A falta e o excesso de chuvas afetam o início das safras de milho e soja 2023/24

De acordo com o último relatório de acompanhamento da safra de grãos, divulgado pela Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB) em 9 de outubro, a produção brasileira deve atingir a marca de 316,7 milhões de toneladas na safra 2023/24. A projeção, que considera as culturas de primeira, segunda e terceira safra, além dos cultivos de inverno, releva que este número é 1,5% menor do que o obtido na safra 2022/23.

A companhia aponta que este número reflete a irregularidade das precipitações nas principais regiões produtoras do país.

Ainda segundo o relatório, o excesso de chuvas nas regiões Sul e Sudeste do país, e o baixo volume de precipitações no Centro-Oeste, estão atrasando o plantio. Por esse motivo, o total de áreas semeadas até o momento é menor do que o esperado para o período.

Entre as culturas de primeira safra, que devem ser semeadas até o final de dezembro, estão o milho e a soja, ambas de grande importância comercial no país. Neste contexto, as adversidades no início desta safra têm impactado muitos produtores, que veem o cultivo destes grãos como a principal fonte de renda.

Continue esta leitura para saber como a falta e o excesso de chuvas estão afetando o início das safras de milho e soja no ciclo 2023/24.

A soja na safra 2023/24

A velocidade do plantio da soja está variando conforme o volume de precipitações nas principais regiões produtoras do país.

Segundo a CONAB, até 6 de novembro, 48,4% das áreas destinadas ao cultivo da soja haviam sido semeadas. Nessa mesma época, na safra 2022/23, mais de 50% das áreas já estavam plantadas.

O relatório informa que, por conta da irregularidade das precipitações e altas temperaturas, várias regiões do Mato Grosso (MT) interromperam as operações de plantio, ou realizaram o replantio da soja. Por outro lado, na região Sul do país, o excesso de chuvas está atrasando o plantio, e afetando o estabelecimento inicial das áreas que já foram semeadas.

Embora os produtores estejam enfrentando adversidades neste início de safra, os dados da companhia destacam números otimistas sobre o cultivo da soja. De acordo com o último relatório, o país pode bater o recorde absoluto de produção de soja no ciclo atual, alcançando a marca de 162.420,9 milhões de toneladas de grãos, produzidos em 45.295,6 milhões de hectares.

Panorama do milho no ciclo atual

A velocidade de plantio do milho na safra 2023/24 é bastante irregular. Segundo o relatório da CONAB, 40,2% do total da área prevista para cultivo de milho já foi semeado. No entanto, enquanto o plantio está se encerrando na Região Sul, as operações estão apenas começando em outras áreas do país.

A companhia afirma que, assim como no plantio da soja, as chuvas irregulares afetaram o início da safra de milho.

Há registros de que, na Região Sul, o excesso de chuvas obstruiu o estabelecimento inicial da cultura do milho, causou erosões, lixiviação de nutrientes, e redução de estande inicial das lavouras.

No Sudeste, o plantio começou com mais expressividade em áreas irrigadas. Nas regiões Norte e Nordeste, o cenário é de atenção enquanto os agricultores esperam a regularização das chuvas para iniciar o plantio.

A CONAB estima que 4.100,4 milhões de hectares sejam semeados com milho na safra 2023/24. O número é 7,7% menor do que o registrado na safra anterior. O relatório associa este fato com a baixa cotação do cereal no mercado.

Efeito El Niño na agricultura brasileira

Os impactos das precipitações irregulares, registrados na agricultura nas últimas semanas, são consequências do fenômeno climático El Niño.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS), ocorre a partir da interação entre a atmosfera e o oceano, no Pacífico Equatorial. Este fenômeno possui duas fases:

• El Niño (fase quente)
  Associada ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico.

• La Niña (fase fria),
  Vinculada ao resfriamento das águas do oceano Pacífico.

Ambas as fases têm o potencial de influenciar significativamente nos padrões climáticos do Brasil e do mundo.

O instituto avalia que, depois de quase três anos sob as condições do fenômeno La Niña, o panorama climático mudou drasticamente em março deste ano. Segundo o INMET, as águas do Pacífico Equatorial aqueceram rapidamente com o passar dos meses, e, em junho, o início das condições da fase El Niño foi oficialmente confirmado.

Em outubro, o acompanhamento meteorológico do INMET registrou anomalias na temperatura da superfície do mar, que indicaram uma possível evolução na intensidade do fenômeno, caso as temperaturas se sustentem em patamar elevado até o final do ano.

O INMET afirmou, em publicação oficial, que as alterações no clima, causadas pelo fenômeno El Ñino, podem gerar problemas operacionais nas lavouras, afetar o desenvolvimento das culturas, e aumentar a incidência de doenças em regiões mais afetadas por chuvas em excesso.

Radar Meteorológico FieldView™️

O monitoramento climático é uma das principais formas de se precaver quanto ao impacto da irregularidade das precipitações na lavoura. Atualmente, este trabalho pode ser realizado utilizando tecnologias que capturam e registram informações meteorológicas, como a plataforma de agricultura digital da Bayer, FIELDVIEW™️.

A tecnologia foi desenvolvida para mapear, capturar e integrar dados da lavoura para aumentar a assertividade das decisões do produtor.

Além de informações sobre performance operacional das operações, características dos talhões, e monitoramento da cultura, FIELDVIEW™️ disponibiliza a função Radar Meteorológico. Com este recurso, é possível acompanhar a previsão de chuvas para as próximas 6 horas, e o acumulado das últimas 24 horas em todo o Brasil.

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