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Algodão: O que esperar na próxima safra?

Safra 2023/2024 bateu recordes, mas os preços da pluma sofreram queda. Saiba quais são as perspectivas para o próximo ciclo que começa em dezembro13 de setembro de 2024 /// 11 minutos de leitura

A safra de algodão 2023/2024, que está em início de colheita, deve ter uma produção recorde estimada em mais de 3,6 milhões de toneladas, sendo 14,8% maior que o registrado no último ciclo, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado é reflexo do aumento de 16,9% em área semeada de algodão, atingindo 1,9 milhões de hectares.

No entanto, os preços da pluma caíram em agosto, depois de 2 meses em alta. A média das cotações no último mês foi de R$ 4 por libra-peso, configurando uma queda de 1,9% em relação a julho e de 5,1% no comparativo com o mesmo período do ano anterior, em termos reais, de acordo com o Centro de Estudos em Economia Avançada (Cepea).

Os pesquisadores ainda ressaltam que a pressão é devido a necessidade de capitalização dos produtores, avanços na colheita de algodão e a menor paridade de exportação com a desvalorização no mercado internacional.


Movimentações no mercado de algodão

Esse cenário trouxe preocupação aos cotonicultores, que passaram a considerar a redução de área para a próxima temporada 2024/2025, a ser semeada a partir de dezembro.

É importante lembrar que o algodão não reage de forma tão imediata às variações do mercado financeiro como outras commodities. Portanto, é necessário esperar uma recuperação consistente da economia para que isso possa levar a um eventual aumento da demanda, o que pode começar a mostrar sinais de crescimento no próximo ano.

Em contrapartida, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), se comprometeram a aumentar o consumo de algodão no Brasil para 1 milhão de toneladas por ano, bem acima das quase 700 mil toneladas atuais. Além disso, as perspectivas são de atingir 4 milhões de toneladas em exportação de algodão até 2030.

"Mesmo com a situação atual de preços um pouco menores, na minha leitura, o Brasil deve plantar cerca de 2 milhões de hectares de algodão na safra 2024/2025. Temos resultados muito bons nas exportações e o Brasil assumiu a liderança no mercado internacional. Acho que o país consegue manter essa liderança por ter trabalhado bastante a questão da sustentabilidade, o acesso a mercados e por ser extremamente mais competitivo que os Estados Unidos", comenta o professor Marcos Fava Neves, que acredita em bons resultados para a próxima safra de algodão, com ligeiro aumento de área e manutenção dos preços.


Giro de notícias

Incêndios estão se propagando nas áreas de mata e cana para os cafezais em São Paulo. Com o tempo seco previsto e o receio de mais incêndios, produtores de trigo também estão antecipando a colheita.

Apesar dos altos preços de importação de trigo, as compras do cereal pelo Brasil atingiram o maior volume dos últimos dois anos. O motivo é a baixa oferta interna de trigo, especialmente de maior qualidade.

A exportação de milho do Brasil em setembro foi revisada para cima, em 6,47 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 5,98 milhões de toneladas em relação à projeção anterior.


Votações para o Prêmio Mulheres do Agro

Atenção, produtoras e produtores! As votações para a categoria Ciência e Pesquisa do Prêmio Mulheres do Agro se encerram nesta sexta-feira (13/09), às 23:59h (horário de Brasília). Não deixem de participar!

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