Morfologia da cana-de-açúcar
Preparamos um glossário com os principais termos utilizados no universo da produção de cana-de-açúcar.15 de dezembro de 2022 /// 4 minutos de leituraSegundo o Serviço Nacional De Proteção De Cultivares (SNPC), atualmente existem cerca de 250 cultivares registradas de cana-de-açúcar. Para diferenciar todos estes materiais, é necessário saber identificar suas especificidades a campo.
De acordo com a Embrapa Recursos Genéticos E Biotecnologia, o conhecimento da morfologia da cana-de-açúcar é fundamental na caracterização de cada germoplasma a campo, além de facilitar o “roguing” nos canaviais.
Para te ajudar a entender as características da planta de cana-de-açúcar, e outros termos utilizados durante o manejo da cultura ao longo das safras, preparamos um glossário fácil de entender, e rápido de ler. Confira!
Glossário da cana-de-açúcar
Cana-planta
Essa cana é aquela que foi plantada pela primeira vez ou sofreu o primeiro corte.
Cana-soca
É também conhecida como segunda folha. Essa cana provém da rebrota daquela que era considerada cana-planta. A ressoca ou folha de enésimo corte acontece após sucessivos cortes até última colheita, quando se encerra o ciclo da cana plantada pela renovação do canavial.
Cana de ano e meio
Ciclo em que a cultura da cana tem de 14 a 22 meses para se desenvolver. Plantada de janeiro a março, é a melhor época para o bom desenvolvimento de gemas, com temperaturas e umidade adequadas.
Cana de ano
Plantada no período de novembro e dezembro, a cana de 12 meses tem como vantagem a logística facilitada do maquinário em regiões que também realizam o plantio de cana de ano e meio. Como desvantagem, o cultivo tem menor produtividade, já que tem apenas sete a oito meses de crescimento efetivo (um único verão).
Cana de inverno
É facilitado pelo uso da torta de filtro que contém umidade elevada para a cana plantada no período da estiagem. A fertirrigação com vinhaça permite a condução da cultura durante todo o ano.
Cana-energia
Cana transgênica criada especificamente para aumentar a produção de biocombustíveis, bioquímicos e geração de energia renovável.
Colmo
Estrutura de caule que é utilizada para a propagação assexuada e estabelecimento do canavial. Conhecido como tolete, os segmentos do colmo são compostos por nós e entrenós. O colmo é responsável pela sustentação das folhas, e contém até 92% de caldo e 14% de fibras.
Caldo
O caldo é composto por água e açúcar, que integra a maior parte dos açúcares (sacarose, principalmente). É a parte mais importante da cana-de-açúcar.
Folha
São as estruturas responsáveis pela realização da fotossíntese composta por lâmina foliar, bainha e colar. Um Estudo publicado por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, explicou que até os quatro meses de desenvolvimento são observadas as maiores taxas de fotossíntese na cultura. Após seis meses, a planta começa armazenar sacarose no colmo e nas raízes e praticamente cessa a fotossíntese.
Inflorescência
Conhecido também como panícula. É a estrutura responsável pela preservação da espécie, mas tem pouca importância para o produtor de cana. O florescimento da cana consome o açúcar através do processo de respiração, resultando no chocamento ou isoporização (perda de água dos entrenós).
Nó
Contêm gemas (tecido meristemático), a zona radicular, anel de crescimento, cicatriz de da folha no colmo e a zona cerosa. Também conhecido como nódio, essa estrutura é muito importante para a diferenciação de variedades de cana-de-açúcar.
Perfilhamento
Processo de emissão de colmos em uma mesma planta, que recebem o nome de perfilhos. É esse processo que resulta na formação da touceira da cana-de-açúcar e está diretamente ligado à população de colmos colhidos por hectare.
Raízes
O sistema radicular da cana-de-açúcar é do tipo fasciculado, e é composto por três tipos básicos:
- Raízes superficiais, ramificadas e absorventes;
- Raízes de fixação, que são as que primeiro aparecem na zona radicular do tolete plantado;
- Raízes cordão, que podem atingir até 6m de comprimento.
As raízes da cana-soca são mais superficiais do que as da cana planta, já que os perfilhos da soqueira brotam mais próximos à superfície. Assim, quanto maior a quantidade de cortes, mais superficial vai se tornando o sistema radicular da soqueira.
Rizoma
Caules subterrâneos existentes nas raízes. São importantes após o corte, pois o rizoma é a estrutura que permanece enterrada no solo após o corte da cana-de-açúcar. Na cana-planta, o rizoma é importante para a brotação da planta. Na cana-soca, o rizoma é essencial para a rebrota do canavial.
Região do joelho (ou dewlap)
Junção entre a lâmina foliar e a bainha da folha. Região muito importante para a caracterização do material.
Sistema MPB
Sigla para o termo “Mudas Pré-Brotadas”. A tecnologia leva mudas brotadas para o campo por meio da cultura de tecidos, em vez de toletes de cana-de-açúcar.
TCH
Sigla para o termo “Toneladas de Cana por Hectares”. É como se mede a produtividade de um canavial.
Sigla para o termo “Toneladas de Cana por Hectares”. É como se mede a produtividade de um canavial.
Sigla para o “Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente”. É um arranjo que envolve o consórcio de plantas de cana-de-açúcar com outras culturas, como soja, milho ou amendoim. A estratégia tem sido utilizada para otimizar a logística de plantio da cana. O plantio intercalar da cana é feito em uma parte da área de reforma, e sua própria produção é utilizada como muda para o restante da área.
A faixa sem linhas de cana pode ser utilizada para outras culturas de ciclo curto. Os benefícios desse método são: produção de mudas, redução nos custos de implantação do canavial, renda extra com outra cultura, ou espaço para semeadura de plantas de coberturas
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