Conheça 8 plantas daninhas que você deve manejar no pós-colheita do milho
O manejo de plantas daninhas no pós-colheita do milho prepara a lavoura e reduz a seleção de espécies resistentes a herbicidas. Saiba mais!28 de abril de 2023 /// 7 minutos de leituraO manejo de plantas daninhas no pós-colheita do milho prepara a lavoura para receber a cultura de inverno e reduz a pressão de seleção de espécies resistentes a herbicidas.
O principal objetivo do manejo pós-colheita do milho é preparar a área para receber a próxima cultura. Essa estratégia é muito importante porque o milho safrinha, ou culturas de cobertura em geral, devem ser semeadas no limpo durante a entressafra.
Sem o manejo adequado de pragas, doenças e plantas daninhas após a colheita do milho, a próxima cultura pode enfrentar desafios para se desenvolver.
Os principais benefícios do manejo pós-colheita do milho são: a descompactação do solo, a redução da infestação e germinação de plantas daninhas, e a interrupção do ciclo de pragas. Este manejo também promove o aumento da disponibilidade de nutrientes para cultura sucessora.
Principais práticas de manejo pós-colheita do milho
As principais práticas de manejo pós-colheita do milho giram em torno do objetivo de limpar a área e controlar aquilo que não foi possível manejar durante a safra.
Entre as ações integradas ao manejo pós-colheita do milho estão:
- Controle de pragas iniciais
Insetos podem sobreviver na palhada depois da colheita e migrar para a próxima cultura. As pragas do milho, como a Diabrotica speciosa e os percevejos, devem ser controladas para evitar prejuízos durante os estágios iniciais da próxima cultura. - Controle de banco de sementes de plantas daninhas
O banco de sementes de plantas daninhas pode ser liberado no solo antes mesmo da colheita do milho verão. Essas sementes podem originar plantas invasoras que vão competir com a próxima cultura por luz, água e nutrientes. - Controle de tigueras
As falhas na colheita podem deixar algumas plantas de milho para trás, ou grãos caídos no solo que dão origem as plantas tigueras. Elas devem ser manejadas para evitar que as pragas e as doenças continuem seus ciclos de desenvolvimento. - Manejo de plantas daninhas resistentes
A rotação de herbicidas é a melhor forma de controlar espécies resistentes de plantas daninhas. No entanto, não é possível realizar essa estratégia durante a safra por conta do uso de herbicidas não seletivos ao milho. Após a colheita, sem nenhuma cultura na lavoura, esta prática é muito mais produtiva.
Entre todas as práticas associadas ao manejo pós-colheita do milho, o controle de plantas daninhas resistentes ou de difícil controle é fundamental para que as demais ações estratégicas sejam bem-sucedidas.
Quando não há plantas daninhas na lavoura, as pragas e as doenças não encontram abrigo, e o uso de herbicidas pode ser mais inteligente e assertivo.
Plantas daninhas na pós-colheita do milho
Geralmente, as plantas daninhas que sobram da cultura do milho são tolerantes ou resistentes as moléculas seletivas dos herbicidas para a cultura do milho. Por essas características, estas plantas são consideradas de difícil controle.
Para aproveitar a oportunidade após a colheita do milho, e realizar bom manejo, é necessário:
- e conhecer quais são as plantas daninhas presentes no campo.
- Identificar qual é o estágio em que elas se encontram.
- Compreender quais delas são resistentes aos herbicidas ou consideradas de difícil controle.
As 8 plantas daninhas que devem ser identificadas, monitoradas e manejadas no pós-colheita do milho são:
Buva (Conyza spp.)
Três espécies do gênero Conyza são consideradas importantes para a agricultura brasileira: Conyza bonariensis, Conyza canandensis e Conyza sumatrensis. As principais características destas espécies são:
- Cada planta pode produzir cerca de 200 mil sementes que se dispersam facilmente pelo vento.
- Sementes germinam no outono e inverno, encerrando seu ciclo no verão.
- Vetor do Cucumber mosaic vírus.
- Hospedeira do Lettuce mosaic virus – LMV, transmitido por afídeos.
- Hospedeira de ácaros do gênero Brevipalpus.
- Necessitam de luz para germinar.
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
O leiteiro é uma das piores plantas infestantes para cultura do milho. Produz várias gerações em um único ano e germina escalonadamente por longo período, desde o início do desenvolvimento da cultura.
