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Como identificar e controlar a cigarrinha do milho?

Conhecer o ciclo de vida e demais características da cigarrinha do milho é essencial para entender como identificar e controlar essa praga. Para isso, é fundamental investir no monitoramento da plantação e na adoção de medidas preventivas, como o tratamento de sementes e o manejo do milho tiguera.05 de julho de 2022 /// 3 minutos de leitura
Como identificar e controlar a cigarrinha do milho

O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo. Para alcançar essa colocação, entre outras estratégias, os produtores precisaram adotar medidas de controle de preventivo de pragas e doenças que atacam a cultura.

Dentre elas, a cigarrinha de milho se destaca por oferecer um grande risco à integridade da lavoura.

Embora não cause prejuízo de forma direta, ela atua como um inseto-vetor de várias patógenos, como o Spiroplasma kunkelii, responsável pela doença do enfezamento pálido; o fitoplasma, responsável pelo enfezamento vermelho, e o vírus raiado fino.

Para evitar esse problema, é essencial que o produtor conheça as características da cigarrinha, aprenda a identificar esse inseto e saiba como controlar essa praga.

Confira cada um desses pontos abaixo.

Qual a cigarrinha do milho?

A cigarrinha do milho (nome científico Dalbulus maidis) é um inseto cor de branco-palha, que pode parecer um pouco acinzentado. Mesmo quando atinge a idade adulta, esse inseto continua muito pequeno, apresentando cerca de 0,5 cm de comprimento.

No Brasil, a presença dessa praga é capaz de provocar grandes prejuízos aos agricultores. Porém, os danos não são causados diretamente pela ação dos insetos, mas por ação indireta.

Durante a sua alimentação, a cigarrinha pode transmitir vários patógenos para a planta. Dentre eles, se destacam as bactérias da classe mollicutes, responsáveis pelo desenvolvimento do enfezamento pálido e vermelho do milho.

De acordo com a Embrapa (2021), caso o enfezamento não seja controlado, as perdas podem alcançar 100% da produção.

Além disso, a cigarrinha também pode transmitir o vírus Maize Raiado fino virus, responsável pelo desenvolvimento da virose raiado fino ou virose risca.

Para entender como esses patógenos são transmitidos, é importante conhecer o ciclo de vida desse inseto.

A cigarrinha é bem adaptada ao clima tropical do Brasil, condição que favorece seu ciclo de vida. Além disso, o desenvolvimento desse inseto é beneficiado em função do país apresentar lavouras de milho em diferentes estádios, favorecendo sua alimentação.

O cultivo do milho safrinha e a presença de milho tiguera também dificulta o controle da espécie, que encontra um ambiente bem propício para adquirir recursos e se reproduzir.

Geralmente, a fêmea deposita seus ovos nas nervuras centrais dos cartuchos das folhas. Cada fêmea é capaz de depositar entre 400 e 600 ovos por vez. Esses ovos possuem uma coloração branca, quase transparente, e apresentam até 1 mm de comprimento e 0,2 mm de largura.

Durante cerca de 8 a 10 dias, esses ovos permanecem incubados, sendo que essa fase é favorecida quando a temperatura fica em torno de 26 a 28ºC.

Passado esse período, os ovos eclodem e ocorre a emergência das ninfas, que ficam juntas aos adultos em colônias. Geralmente, essas colônias permanecem dentro do cartucho do milho, local onde encontram proteção.

O período entre a deposição de ovos e o início da fase adulta dura cerca de 25 a 30 dias. No entanto, quando se tornam adultos, esses insetos podem viver por até 8 semanas.

Quando a Cigarrinha ataca o milho?

A cigarrinha pode transmitir patógenos durante todos os estágios do seu ciclo de vida, mas, até o momento, é impossível identificar quando ela está infectada ou não.

Por isso, é melhor presumir que todas elas são potenciais vetores de doenças, já que seu comportamento sugador a torna mais suscetível à infecção.

Como esse inseto se alimenta da seiva da planta, ela pode sugar a seiva de uma planta doente e adquirir vírus e bactérias. Esses microrganismos permanecem um período latente dentro do inseto, se multiplicando em suas glândulas salivares.

Depois disso, as cigarrinhas se tornam oficialmente vetores de doenças, transmitindo patógenos para plantas sadias.

No entanto, a gravidade dos danos provocados pela praga depende do estágio fenológico em que a cultura é atacada.

Caso a lavoura seja atacada nas fases iniciais de desenvolvimento, ou seja, entre os estádios V1 e V5, os prejuízos são maiores, já que as doenças prejudicam a formação e o enchimento dos grãos.

Porém, quando a plantação é atacada numa fase mais avançada do desenvolvimento, os prejuízos são menores, uma vez que a planta apresenta uma maturidade fisiológica mais avançada.

Como identificar a cigarrinha do milho?

