Quais são as melhores práticas para colheita de milho?
A colheita de milho é um processo crucial na agricultura, realizado geralmente entre os meses de abril e julho. Envolve a colheita mecânica das espigas maduras, seguida da separação e armazenamento dos grãos para uso humano e animal, representando um pilar econômico fundamental.09 de outubro de 2024 /// 7 minutos de leituraCultivar sementes de milho de qualidade, aplicar defensivos na hora certa e cuidar da adubação da lavoura são apenas algumas práticas adotadas pelo produtor visando obter uma safra rentável. Porém, não adianta fazer o manejo correto ao longo do desenvolvimento da cultura e negligenciar a colheita de milho.
Afinal, as estratégias e práticas adotadas antes, durante e após essa operação também são determinantes nos resultados da lavoura. Para garantir uma boa rentabilidade agrícola, o produtor precisa entender como conduzir esse processo de forma eficiente.
Mas como fazer isso? Continue a leitura e descubra!
Por que fazer o manejo da colheita de milho?
Segundo estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o produtor pode registrar perdas de 7% a 8% da produção por conta de problemas na colheita.
Essas perdas podem ocorrer por vários motivos. Por exemplo, os sabugos podem cair na parte de trás da colhedora durante a operação ou os grãos serem jogados na plataforma do maquinário.
Isso mostra que estratégias de manejo empregadas durante esse processo impactam diretamente nos resultados da safra. Por esse motivo, é importante que o produtor adote as medidas necessárias para garantir que tudo seja bem-sucedido.
Importância do planejamento da colheita de milho
Adotar uma gestão estratégica ajuda a produzir mais e gastar menos recursos. Uma das atividades-chave que compõem esse tipo de gestão é o planejamento da safra.
Esse processo é geralmente realizado antes do início do plantio, quando o produtor define vários aspectos relacionados a semeadura e expectativas da safra. Mas essa atividade não deve se restringir a essa etapa. Isso porque também é preciso planejar sua colheita para assegurar bons resultados.
Ao antecipar e organizar todas as etapas do processo, ele entende o que precisa ser feito para alocar e preparar todos os recursos e procedimentos necessários para essa operação.
Isso inclui desde a manutenção do maquinário e contratação de operadores de colheitadeira, até a logística do pós-colheita, que inclui questões como rota de escoamento, negociação e comercialização da safra.
Assim, o planejamento ajuda a evitar imprevistos que podem comprometer o andamento, como problemas com maquinário e mão de obra. Além disso, essa prática também garante que tudo seja realizado no tempo certo e com o mínimo de desperdício.
Quando fazer a colheita de milho?
A operação deve ser realizada no momento certo para garantir a máxima produtividade e qualidade dos grãos. Mas a definição desse “momento ideal” depende da análise de vários fatores.
O primeiro deles é avaliar se a semente já atingiu sua maturidade fisiológica, ponto no qual os grãos chegam no seu máximo desenvolvimento e acúmulo de nutrientes.
Segundo dados da Embrapa, esse estágio pode ser identificado quando pelo menos 50% dos grãos apresentam uma mancha preta na base em contato com o sabugo.
O produtor também precisa identificar o teor de umidade dos grãos, que indica a quantidade de água disponível nas sementes. O teor ideal varia conforme a finalidade de uso da produção.
Ainda de acordo com da Embrapa, o grão que será seco em silo cheio, por exemplo, deve ter, no máximo, 20% de umidade durante a operação. Por outro lado, o milho doce pode ser colhido com 72% a 75% de umidade.
Veja também: Como estimar a produtividade do milho
Qual é a época da colheita do milho?
Em geral, a época de colheita dessa cultura ocorre 120 a 180 dias após o plantio. Nesse período, as espigas ficam secas e os cabelos (estilos-estigmas) se tornam marrons.
Porém, isso não é uma regra, já que o tempo ideal para essa operação também depende de vários fatores, como ciclo da variedade cultivada, o destino da produção e as condições climáticas.
Vale lembrar que os produtores brasileiros costumam investir em duas safras, a safra de verão e safra de inverno (safrinha). A primeira normalmente é realizada entre fevereiro e junho, enquanto a segunda ocorre entre junho e setembro.
