Controle de percevejos: métodos seguros e sustentáveis para evitar infestações
O controle de percevejos exige a adoção de diferentes técnicas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), incluindo a aplicação estratégica de produtos químicos e o monitoramento contínuo da lavoura.13 de novembro de 2024 /// 3 minutos de leituraOs percevejos são pragas agrícolas altamente destrutivas que causam danos diretos e indiretos às lavouras. Os prejuízos causados por esses insetos variam conforme a espécie e a cultura afetada.
Quando as infestações não são controladas, podem causar perdas significativas de produtividade e qualidade da colheita. Para evitar esses problemas e proteger sua rentabilidade, é essencial investir em um bom controle de percevejos.
Neste artigo, explicaremos por que eles estão entre as pragas mais importantes da agricultura, quais danos causam às plantações e quais são as melhores estratégias de controle para combater esse problema.
O que são percevejos e por que são uma preocupação?
Os percevejos são pequenos insetos sugadores que podem causar problemas importantes aos organismos que atacam. Dependendo da espécie, podem apresentar diferentes hábitos alimentares, atuando como predadores de outras pragas ou se alimentando do sangue de animais, por exemplo.
Aqueles que atacam as lavouras são classificados como fitófagos, insetos capazes de se alimentar de diversas espécies de plantas. Essa adaptabilidade favorece o rápido aumento da população da praga em áreas de cultivo, que também pode migrar para hospedeiros alternativos.
Por conta disso, sua infestação pode continuar mesmo após o fim do ciclo de uma cultura. A expansão do cultivo de plantas desenvolvidas com a tecnologia Bt, como a soja Bt, tornou o controle de percevejos ainda mais desafiador.
Como consequência, infestações da praga têm se tornado mais frequentes em culturas Bt, especialmente nas sucessões soja-milho e trigo-soja.
Quais danos o percevejo pode causar?
Os danos causados por percevejos variam conforme a espécie e a cultura atacada, e podem ocorrer de forma direta ou indireta.
Os danos diretos estão relacionados à alimentação desses insetos, que podem atacar e sugar os nutrientes de diferentes partes das plantas, como folhas, caules, flores, frutos e vagens.
Esse processo reduz a capacidade fotossintética das plantas e prejudica a realização de processos fisiológicos básicos. Como resultado, as plantas podem apresentar sintomas como crescimento reduzido, folhas amareladas, deformações, má formação de grãos e queda na qualidade das sementes.
Algumas espécies também podem injetar toxinas durante a alimentação, causando danos indiretos. Isso inclui problemas como retenção foliar, deformação de sementes, murchamento e, em casos extremos, a morte das plantas.
Além disso, os percevejos podem transmitir patógenos ao perfurar os tecidos das plantas. Durante o ato, são introduzidos microrganismos causadores de doenças, como fungos, que enfraquecem ainda mais as lavouras e causam perdas tanto antes quanto após a colheita.
Quais os tipos de percevejo?
Existem vários tipos de percevejos que podem afetar a produção agrícola, cada um com características e hábitos específicos. A identificação correta é fundamental para orientar estratégias de manejo e garantir um controle eficiente.
Confira a seguir quais espécies são mais comuns nas lavouras:
Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus)
Considerado uma das principais pragas do milho, esta espécie gera danos desde a fase de ninfa, quando começa a se alimentar da base da plântula. Durante a alimentação, ela também injeta toxinas na planta, provocando sintomas como amarelecimento das folhas e redução do crescimento.
Além do milho, esse inseto pode atacar outras culturas, como trigo, feijão, crotalária e braquiária. As infestações ocorrem principalmente em regiões quentes e de cultivo sucessivo de soja e milho.
Percevejo-verde (Nezara viridula)
Este inseto ataca principalmente as partes reprodutivas das plantas de soja, provocando o chochamento dos grãos e problemas devido à injeção de toxinas.
Além da soja, a praga também ataca outras plantas hospedeiras, como feijão, arroz, algodão e macadâmia. Essa espécie é comum em regiões mais frias, como o sul do Brasil, onde é especialmente abundante.
Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)
Este inseto ataca várias culturas, como feijão, alfafa, crotalária, soja e algodão. Ele causa lesões profundas nos tecidos das plantas, prejudicando sua nutrição e desenvolvimento. Essas lesões são especialmente profundas na soja devido ao tipo de picada realizada.
Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
Esta espécie é uma praga subterrânea que pode atacar as raízes de diversas culturas, como pastagens, algodão, cana-de-açúcar, arroz, café, sorgo e eucalipto.
Os danos aparecem em reboleiras e variam conforme o tamanho da infestação. Em populações maiores, o ataque pode causar murchamento, amarelecimento e, em casos graves, morte das plantas.