Investir no monitoramento da lavoura desde a emergência do milho permite a identificação precoce da cigarrinha. Para isso, é importante observar os cartuchos das folhas do milho, local onde esse inseto costuma se alojar e se reproduzir.

Porém, para confirmar sua identidade, é fundamental conferir a existência de duas manchas escuras entre os olhos do inseto. Essa é a principal característica que diferencia a cigarrinha de outras pragas que atacam a lavoura de milho.

Com essa identificação precoce, o agricultor consegue iniciar a aplicação de estratégias de controle mais eficientes, antes do desenvolvimento das doenças que ela transmite.

Como controlar a cigarrinha do milho?

Em função do seu comportamento alimentar e ciclo de vida, a cigarrinha é uma praga de difícil controle. Como esse inseto é transmissor de fitopatógenos, os danos não são proporcionais ao tamanho da população, mas resultam da capacidade de disseminação dos patógenos.

Por isso, não é possível determinar o Nível de Dano Econômico (NDE) ou nível de controle dessa praga.

O que agricultores e pesquisadores já perceberam é que a adoção de uma única estratégia de manejo, de modo isolado, não é suficiente para controlar a praga na lavoura.

Na verdade, o ideal é que o produtor inicie estratégias de manejo antes mesmo da semeadura do milho, de maneira preventiva.

Confira abaixo as principais estratégias de controle da cigarrinha do milho.

Eliminação do milho tiguera

O cultivo de milho durante todo o ano tem sido considerado um dos principais fatores responsáveis pela expansão e pressão de ataque da cigarrinha em diversas regiões.

Por isso, uma das principais estratégias de manejo da cigarrinha é a eliminação de plantas de milho tigueras no período de entressafra e durante o cultivo da soja.

Como o milho é o principal hospedeiro dessa praga, a retirada de planta voluntárias de milho permite a eliminação de possíveis fontes de alimento e de reprodução. Como consequência, ocorre a redução da população de insetos e a pressão de ataque nas fases iniciais de desenvolvimento do milho. 

Além disso, o manejo do milho tiguera permite a eliminação de plantas infectadas com patógenos. Esse tipo de planta atua como fonte de aquisição de patógenos para as cigarrinhas, que transmitem esses microrganismos para plantas sadias.

No entanto, para que essa estratégia tenha o efeito esperado, é crucial que ela seja adotada em grande escala, por todos os produtores.

Como o inseto possui alto potencial reprodutivo e capacidade de migração a longas distâncias, é necessário que todos os agricultores se mobilizem para interromper esse processo de transmissão.

Cuidado no manejo do milho voluntário

A presença do milho voluntário favorece o desenvolvimento da cigarrinha. Herbicidas formulados com glifosato são opções eficientes no controle desse milho tiguera. No entanto, o plantio de variedades de milho resistentes ao glifosato (GR) em áreas com sistema de sucessão ou rotação de cultura dificulta a eliminação dessas plantas.

Por isso, a eliminação do milho voluntário gerado a partir de semente GR, exige que o agricultor utilize herbicida com outros mecanismos de ação, especialmente graminicidas.

Os produtores também podem optar pelo cultivo de variedades mais tolerantes ou menos suscetíveis aos danos causados pela cigarrinha.

Porém, como não existem muitos cultivares com essa característica, é importante analisar o histórico da área de cultivo, verificar a ocorrência de ataques e de enfezamentos.

Assim, o agricultor pode adquirir sementes de híbridos menos suscetíveis para contribuir no manejo.

Controle químico da cigarrinha

As medidas de controle químico da cigarrinha-do-milho são fundamentais para redução dos danos. No entanto, para que essas medidas sejam efetivas, elas devem ser adotadas já nas fases iniciais de desenvolvimento do milho, período em que os danos da praga são mais severos.

Essas medidas de proteção inicial são importantes para impedir a reprodução e multiplicação da praga, prevenindo uma possível explosão populacional da cigarrinha em estágios subsequentes.

Uma dessas medidas de controle químico é o tratamento de sementes, que tem sido bastante eficiente na redução da população da praga.

O tratamento realizado com inseticidas, especialmente neonicotinóides, tem mostrado resultados positivos, sendo uma proteção eficaz após a emergência da cultura.

Porém, somente o tratamento de sementes não é suficiente para proteger a lavoura, especialmente em áreas com histórico de ataque e de alta pressão.

Por isso, é importante investir na aplicação complementar de inseticidas foliares. Assim, é possível intensificar a proteção inicial do tratamento de sementes e controlar as novas gerações dentro da cultura, bem como os adultos migrantes de áreas vizinhas.

O número de pulverizações de inseticidas foliares pode variar de região para região e será determinado em função do monitoramento.

No portfólio da Bayer, o produtor conta com o tratamento de sementes CropStar. Esse tratamento potencializa o controle da cigarrinha do milho e de outras pragas. Assim, ele proporciona melhor arranque inicial e a proteção do potencial produtivo.

Conheça todos os benefícios do tratamento CropStar!

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