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Como manejar a ferrugem do milho

A ferrugem do milho pode ser causada por três fungos diferentes, e tem potencial para comprometer até 40% da produção.
23 de outubro de 2023 /// 14 minutos de leitura
Milho

A ferrugem do milho é uma das principais doenças da agricultura brasileira, e pode ser causada pelos fungos Physopella zeae, Puccinia sorghi, e Puccinia polysora. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a ferrugem do milho pode comprometer até 40% da produtividade da lavoura se não manejada adequadamente.

A ferrugem afeta a área foliar da planta de milho, e reduz a capacidade de fotossíntese da lavoura. Como consequência, a produtividade e a qualidade da produção são afetadas.

Para evitar prejuízos por ferrugem de milho, é essencial conhecer os sintomas causados pelos diferentes fungos, e as melhores estratégias de manejo para cada um deles.


As ferrugens do milho

Os sintomas da ferrugem do milho podem variar de acordo com o agente causal. Além disso, uma mesma planta pode ser colonizada pelos diferentes fungos que causam a ferrugem.

Neste contexto, é muito importante conhecer as ferrugens do milho e seus diferentes sintomas.

As ferrugens do milho são:

  • Ferrugem comum, causada pelo fungo Puccinia sorghi.
  • Ferrugem polissora, causada pelo fungo Puccinia polysora.
  • Ferrugem branca, causada pelo fungo Physopella zeae.

Cada um desses fungos precisa de uma condição favorável específica para se desenvolver na lavoura. Além disso, o potencial de danos de cada tipo de ferrugem é diferente.


Ferrugem comum

Para identificar os sintomas da ferrugem comum, é importante reconhecer a formação de pústulas na parte aérea das folhas da planta de milho, tanto na face superior quanto inferior. Segundo a Embrapa, estas pústulas têm formato circular e alongado, de cor que varia do castanho claro ao escuro.

Conforme a infecção avança, as pústulas amadurecem e se rompem, e liberam os esporos típicos do patógeno, conhecidos como uredósporos. Como consequência, a ferrugem comum pode causar necrose em grandes partes das folhas.

A ferrugem comum encontra condições ideias durante períodos prolongados com temperaturas baixas, entre 16°C e 23°C, alta umidade relativa do ar, e chuvas frequentes.


Ferrugem polissora

Os sintomas da ferrugem polissora em plantas de milho, são muito parecidos com os sintomas causados pela ferrugem comum.

Quando o fungo Puccinia polysora encontra condições ideais para se desenvolver, surgem pústulas com formatos ovais e circulares nas folhas. Diferente do que acontece com a ferrugem comum, as pústulas de ferrugem polissora se concentram apenas na face superior das folhas, e se apresentam na cor marrom clara.

O impacto destes sintomas é a redução de produtividade por perda de área foliar e capacidade de fotossíntese.

A ferrugem polissora é mais comum em áreas localizadas abaixo de 700m de altitude, e temperaturas elevadas, variando entre 25°C e 35°C.


Ferrugem branca

Quando o fungo Physopella zeae se desenvolve nas folhas da planta de milho, é possível encontrar a formação de pústulas esbranquiçadas e amareladas de formato oval e circular.

Estas pústulas formadas pela ferrugem branca são distribuídas em pequenos grupos por toda face superior da folha, que é recoberta pela epiderme.

Em estágio avançado de desenvolvimento, a ferrugem branca pode causar a necrose e apodrecimento de folhas, o que reduze a produtividade da lavoura de milho.

Para se desenvolver, a ferrugem branca precisa de alta temperatura, variando entre 22°C e 34°C, alta umidade relativa, e baixa altitude. Ainda segundo a Embrapa, a doença é mais severa em plantios contínuos de milho, principalmente em áreas irrigadas, e cultivo de safrinha.


Manejo da ferrugem do milho

O manejo de doenças do milho integra muitas práticas, que podem ser divididas entre manejo preventivo, e curativo.

