Percevejos da soja: eles precisam ser controlados para evitar danos
Você sabe como identificar esses insetos e o que deve ser feito para controlar a infestação? Acesse e confira o artigo completo no Blog do Agro.22 de julho de 2022As pragas na lavoura são uma das principais causas de dores de cabeça nos agricultores. Afinal, se elas não forem combatidas, os prejuízos financeiros podem ser grandes.
Um dos motivos de preocupação está relacionado aos percevejos da soja. Você sabe como identificar esses insetos e o que deve ser feito para controlar a infestação? Continue a leitura para descobrir.
Como identificar a presença de percevejos da soja
Os percevejos são insetos que fazem parte do grupo de sugadores. Eles atacam diversas culturas e a soja é uma das mais afetadas e, por isso, os produtores desses grãos devem redobrar os cuidados na lavoura.
Existem 3 espécies desses insetos que, comumente, são vistas no Brasil. Confira a seguir quais são:
Percevejo-verde (Nezara viridula)
Se desenvolve com maior frequência na região sul do país. Os ovos de coloração bege são depositados pela fêmea na região foliar interior. Cada fêmea pode colocar entre 50 e 100 ovos de uma vez, o que comprova o alto índice de infestação.
Assim que os ovos eclodem, surgem as ninfas. Nesse estágio, a praga tem cor preta e pode apresentar manchas claras. Elas ficam agrupadas até o estágio seguinte, chamado de ínstar.
É justamente nesta etapa que elas começam a se alimentar dos grãos de soja. Geralmente, ela dura entre 15 e 20 dias, a depender das condições climáticas e ambientais da região.
Por fim, na fase adulta, o percevejo-verde atinge entre 12 e 14 mm de comprimento. O nome dessa variação do inseto se refere justamente à coloração, já que ele passa a ser todo verde. Em boas condições, ele pode sobreviver até 50 dias.
Percevejo-pequeno (Piezodorus guildinii)
Esta espécie pode surgir em todas as regiões do Brasil. O nome é percevejo-pequeno porque o adulto pode atingir, no máximo, 10mm de comprimento.
A quantidade de ovos depositados varia entre 10 e 20, dependendo das condições ambientais em que a praga se desenvolve. Nesse estágio, o produtor rural pode reconhecer os ovos pela presença de pontos pretos nos dois lados das folhas.
As fêmeas costumam depositar esses ovos em fileiras pares, seguindo um padrão de 10 a 20 em cada postura. Na fase de ninfas, o percevejo-pequeno passa a ter coloração vermelha e assim permanece por 15 a 20 dias.
Com o passar do tempo, ele vai mudando de cor até que, na fase adulta, passa a ser completamente verde e, dependendo da região, verde amarelado. Além disso, os adultos também podem apresentar uma listra marrom.
Percevejo-marrom
Apesar de também ser identificada em diferentes regiões do Brasil, essa espécie costuma se desenvolver com maior frequência no Paraná, mais precisamente na região norte deste estado.
Vale dizer que essa variação de percevejo é uma das principais e mais abundantes pragas da soja no Brasil.
As fêmeas depositam entre 5 e 8 ovos de coloração bege, tanto nas folhas quanto nas vagens de soja. Assim que atingem o grau de maturação, esses ovos passam a ter uma cor rosada.
Vale dizer que de cada ovo pode nascer 2 percevejos. Por isso, a baixa postura não impede grandes níveis de infestação.
No estágio de ninfa, a praga passa a ter coloração que varia entre diferentes tonalidades de verde e marrom. A fase também pode durar de 15 a 20 dias.
Quando atinge a fase adulta, o inseto passa a ter cor marrom. Além da cor, o que difere o percevejo-marrom das outras espécies é o formato do seu corpo, que conta com espinhos nas laterais.
Vale dizer que essa espécie pode se alojar em folhas mortas no solo, onde passam um longo tempo acumulando proteínas para o desenvolvimento dos seus espinhos.
Danos que esses insetos podem causar na plantação de soja
De acordo com o Sistema de Alerta de Safra da Embrapa Soja, o aumento do número de percevejos na plantação pode indicar problemas que começam na fase de canivetinho, ou seja, quando as vagens começam a crescer.
Portanto, é importante ficar de olho nessa etapa da produção para evitar maiores prejuízos de dores de cabeça. Além disso, vale dizer que, tanto as ninfas quanto o estágio adulto dos insetos podem atrapalhar a cultura da soja.
Outro ponto que deve ser mencionado é que esse tipo de praga também pode atacar as sementes. Ou seja, você deve prestar muita atenção nas medidas de monitoramento da lavoura durante todas as etapas de cultivo.
Ao se alimentar dos grãos, a praga pode provocar a murcha e a má formação da soja. O grande problema é que a plantação não amadurece, ou seja, pode atrasar a colheita.
Como o percevejo retira as proteínas da soja, esse déficit nutricional acaba dando margem para o desenvolvimentos de doenças causadas por fungos ou bactérias.
Tudo isso pode interferir no preço do produto e trazer, como já dissemos, prejuízos financeiros.
Medidas de controle e manejo
O manejo integrado de percevejos da soja é a melhor abordagem para ser empregada na sua lavoura. Com um conjunto de técnicas, você poderá tomar decisões mais assertivas para evitar e resolver problemas causados pelas pragas.
Análise do histórico da região
Faça uma boa pesquisa sobre a ocorrência de pragas em safras anteriores. Também é importante acompanhar de que forma o clima interfere no ciclo biológico do inseto.
No caso do percevejo-marrom, por exemplo, uma pesquisa realizada pela Embrapa revelou que a temperatura entre 26 e 28ºC é favorável ao seu desenvolvimento. O mesmo estudo indica que a praga pode se manter por até 4 gerações na safra.
Inspeção regular na lavoura
O monitoramento da plantação vai te ajudar a tomar decisões de controle da praga com base nos níveis populacionais e sintomas que o inseto causa nos grãos. O ideal é manter uma inspeção mais detalhada ao fim da Vn (fase vegetativa).
Redobre o monitoramento nas fases R1 e R2. Como elas se referem ao começo da fase reprodutiva, os percevejos tendem a migrar para outras áreas da lavoura e até mesmo para plantações vizinhas.
Como já dito, os insetos acompanham a cultura por longo período e atrapalham o calendário da colheita. Por isso, é importante monitorar a área na fase R4, quando as vagens estão quase formadas, R5, R6 e R7, quando há o enchimento de grãos.
Proteção de cultivos
Em lavouras que produzem grãos, a pulverização da área com defensivos deve ser realizada quando, na batida de pano, são encontrados 2 percevejos maiores que 0,5cm.
Se você trabalha com produção de sementes, o ideal é pulverizar a plantação e garantir o controle químico quando a batida de pano indicar a presença de 1 percevejo maior que 0,5 cm.
Lembre-se de que a decisão pelo uso de defensivos também depende da data de plantio, idade da lavoura e histórico de cultivares. Em todos os casos, é fundamental usar produtos registrados e seguir as instruções de uso.
Geralmente, o ataque de percevejos da lavoura começa pelas laterais da plantação. Isso dispensa o uso de defensivos em toda a extensão da lavoura, ou seja, pode ser que a aplicação apenas nas bordas resolva o problema.
Monitoramento da palhada
Como o percevejo-marrom também ataca folhas mortas, é importante examinar a palhada com frequência. Caso você encontre vestígios do inseto, enterre a palhada e aplique defensivo nos focos de infestação.
Agora você já conhece o comportamento dos percevejos da soja e que medidas pode tomar para prevenir e combater a praga. Conte com a Agro Bayer para tomar as melhores decisões.