Como fazer a colheita do milho?
Essa operação pode ser feita de forma manual ou mecanizada, dependendo do tamanho da propriedade e dos recursos disponíveis. O método manual é utilizado em lavouras pequenas e em áreas com declive.
Já o método mecanizado é realizado por colhedoras acopladas a tratores e por colheitadeiras automotrizes. As máquinas acopladas são utilizadas em lavouras menores para colher grãos ou espigas.
Já as colheitadeiras automotrizes são máquinas capazes de realizar diversas operações simultaneamente, como corte, debulhamento e limpeza dos grãos. Por conta da sua capacidade operacional, elas são usadas em fazendas maiores.
6 melhores práticas para colheita do milho
Caso o produtor invista no método mecanizado, precisará adotar algumas práticas antes da entrada do maquinário no milharal. Elas devem ser incluídas no planejamento, processo em que o produtor definirá o que, quando e como cada uma dessas medidas serão realizadas.
Confira a seguir 6 práticas para evitar perdas e garantir o sucesso dessa operação:
1. Faça o manejo das plantas daninhas
Além de prejudicar o desenvolvimento, as plantas daninhas podem causar o embuchamento das colhedoras, prejudicando o andamento. Por esse motivo, o produtor deve adotar técnicas de manejo dessas plantas antes do início, como a aplicação de herbicidas.
2. Cuide do manejo de pragas
Outra prática importante é investir no manejo de pragas do milho, já que elas podem se manter vivas na palhada ou ser disseminadas por meio das máquinas. Para evitar esse problema, é fundamental investir no Manejo Integrado de Pragas (MIP).
3. Limpe a área da lavoura
O produtor precisa se certificar que o solo está livre de barreiras físicas que atrapalhem. Por esse motivo, ele deve fazer uma inspeção na área e remover detritos, objetos, restos vegetais, entre outras barreiras que encontrar.
4. Monitore a umidade dos grãos
Segundo a Embrapa, esse monitoramento pode ser feito por meio do método de resistência da espiga à torção, do teste de resistência do grão ao risco e do teste de resistência do grão à pressão do dente.
5. Faça a manutenção da colhedora
De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), problemas com o maquinário estão entre as principais causas de perdas durante a colheita de milho.
Para evitar esses problemas, o produtor deve investir na manutenção da colhedora, que consiste na realização periódica de verificações e ajustes. Essa manutenção deve ser feita conforme as orientações do fabricante.
Por isso, é fundamental consultar o manual técnico antes de fazer qualquer procedimento. Normalmente, esse processo envolve verificações e ajustes na plataforma de corte, no sistema de trilha, separação e limpeza, no condutor longitudinal, no motor, e nos sistemas elétrico e hidráulico
6. Proteja os animais
Os cães são muito comuns em propriedades agrícolas. Porém, eles devem ser mantidos distantes da plantação. Esses cuidados são essenciais para preservar a vida dos animais e evitar problemas com o maquinário.
Cuidados pós-colheita do milho
A produtividade da colheita do milho também é influenciada pelas medidas adotadas após a saída do maquinário. Nessa fase, o produtor precisa cuidar do transporte, da secagem e do armazenamento adequado desses grãos.
Na etapa de armazenamento, por exemplo, é importante fazer o manejo de pragas e doenças do milho que podem ser registradas em silos. Além disso, é importante monitorar e controlar a umidade dos grãos armazenados para evitar perdas.
Por isso, os cuidados são fundamentais para garantir que a safra permaneça comercialmente viável por mais tempo, facilitando sua venda.
Como a tecnologia otimiza a colheita de milho?
Um dos motivos que explicam por que o Brasil é um dos maiores produtores de milho do mundo é o investimento do país em tecnologia. Soluções associadas à agricultura de precisão e a agricultura digital têm contribuído para otimização da cadeia produtiva, inclusive a colheita.
Com o apoio de colhedoras automáticas, softwares de gestão agrícola, sensores, drones, entre outras ferramentas, o produtor consegue monitorar tudo em tempo real.
Assim, ele pode fazer os ajustes necessários antes, durante e depois da entrada do maquinário. Isso garante que o processo seja feito com eficiência e resulte no aumento da produtividade.
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