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Táticas de controle do ácaro-da-leprose nos citros

Essa doença que ataca os citros causa grandes danos e reduz a vida útil das árvores. Saiba como lidar com ela e proteger o seu pomar17 de setembro de 2024 /// 14 minutos de leitura

A leprose dos citros é causada por um vírus que é transmitido principalmente por um ácaro: o Brevipalpus yothersi.

"Esse ácaro ocorre na cultura dos citros o ano todo, porém, no período mais seco, de abril a outubro, e na região Sudeste do Brasil observa-se os maiores picos populacionais. Essas condições de temperatura e umidade relativa baixas são fatores que ajudam no desenvolvimento do ácaro", diz Daniel Andrade, professor da Unesp de Jaboticabal.

Esse ácaro contrai o vírus entre as fases de larva a adulto, quando se alimenta de partes de plantas contaminadas. Um agravante é que o vírus pode ser transmitido de uma fase para outra ao longo do desenvolvimento do ácaro.


Sintomas da leprose dos citros

Embora os sintomas da doença sejam restritos às áreas de alimentação do ácaro, eles podem aparecer tanto nos frutos como nas folhas e ramos. As lesões da doença depreciam e causam queda prematura dos frutos, redução da fotossíntese, queda de folhas e seca dos ramos.

Nos frutos, as lesões necróticas são marrons, em formato circular, com algumas rachaduras no centro e rodeadas por um halo amarelo em frutos verdes ou halo verde em frutos maduros.

Nas folhas, as lesões arredondadas são lisas e aparecem em ambas as faces, com coloração verde clara ao centro e bordas amarelas. Os danos ficam próximos às nervuras e podem aparecer anéis concêntricos necróticos.

Por fim, nos ramos, as lesões são inicialmente amareladas e se tornam necróticas com o passar do tempo. Depois ficam marrom avermelhadas e irregulares, podendo causar a ruptura da casca e morte do ramo.


Medidas para controle do ácaro

A queda e a depreciação dos frutos lesionados podem variar de zero a 2% quando a doença é controlada de forma eficaz. Porém, quando medidas de controle não são aplicadas, de 40% a 100% da produção é afetada. Para fazer o manejo correto, o monitoramento do pomar é fundamental.

"O controle do ácaro, ou seja, do vetor, sempre deve ser baseado na sua população, e nunca de forma preventiva. É importante que o citricultor realize o monitoramento, faça as inspeções e, quando detectado um nível de infestação de até 5% nos talhões, recomenda-se o controle", orienta o professor da Unesp.

Esse monitoramento deve ser realizado por pragueiros treinados, a cada 14 dias, durante todo o ano. Dessa forma, todas as fases de desenvolvimento do ácaro-da-leprose podem ser identificadas, sejam ovos, fases jovens ou adultos.

Além dos citros, o ácaro que causa a leprose possui outras plantas hospedeiras, como a trapoeraba, o picão-preto, a guanxuma e o mentrasto, que são plantas daninhas. Mas ele também pode se hospedar em algumas plantas utilizadas como cerca viva e quebra vento.

Como o vírus não se transloca nos vasos da planta e sua infecção é restrita às lesões, a eliminação das partes afetadas da planta evita que os ácaros remanescentes sejam contaminados e iniciem uma nova epidemia.

Além disso, em torno de 70% dos ácaros contaminados estão nas próprias árvores doentes. Mas os ácaros presentes em um raio de 25 metros da planta sintomática também podem transmitir a doença.

Por isso, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) recomenda a aplicação de acaricidas tanto na planta podada como naquelas que estão ao redor.


Oberon: o acaricida com modo de ação exclusivo

Quando o assunto é acaricida, a Bayer conta com Oberon®, um acaricida que possui um modo de ação exclusivo e alta performance contra ácaros, sendo uma ferramenta fundamental e excelente alternativa para rotação de manejo.

"Por se tratar de um produto com uma excelente ação lipofílica, ele adere às camadas da folha da planta. Isso proporciona uma persistência maior do produto na planta e contribui para um manejo mais prolongado. É um produto translaminar, então, isso facilita a absorção rápida em épocas chuvosas. Além disso, tem eficiência na aplicação e é seletivo para os inimigos naturais, o que vai ajudar no manejo dessa doença sem atrapalhar os tão importantes inimigos naturais", comenta Leonardo Turco, Gerente Field Marketing para Citros na Bayer.

Oberon® também faz parte da lista ProteCitrus, que auxilia o produtor no entendimento das regulamentações de produtos para a produção da citricultura, indicando os ingredientes ativos que atendem às exigências do mercado.


Táticas complementares contra o ácaro-da-leprose

Além do controle químico, algumas medidas complementares são muito importantes, como:

  • Realizar plantio de mudas saudáveis de viveiros certificados;

  • Implementar quebra-ventos com espécies não hospedeiras do ácaro, como Pinus e Torelliana, para reduzir sua entrada no pomar e sua disseminação pelo vento;

  • Lavar e desinfetar os materiais de colheita para prevenir a introdução do ácaro em áreas livres da doença;

  • Eliminar plantas daninhas que possam hospedar o ácaro;

  • Priorizar a colheita dos talhões saudáveis antes daqueles com histórico de contaminação;

  • Garantir a remoção completa dos frutos durante a colheita.

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