durante a fase reprodutiva do milho, são a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).

A lagarta-do-cartucho se alimenta dos cartuchos do milho, onde se desenvolvem as espigas, e do estilo-estigma das plantas. Essa lagarta causa danos significativos à produção, porque reduz a qualidade dos grãos e pode até inviabilizar o desenvolvimento da espiga da planta.

Além disso, em alguns casos a lagarta-do-cartucho pode cortar e derrubar as espigas no chão. As perfurações em folhas ou no ponto de inserção da espiga no colmo são sintomas comuns de seu ataque

Os hábitos alimentares da lagarta-da-espiga são parecidos com os da lagarta-do-cartucho. Essa praga ataca diretamente as espigas do milho em formação, prejudicando o estilo-estigma das espiguetas e se alimenta dos grãos em desenvolvimento.

Os estilo-estigmas danificados e grãos danificados na ponta da espiga são sintomas do ataque de lagarta-da-espiga.

O uso de inseticidas químicos, biológicos e a adoção de híbridos de milho com biotecnologia de proteção contra lagartas são as ferramentas mais eficientes no controle destas pragas.

Para o manejo da lagarta-do-cartucho com inseticidas, a Bayer oferece o inseticida BELT®. O produto é um inseticida de contato e ingestão, do grupo químico diamida, com alta eficiência para o manejo de lagartas.

Para ajudar o agricultor a proteger o milho safrinha do plantio à colheita, Bayer oferece a biotecnologia VTPRO4®. Inserida na genética da planta, a tecnologia controla as pragas lagarta-do-cartucho, larva-alfinete (Diabrotica speciosa), lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), e broca-do-colmo (Diatraea saccharalis).

Doenças que afetam o milho safrinha na fase reprodutiva

As doenças mais comuns durante a fase reprodutiva do milho safrinha podem reduzir a produtividade da lavoura, e prejudicar drasticamente a qualidade dos grãos.

Conheça algumas das doenças mais importantes na reta final do milho safrinha:

  • Podridão de diplodia (Stenocarpella maydis): É uma doença fúngica que afeta os colmos, espigas e grãos do milho. Ela causa manchas necróticas nos colmos e espigas, e os grãos afetados podem apresentar uma coloração branca e esponjosa. Essa doença pode levar à quebra dos colmos e perdas na produção.

  • Podridão da espiga (Gibberella zeae): A doença afeta as espigas do milho, causando apodrecimento e descoloração dos grãos. Essa doença pode resultar em perdas significativas na qualidade dos grãos, e no rendimento do milho.

  • Podridão de fusarium (Fusarium spp.): Afeta principalmente as espigas do milho, causando apodrecimento, descoloração e murchamento dos grãos. Essa doença também pode reduzir significativamente a qualidade dos grãos e a produtividade.

  • Mancha de cercospora (Cercospora zeae-maydis): Causa perdas superiores a 80 % nas lavouras de milho suscetíveis. A doença provoca manchas nas folhas da planta, e em alta pressão, pode lesionar os colmos e as brácteas das espigas, causando grande impacto na produtividade.

  • Mancha foliar (Exserohilum turcicum): Pode comprometer até 50 % da produção quando impacta as plantas de milho antes de floração. Essa doença reduz a produtividade da lavoura porque impacta na capacidade fotossintética da cultura ao causar manchas nas folhas.

  • Ferrugem polissora (Puccinia polysora): Reduz a capacidade fotossintética da planta, causando manchas nas folhas, e desfolha precoce. Este dano pode afetar o processo de desenvolvimento dos grãos, que ficam chochos, com menor peso, tamanho e teor de amido. Além disso, as espigas em desenvolvimento ficam descoloridas e deformadas.

Para manejar as doenças ferrugem polissora, mancha foliar e mancha de cercospora, utilize FOX® XPRO, fungicida Bayer que também controla a ferrugem-comum (Puccinia sorghi) e mancha branca (Phaeosphaeria maydis). O produto é mesostêmico e sistêmico, e integra os grupos químicos carboxamida, triazolintiona e estrobilurina. O fungicida deve ser sempre utilizado de maneira preventiva, ou a partir da identificação dos primeiros sintomas das doenças-alvo.

Para conhecer mais detalhes sobre pragas e doenças da cultura do milho, assista ao Impulso Negócios, episódio 6:

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