A altura dessa planta varia de 0,2 a 2 m de altura. Possui caule cilíndrico, que pode ser liso ou coberto por pelos brancos finos e curtos. A cor do leiteiro é verde ou vermelho-violácea.
A raiz principal é pivotante, a partir da qual se formam raízes secundárias filamentosas.
Corda-de-viola (Ipomoea spp.)
Planta anual, que vegeta bem em solos produtivos, tanto bem iluminados quanto com pouca iluminação. É uma espécie trepadeira, com longos ramos inconstantes, sem posição definida.
Possui caule roliço, muito ramificado, com ramos compridos e sem direção definida, que se enrola nas plantas mais próximas. As folhas têm a superfície com poucos pelos.
A corda-de-viola pode prejudicar a colheita porque se enrola nas plantas sob cultivo, e acaba quebrando ou travando o maquinário. Além disso, essa planta daninha mantem o ambiente com alta umidade, abrindo espaço para a ocorrência de doenças.
Caruru (Amaranthus spp)
O caruru é uma planta anual, com propagação por sementes. As populações dessa erva têm grande diversidade genética, o que dificulta ainda mais seu manejo com herbicidas.
Além disso, o caruru é hospedeiro alternativo do Begomovirus do tomate, associada à presença da mosca-branca Bemisia tabaci e de pulgões da espécie Aphis gossypii. A planta daninha também é hospedeira do fungo Verticillium dahliae, e abriga tripes das espécies Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei.
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Uma única planta de capim amargoso pode produzir até 100 mil sementes. Esta espécie se desenvolve bem em solos com alta ou baixa fertilidade. Além disso, a planta daninha apresenta grande tolerância à dessecação devido a rebrota após o impacto do controle químico, ceifa ou queima.
O capim amargoso se reproduz durante o ano inteiro, com florescimento e frutificação no verão. As sementes dessa erva são pilosas e são facilmente carregadas pelo vento.
O sistema radicular do capim amargoso é composto de curtos rizomas ramificados e fibrosos.
Para identificar o capim-amargoso no campo, procure por folhas com bainhas alongadas e lisas, ou com pelos esparsos e inflorescência em panículas, coberta por pelos sedosos de coloração prateada.
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
O capim-pé-de-galinha é uma planta ereta e entouceirada pouco exigente em relação ao solo. Ela se desenvolvendo bem em uma ampla faixa de pH.
Esta erva daninha é competitiva em solos pobres, e leva vantagem sobre muitas outras espécies.
Os colmos dessa planta são achatados, principalmente na parte inferior. A coloração é verde-clara com tonalidades castanho-escuras na região dos nós.
Picão Preto (Bidens spp.)
O gênero Bidens, apresenta duas espécies relevantes que são encontradas no Brasil, a Bidens pilosa e a Bidens subalternans.
O picão preto é uma planta anual, herbácea, ereta, aromática, pouco ramificada, que pode medir de 40 a 120 cm de altura. Além disso, essa espécie infesta lavouras anuais e perenes, se desenvolvendo rapidamente.
Produz muitas sementes em condições tropicais, com potencial para gerar de 3.000 a 6.000 sementes por planta.
É uma planta difícil de manejar porque apresenta grande diversidade genética, o que contribui para o desenvolvimento de resistência a herbicidas. Além disso, o picão preto é hospedeiro de nematoides dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus.
Trapoeraba (Commelina sp.)
A trapoeraba é uma planta perene, que se reproduz por semente aérea e subterrânea. Esta planta daninha é suculenta, e consegue cobrir muito bem a superfície do solo.
O seu melhor desenvolvimento ocorre em solos leves, férteis e úmidos com boa luminosidade. Em contrapartida, em locais sombreados seu desenvolvimento é mais lento.
As características visuais dessa planta são o caule liso, cilíndrico e carnoso ou levemente piloso, dividido por nós, de onde saem ramificações, que se distribuem pelo solo.
Conclusão
O manejo pós-colheita do milho é essencial para o sistema produtivo como todo. Além disso, estas práticas facilitam o manejo de entressafra, que contribuem muito para a produção agrícola se tornar cada vez mais rentável e sustentável, com economia de recursos financeiros e de insumos.
É importante lembrar que, o monitoramento das plantas daninhas é indispensável para que sejam utilizados os melhores produtos no momento correto de manejo.
Depois de identificar as espécies de plantas daninhas, pragas e doenças no manejo pós-colheita, consulte um engenheiro agrônomo de confiança para obter recomendação de rotação de herbicidas, inseticidas e fungicidas.
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