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Confira as novas regras para o vazio sanitário da soja no Brasil

Entenda quais são os objetivos das mudanças que já valem para a safra 2022/23 e a importância do período para o controle de doenças. Veja ainda: crescem as receitas das exportações de carne bovina e mais destaques do agro20 de março de 2023 /// 3 minutos de leitura

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou as novas regras sobre o vazio sanitário da soja na safra 2022/23. A primeira mudança foi a ampliação da obrigatoriedade do vazio sanitário de 14 para 20 estados, além do Distrito Federal. Outro ponto é a alteração do período obrigatório sem cultivo de soja de 60 para 90 dias, o que impacta o calendário de semeadura e a janela de plantio adequada para cada região produtora.

Os objetivos das novas regras são reduzir os danos gerados pela ferrugem-asiática da soja e aprimorar o manejo integrado de doenças na cultura, reduzindo a necessidade de defensivos agrícolas ao longo da temporada e buscando obter melhores resultados na próxima colheita.

Com essas mudanças, o novo calendário nos cinco principais estados produtores fica da seguinte maneira: no Mato Grosso do Sul, o período do vazio sanitário vai de 15 de junho a 15 de setembro. No Rio Grande do Sul, quarto maior produtor, o período vai de 13 de julho a 10 de outubro. No terceiro, o Paraná, não será permitido o cultivo de soja entre 10 de junho e 10 de setembro. Em Goiás, o período vai de 27 de junho a 24 de setembro. Por fim, no maior produtor de soja do país, o Mato Grosso, o vazio sanitário acontece entre 15 de junho e 15 de setembro.

O calendário completo nos 21 estados pode ser acessado no site do Ministério da Agricultura .

Maurício Meyer, pesquisador da Embrapa Soja, explica a importância do vazio sanitário para a lavoura. "O principal objetivo do vazio sanitário é reduzir a população do fungo de uma safra à outra para que dê tempo de as lavouras se desenvolverem e para que as epidemias de ferrugem-asiática comecem o mais tarde possível. Dessa forma, menor será o dano para a cultura.”

Ainda sobre a ferrugem-asiática, Ricardo Zandoná, representante técnico de vendas Intacta, na Bayer, reforça que a doença é a principal causadora de perdas nas lavouras brasileiras. “Esse fungo biotrófico precisa de plantas vivas para fazer a ponte verde entre uma safra e outra. Então, quando fazemos o vazio sanitário de forma efetiva, conseguimos quebrar esse ciclo patógeno-hospedeiro, diminuindo a possibilidade de sobrevivência do fungo e reduzindo, consequentemente, as perdas nas lavouras”, acrescenta.

Crescimento nas exportações da pecuária

No mês de junho, as exportações de carne bovina cresceram 6,5% em relação a junho de 2021, alcançando 176,5 mil toneladas embarcadas. Já a alta nas receitas foi ainda maior, de 37%, totalizando 1,45 bilhão de dólares.

O professor Marcos Fava Neves comenta que as perspectivas de vendas para os próximos meses continuam boas: "Esse crescimento das nossas exportações deve continuar porque o planeta precisa desse produto que o Brasil tem feito de forma sustentável.”

Giro de notícias do agro

A Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab) estimou novamente a produção brasileira de grãos para 272,5 milhões de toneladas, no ciclo 2021/22. Esse volume será 6,7% maior do que o registrado na safra passada.

O índice de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) caiu 2,3% em junho. A média alcançada no mês foi de 154,2 pontos, marcando a terceira redução mensal consecutiva.

No milho safrinha, a colheita alcançou 40% da área total do Brasil até 9 de julho. Há um ano, o progresso era de 21%. No Mato Grosso, principal produtor, 70% das lavouras já foram colhidas, segundo a Conab.

Iniciativa da Bayer estimula a formação de líderes do agronegócio

Teve início o Impulso Bayer Academy, uma iniciativa da Bayer em parceria com a StartSe University, com o objetivo de formar líderes do agronegócio por meio de programas educacionais nas áreas de gestão de negócios, inovação, sucessão, disrupção, sustentabilidade, entre outras. Para isso, foram estruturados dois programas: o Master, voltado para liderança sênior dos principais clientes Bayer, e o XBS (Xponential Business Succession), que tem como foco a formação dos sucessores dessa liderança.

A iniciativa contou com a participação de 92 produtores, contemplando quase 3,5 milhões de hectares nas culturas como soja, milho, algodão e cana. Para os próximos meses, estão programados novos módulos e imersões internacionais em Israel e nos Estados Unidos, respectivamente.

No que ficar de olho

Sobre os principais pontos que os produtores devem ficar de olho nos próximos dias, o Doutor Agro recomenda acompanhar os impactos dos dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reduziu as estimativas para a soja, principalmente por causa da diminuição da expectativa de produção americana. Outros pontos de destaque são o fortalecimento do dólar e a influência do clima sobre a segunda safra brasileira e a safra americana.

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