Para obter sucesso no manejo da ferrugem do milho, é essencial se planejar para realizar o manejo preventivo de forma correta, e quando necessário, utilizar fungicidas curativos.

Os fungicidas preventivos devem ser utilizados de forma estratégica, considerando o planejamento do manejo da safra. Os fungicidas curativos, por outro lado, são utilizados para impactar diretamente o fungo que está se desenvolvendo nas plantas de milho.


Manejo preventivo da ferrugem do milho

O manejo preventivo da ferrugem do milho envolve um bom planejamento de safra, e o manejo eficiente de pragas e plantas daninhas ao longo do desenvolvimento da cultura.

Veja quais são as recomendações de manejo preventivo da ferrugem do milho que podem ser adotadas antes da safra começar:

  • Levantamento do histórico de ocorrências de doenças da lavoura.
  • Escolher cultivares resistentes ou tolerantes aos fungos das ferrugens.
  • Escolher sementes de alta qualidade e boa procedência, livres de doenças.

Quando a safra começar, o manejo preventivo deve ocorrer da seguinte forma:

  • Plantar em épocas que não coincidem com as condições climáticas que favorecem a ocorrência dos fungos causadores da ferrugem do milho.
  • Respeitar o posicionamento das empresas de semente em relação a ambiente, população de plantas e exigências nutricionais da cultura.
  • Realizar o controle eficiente de pragas e plantas daninhas.
  • Realizar monitoramento de doenças e pulverizar fungicidas preventivos quando a lavoura apresentar ocorrência inicial de ferrugem do milho.

Vale reforçar que o uso de cultivares de milho resistentes ou tolerantes a ferrugem, é uma prática de manejo preventivo de doenças de grande importância. Neste contexto, o histórico da lavoura é indispensável para que seja possível escolher a cultivar mais adequada.

Além de todas as práticas mencionadas, é possível realizar o manejo preventivo da ferrugem do milho com foco no longo prazo. Para obter resultado nesta abordagem, busca-se uma estratégia que integre a rotação de culturas com espécies não hospedeiras dos fungos causadores da ferrugem, e a rotação de cultivares de milho ao longo das safras.


Manejo curativo da ferrugem do milho

O manejo curativo da ferrugem do milho, conta com um monitoramento eficiente, e produtos de alta qualidade.

O monitoramento tem como objetivo identificar os tipos de ferrugem presentes no milho, e o estágio de desenvolvimento dessas doenças. Esta prática deve ocorrer durante toda a safra, mas deve ser intensificada durante períodos que favorecem o desenvolvimento dos fungos.

Com estes dados em mãos, é possível escolher o fungicida químico ou biológico mais adequado para realizar o manejo curativo no momento correto.


Manejo da ferrugem do milho com tecnologias Bayer

O manejo adequado da ferrugem do milho depende de tecnologias fungicidas que apresentem eficácia de controle, e diferentes modos de ação. Essas características são importantes em um fungicida, porque tornam o manejo de doenças mais eficiente sem aumentar a pressão de seleção de fungos resistentes.

Para atender a demanda dos produtores de milho por produtos fungicidas com estas características, Bayer oferece NATIVO® e FOX® XPRO, duas soluções de alta performance no controle de doenças.

O fungicida FOX® XPRO foi formulado para proteger o milho contra doenças como mancha branca, ferrugem-comum, ferrugem polissora, mancha foliar e cercospora. FOX® XPRO é mesostêmico e sistêmico, e integra os grupos químicos carboxamida, triazolintiona e estrobilurina.

NATIVO® é um fungicida mesostêmico e sistêmico, com ação preventiva e residual. Este produto é formulado a partir dos grupos químicos estrobilurina e triazol.

NATIVO® foi especificamente desenvolvido para manejar a ferrugem polissora, mancha-branca, cercospora, ferrugem-comum e mancha foliar em lavouras de milho.

Para saber mais sobre como manejar doenças na cultura do milho, assista ao Impulso Negócios Ep. 06:

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