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Conheça as 5 principais doenças da soja

As doenças da soja podem causar perdas significativas de produtividade. O primeiro passo para evitar esses prejuízos é aprender a identificar seus sintomas na lavoura.17 de julho de 2022 /// 16 minutos de leitura

As pragas agrícolas são as principais inimigas dos produtores. Em todas as safras, eles investem gastam valores consideráveis para otimizar o controle das pragas, evitando a perda da produtividade na lavoura.

No Brasil existem grandes variedades de doenças e pragas da soja. Pensando nisso, preparamos uma lista com as 9 principais pragas que atacam os grãos, assim como a melhor forma de controlá-las. Confira!

Fazer o controle das doenças da soja é um dos principais desafios que o sojicultor deve superar para garantir uma safra produtiva. Caso contrário, a disseminação de patógenos pode reduzir de forma significativa a produtividade da cultura.

Para evitar prejuízos, o sojicultor precisa aprender como prevenir doenças na cultura da soja e como eliminá-las da lavoura. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é aprender como identificar as principais doenças da soja.

Neste artigo, explicaremos quais são essas doenças, como identificá-las e quais as melhores estratégias de manejo para lidar com esse problema.


Como identificar doenças nas plantações de soja?

A identificação correta das doenças da soja é uma das práticas mais importantes para garantir o sucesso das estratégias de controle.

Isso porque cada doença é causada por um microrganismo específico, com características únicas. Por esse motivo, cada doença pode exigir que o produtor adote medidas de controle químico específicas.

O ideal é que a identificação seja feita de forma precoce. Afinal, quanto antes a doença for detectada, mais cedo o produtor adotará as práticas necessárias para acabar com o problema.

E a única maneira de garantir a identificação precisa e precoce dos patógenos na lavoura de soja é investir no monitoramento contínuo da plantação.

Esse monitoramento consiste na realização de visitas contínuas à lavoura, nas quais o produtor deve ficar atento a quaisquer sinais incomuns em uma planta saudável.

Por exemplo, folhas manchadas, vagens com pontos negros, caule necrosado, crescimento anormal, desfolha precoce, entre outros sinais.

O uso de ferramentas da agricultura digital também auxilia nesse monitoramento, facilitando a identificação de problemas nos talhões, como falhas e falta de uniformidade. Tais problemas podem sinalizar as plantas infectadas na lavoura.


5 principais doenças que afetam a cultura da soja

Assim que o produtor identifica alguma anormalidade nas plantas, ele deve verificar se esse sinal é o sintoma de alguma doença da soja. Para fazer essa associação, ele precisa ter algum conhecimento sobre as doenças que atacam a cultura.

Segundo o Manual de Identificação de Doenças da Soja, elaborado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), já foram identificadas mais de 40 doenças nocivas à oleaginosa. No entanto, o produtor não precisa conhecer todas elas.

O ideal é que conheça pelo menos os sintomas das principais doenças da soja, especialmente daquelas com histórico de incidência na região da fazenda.

Confira abaixo as características de algumas das doenças mais frequentes nas lavouras de soja do país.


1. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

A ferrugem asiática é uma doença fúngica que ataca lavouras de todas as regiões do Brasil. Atualmente, ela apresenta o maior potencial de dano à cultura da soja, já que pode reduzir a produção em até 90%.

O fungo ataca principalmente as folhas, inibindo a fotossíntese e causando a desfolha precoce. Como resultado, o ataque impede a formação completa dos grãos, reduzindo a produtividade da lavoura.

A presença da doença na plantação pode ser identificada ainda nos primeiros estágios de infestação, quando ocorre a formação de pequenos pontos mais escuros do que o tecido sadio da parte superior da folha. Esses pontos podem variar entre verde e cinza-esverdeado.

Já na parte inferior da folha, é possível observar a formação de pequenas protuberâncias com coloração castanha, semelhantes a feridas ou bolhas. Essas protuberâncias são conhecidas como urédias, estruturas responsáveis pela disseminação do fungo da ferrugem-asiática pelo ar.


2. Antracnose (Colletotrichum truncatum)

A antracnose é uma das principais doenças fúngicas que ocorrem nas plantações de soja localizadas em regiões de Cerrado e no Matopiba. Essa doença é causada pelo fungo Colletotrichum truncatum, que pode causar danos nas folhas, caules, vagens e sementes da oleaginosa.

O principal sintoma da antracnose é o aparecimento de manchas marrons ou em tons mais escuros. Essas manchas podem ser encontradas nas nervuras das folhas, hastes e vagens.

Quando as vagens são infectadas nos estádios R3 e R4, elas podem apresentar uma mudança na coloração, que passa a variar entre castanho-escuro e negra. As vagens também podem ficar retorcidas e, quando estão em granação, podem apresentar manchas e pontuações negras.

O desenvolvimento desses sintomas pode causar a morte das plântulas, necrose nas folhas, quedas nas vagens e deterioração das sementes.