Ele pode ser encontrado em todo o país, mas é mais comum em épocas chuvosas, quando migra para a superfície para se alimentar das raízes.
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
A soja é a principal hospedeira dessa praga, que ataca principalmente as vagens das plantas. No entanto, ele também pode atacar outras culturas como algodão e milho, além de ervas daninhas como leiteiro e carrapicho-de-carneiro.
Geralmente, ele migra para o milho cultivado após a colheita, mas causa menos danos em comparação aos produzidos na oleaginosa. No algodão, a praga se alimenta das cápsulas em maturação, reduzindo a qualidade dos fios.
Veja mais: Manejo de pragas na entressafra
Como fazer o controle de percevejos?
O controle de percevejos deve ser feito por meio da adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), abordagem que combina diferentes técnicas de manejo para reduzir a população dos insetos de forma eficiente e sustentável.
Isso porque ela tem vários hospedeiros e a facilidade para se movimentar e infestar lavouras. Em outras palavras, eles são pragas de difícil controle. Por isso, a adoção de uma estratégia isolada é incapaz de eliminar esse problema. Em vez disso, você deve investir em medidas como:
Rotação de culturas com plantas resistentes ou não hospedeiras;
Eliminação de restos culturais na área de plantio;
Manejo de ervas daninhas e de plantas tigueras;
Controle biológico de pragas;
Controle químico — considerado um dos pilares da estratégia de manejo desses insetos.
Quais os produtos para fazer o controle de percevejo?
Os produtos indicados para o controle químico variam conforme a espécie da praga e a cultura infestada.
Para o controle do percevejo barriga-verde, por exemplo, é comum o uso de inseticidas que combinam neonicotinoides com carbamatos. Essa combinação é eficaz devido à ação rápida e ao efeito residual prolongado que oferece.
Já para controlar o percevejo marrom ou pequeno, você pode investir em inseticidas à base de piretroides isolados, combinações de piretroides com organofosforados, misturas de neonicotinoides com piretroides, ou produtos que combinam dois piretroides.
Misturas contendo neonicotinoide e piretroide, por exemplo, são bastante utilizadas na cultura da soja. Elas proporcionam bons resultados porque oferecem um rápido efeito de choque pela ação do piretroide e também um efeito residual pela ação do neonicotinoide.
Um dos produtos indicados para esse tipo de controle é o inseticida Connect, que combina os ativos imidacloprido (neonicotinoide) e beta-ciflutrina (piretroide), oferecendo controle prolongado contra diversas espécies.
Vale lembrar que você precisa alternar inseticidas com diferentes ingredientes ativos para evitar a pressão de seleção de insetos, que pode levar ao desenvolvimento de populações resistentes de praga
Como prevenir os percevejos?
A melhor estratégia para evitar que os percevejos infestem sua lavoura consiste em adotar as práticas do MIP. Ao combinar técnicas de manejo cultural, físico, biológico e químico, você reduz as condições favoráveis ao desenvolvimento e aumento populacional desses insetos.
Assim, as infestações diminuem e o número de indivíduos encontrados na lavoura são mantidos abaixo dos níveis de danos econômicos (NDE).
Para garantir esses resultados, você precisa investir no monitoramento contínuo de pragas, processo que pode ser feito com o auxílio de armadilhas, pano-de-batida e ferramentas de agricultura digital.
Os resultados desse monitoramento determinam qual o momento ideal para aplicar inseticidas. Esses produtos devem ser aplicados quando se identificam, em média, quatro insetos (adultos ou ninfas com mais de 0,5 cm) por pano-de-batida, ou dois em lavouras destinadas à produção de sementes.
Isso porque a eficiência é maior quando aplicados no início da infestação, impedindo um aumento rápido da população. Por esse motivo, investir no monitoramento é fundamental para o controle químico ser feito com eficiência.
Serviço de monitoramento de pragas
Se você ainda tem dificuldade para monitorar a fazenda devido ao tamanho da área de cultivo, número de talhões ou falta de mão de obra capacitada, a recomendação é investir em serviços de monitoramento, como o Patrulha Percevejo.
Desenvolvida pela Bayer, a iniciativa conta com o apoio de técnicos especializados e treinados, responsáveis por vistoriar e monitorar semanalmente nas áreas.
Quando elas são encontras em um nível de infestação que justifica o controle, você é orientado a aplicar defensivos. Assim, manter a lavoura protegida fica mais fácil.
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Saiba mais sobre o Patrulha Percevejo na soja!
- Serviço que une informação e tecnologia
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- Mais de 600 mil hectares de soja e milho monitoradas
Início do Monitoramento:
Estágio vegetativo (25 à 30 dias após emergência)
Período de monitoramento:
90 dias (até à colheita)
Frequência das vistorias:
Semanais
Número de vistorias:
10 à 12 amostragens durante o ciclo da cultura