Blog do Agro

Como manejar a cercosporiose no milho safrinha?

A cercosporiose é uma das principais doenças da cultura do milho em vários países.19 de março de 2024 /// 10 minutos de leitura
Milho

A cercosporiose, doença causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis, representa um desafio significativo para a produção de milho, especialmente no cultivo de segunda safra. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), esta doença afeta drasticamente a estrutura foliar das plantas, e apresenta potencial para comprometer até 80% da produtividade das lavouras de milho suscetível.

Ainda de acordo com EPAGRI, a cercosporiose está entre as principais doenças que afetam plantações cultura do milho ao redor do mundo. Segundo artigo técnico publicado pela instituição, estima-se que, nos Estados Unidos, a cercosporiose afeta até 25% da produtividade das lavouras de milho, enquanto na África do Sul, a redução de produtividade causada pela doença chega a cerca de 65%.

No Brasil, as primeiras ocorrências da doença foram registradas em 2000, no sudoeste do Estado de Goiás, nos municípios de Santa Helena, Jataí e Rio Verde. Desde então, o fungo Cercospora zeae-maydis se disseminou por todas as regiões de cultivo de milho no centro e sul do país.

Assim como as demais doenças que afetam a cultura do milho, a cercosporiose é favorecida por alta umidade e altas temperaturas, condições climáticas que têm persistido em diversas regiões produtoras do país por influência do El Niño. Como consequência desta adversidade, agricultores que optaram pelo cultivo do milho safrinha precisam realizar o manejo correto desta doença para evitar prejuízos.

Considerando a realidade de muitos produtores, que vêm enfrentando desafios no manejo da cercosporiose no milho safrinha, preparamos este artigo com informações relevantes sobre a doença.


O que você precisa saber sobre a cercosporiose

A cercosporiose é causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis, mas também pode ocorrer pela infeção do fungo (C. sorghi) var. maydis. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), esta doença infecta apenas plantas da cultura do milho, e na ausência de uma planta hospedeira, o fungo consegue sobreviver em restos culturais presentes no solo.

Para chegar até a planta de milho, o fungo, ainda presente em restos culturais, produz esporos, que são facilmente disseminados pela ação do vento e da chuva. Dias seguidos com alta umidade favorecem esse processo.

Ao alcançar a cultura do milho, o fungo acessa primeiro as folhas inferiores da planta. A partir desse momento, ocorre a germinação dos esporos. Publicação da Embrapa aponta que as condições climáticas favoráveis para a germinação dos esporos do fungo são, umidade relativa do ar superior a 90%, e temperatura em torno de 30°C.

Após a germinação, o fungo inicia a esporulação, que leva a doença para outras partes da planta, causando lesões visíveis. Segundo publicação da EPAGRI, os sintomas de cercosporiose geralmente são identificados entre os estágios fenológicos VT e R4 da cultura do milho.

O período latente da cercosporiose, ou seja, o tempo entre o início da infecção e a esporulação da doença, pode variar de acordo com a suscetibilidade do híbrido afetado. Conforme boletim da Embrapa, em variedades suscetíveis, este ciclo pode durar cerca de 14 dias, enquanto em híbridos moderadamente resistentes, este período pode se encerrar em 25 dias.


Sintomas e impactos da cercosporiose no milho safrinha

Segundo informações Embrapa, os sintomas da cercosporiose podem ser identificados como lesões de formato retangular, com a largura delimitada pelas nervuras principais das folhas. A cor dessas lesões pode variar, sendo marrom em estágios iniciais, e cinza quando há esporulação densa do fungo.

As principais características das lesões da cercosporiose são:

  • Desenvolvimento mais lento que as demais doenças foliares do milho.
  • O tamanho das lesões pode chegar até 6 cm de comprimento, e 4 mm de largura.
  • Várias lesões em uma mesma folha se apresentam como uma única lesão.
  • As lesões mais jovens apresentam um halo amarelado característico.

Os impactos na produtividade da lavoura de milho começam quando as lesões cobrem a maior parte da área fotossintética da planta. Como consequência, a planta de milho passa a perder água, o que gera a deterioração do colmo e o acamamento.

Estes danos mais severos podem ocorrer, principalmente, quando a infecção da doença ocorre muito cedo, formando muitas lesões foliares.

Ainda segundo o boletim técnico da Embrapa, a intensidade das perdas causadas pela cercosporiose em lavouras de milho pode variar de acordo com as condições climáticas, e quantidade de restos culturais infectados com o fungo presentes na lavoura.


Como manejar a cercosporiose no milho?

Para evitar que o fungo Cercospora zeae-maydis se desenvolva na lavoura, é necessário realizar a rotação de culturas com o objetivo de evitar que o fungo encontre hospedeiros e complete seu ciclo. Além disso, antes de escolher os híbridos para o plantio do milho, é fundamental acessar o histórico da lavoura para saber se a cercosporiose já foi identificada na área antes.

Por outro lado, quando o plantio do milho ocorre em áreas com o histórico de cercosporiose, é importante adotar as seguintes medidas:

  • Adoção de híbridos tolerantes à doença.
  • Realizar o plantio em época adequada, com população de plantas ideal.
  • Adquirir sementes de qualidade e procedência.
  • Realizar um bom manejo nutricional da lavoura.
  • Manejar pragas e plantas daninhas de forma correta.
  • Realizar a pulverização preventiva de fungicidas de acordo com a recomendação do fabricante e histórico de doenças da lavoura.

Para proteger a lavoura de milho dos impactos da cercosporiose a longo prazo, é importante se atentar a estas ações em todas as safras. Além disso, a rotação de híbridos de milho deve ser realizada anualmente, com a finalidade de evitar o desenvolvimento de populações do fungo resistentes a estas tecnologias.

Consulte o portfólio da DEKALB®, da AGROESTE® e da SEMENTES AGROCERES®, e conheça híbridos de milho que podem ser cultivados com segurança em regiões com histórico de cercosporiose, principalmente em períodos de instabilidade climática.


FOX XPRO no manejo da cercosporiose do milho

Para realizar o manejo preventivo da cercosporiose, o fungicida Bayer recomendado é o FOX® XPRO. O produto é mesostêmico e sistêmico dos grupos químicos carboxamida, triazolintiona e estrobilurina.

Com três modos de ação e três ingredientes ativos, FOX® XPRO foi desenvolvido para manejar a cercosporiose, e demais doenças foliares importantes da cultura do milho, como mancha branca (Phaeosphaeria maydis), ferrugem-comum (Puccinia sorghi), ferrugem polissora (Puccinia polysora), mancha foliar (Exserohilum turcicum) e mancha-foliar-de-bipolaris (Bipolaris maydis).

Para obter o melhor resultado no manejo de doenças com esta tecnologia, é recomendado:

  • Realizar monitoramento periódico da área.
  • Iniciar as aplicações preventivas durante o estádio vegetativo do milho ou ao identificar os primeiros sintomas da doença.
  • Em condições meteorológicas favoráveis para a doença, a segunda aplicação pode ser realizada com um intervalo de 15 dias.

O fungicida FOX® XPRO pode ser pulverizado apenas duas vezes em cada ciclo da cultura. Se for necessário realizar mais pulverizações, é recomendado utilizar produtos com mecanismos de ação diferentes do FOX® XPRO.

Para saber mais sobre doenças foliares do milho safrinha, assista ao Impulso Negócios EP. 73:

exclusivo para usuários logadosArtigos salvos e temas de interesseRealize seu login para salvar artigos e escolher os temas de seu maior interesse. Você poderá acessá-los a qualquer momento, sem perder de vista nenhum conteúdo de relevância pra você.