O fungo causador da doença pode ser encontrado em sementes infectadas ou restos culturais contaminados de uma safra anterior. Lavouras com problemas de deficiência nutricional são mais suscetíveis à antractnose.

Umidade e temperatura elevadas, características da região Centro-Oeste do país, também favorecem o desenvolvimento da antracnose.


3. Podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae)

A podridão radicular de fitóftora é uma doença causada pelo oomiceto Phytophthora sojae, um microrganismo semelhante ao fungo. Essa doença pode causar danos a diferentes culturas, inclusive na soja.

Nesse caso, os sintomas da presença da podridão radicular podem ser identificados desde a fase de pré-emergência até a fase adulta da soja.

O oomiceto pode infectar as sementes da oleaginosa, causando seu apodrecimento ou retardo no processo de germinação, causando a morte das plântulas.

No entanto, o sintoma mais conhecido dessa doença é o comprometimento do sistema radicular da planta, já que as raízes secundárias são destruídas e a raiz principal também apodrecem.

Além disso, quando a infecção ocorre na fase adulta, a planta pode apresentar outros sintomas. Por exemplo, clorose nas folhas, murchamento, apodrecimento da haste e dos ramos laterais, que adquirem uma coloração marrom-escura.

Caso não seja controlada, a doença pode causar a redução do rendimento da lavoura e da produtividade dos grãos. A disseminação da podridão radicular está relacionada principalmente ao contato com solo e restos culturais contaminados.

Temperaturas em torno de 25°C e a elevada umidade do solo durante a semeadura e a emergência também favorecem o desenvolvimento da doença.


4. Oídio (Microsphaera diffusa)

O oídio é uma doença fúngica que ataca a parte aérea das plantações. A principal característica dessa doença é o surgimento de micélio e esporos pulverulentos. Essas estruturas formam uma fina camada esbranquiçada nas folhas que, com o tempo, se torna castanho-acinzentada.

A presença dessa camada dificulta a realização da fotossíntese, podendo causar sintomas como seca e queda prematura das folhas.

Embora possa ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento da soja, geralmente a infestação é registrada no início da floração. A doença ocorre principalmente em regiões com umidade do ar baixa e temperaturas amenas.

Como o oídio é facilmente disseminado com o vento, se espalhando gradativamente pela lavoura, o tratamento tardio da doença pode gerar grandes perdas na produção.


5. Mancha olho de rã (Cercospora sojina)

A mancha olho de rã é outra doença fúngica que já foi identificada em todas as regiões produtoras do país. Embora possa ocorrer em todos os estádios de desenvolvimento da soja, a doença é mais comum a partir da fase de floração.

Em seu estágio inicial, a mancha olho de rã causa o aparecimento de pequenas manchas encharcadas na folha. Com o tempo, essas manchas passam a apresentar bordas castanho-avermelhadas, com centro acinzentado na parte inferior das folhas, e castanho-claro, na parte superior.

A presença dessas lesões na folha pode causar a desfolha precoce e prejudicar a realização da fotossíntese, comprometendo o desenvolvimento das vagens e grãos.

Também é possível identificar a formação de lesões encharcadas que evoluem para manchas nos caules e vagens atacados pela doença. Nas sementes, o patógeno causa a formação de fissuras e manchas que variam entre parda e cinza.

Vale lembrar que a ocorrência da mancha de olho de rã é favorecida em ambientes com alta umidade e temperaturas médias entre 15ºC e 25ºC.


Quais as melhores estratégias de controle de doenças na soja?

As estratégias recomendadas para prevenir e controlar as doenças da soja variam de acordo com o patógeno.

Seja qual for esse microrganismo, o controle de doenças na soja deve ser realizado a partir da combinação de diferentes técnicas de manejo, conforme orienta o chamado Manejo Integrado de Doenças (MID).

Essa abordagem recomenda a aplicação de um conjunto de estratégias de controle cultural, biológico, químico e genético na lavoura. O objetivo é reduzir as condições favoráveis à disseminação de patógenos na plantação e garantir que o produtor adote medidas de controle químico de forma assertiva.

Confira abaixo algumas das principais estratégias do MID que o sojicultor pode utilizar na plantação.

  • Uso de cultivares resistentes a doenças;

  • Adubação adequada baseada na análise do solo;

  • Tratamento de sementes;

  • Rotação de culturas;

  • Eliminação dos restos culturais;

  • Controle de plantas daninhas e tigueras que podem ser hospedeiras de algumas doenças da soja;

  • Plantio de acordo com o calendário agrícola;

  • Respeito ao vazio sanitário da soja;

  • Limpeza de máquinas e de equipamentos após utilização;

  • Aplicação de fungicidas de acordo com o patógeno causador da doença.

Vale lembrar que adotar apenas uma dessas estratégias de forma isolada não é uma abordagem eficiente para prevenir e controlar doenças que atacam a cultura da soja.

Somente a integração de diferentes práticas de manejo é capaz de proteger a lavoura e garantir que ela se desenvolva de forma saudável.

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