Semente de milho híbrido: como escolher a melhor?
Entenda como a escolha da melhor semente de milho híbrido vai determinar o sucesso da sua safra.A safra de grãos 2023/2024 começou com grande expectativa, mas a seca no início do ciclo prejudicou o ritmo de plantio. Houve perdas na produção da soja e impactos no calendário da cultura do milho.
No decorrer da temporada, contudo, os produtores brasileiros conseguiram avançar com as operações, e o volume colhido deve se aproximar das projeções iniciais feitas para esta safra.
"Temos um bom volume de soja e milho. Lamentavelmente, houve queda dos preços ao longo do ciclo, e os produtores que anteciparam seus movimentos — tanto na compra de insumos quanto na venda dos grãos — tiveram resultados melhores. Além disso, as estimativas de uma grande produção nos Estados Unidos se confirmaram", resume o professor e especialista em agronegócio Marcos Fava Neves.
Mas o clima não afetou apenas os mercados. No campo, as chuvas acima da média no Rio Grande do Sul e a estiagem em estados produtores como Mato Grosso do Sul e Paraná provocaram instabilidade. Como relata Roberto Favaretto, Desenvolvedor de Mercado na Bayer: "o excesso de chuvas causou forte lixiviação de nutrientes. Houve também baixa insolação, o que impactou diretamente na ocorrência de doenças e pragas que não costumavam aparecer em algumas regiões. Foi um ano muito desafiador devido ao comportamento do clima."
Segundo ele, essa temporada deixou um importante aprendizado: os agricultores devem, cada vez mais, captar e analisar dados climáticos para embasar suas decisões de manejo. Esse tipo de estratégia é fundamental especialmente em culturas estratégicas, como o milho, onde a escolha das sementes de milho híbrido e a avaliação de quantas espigas um pé de híbrido de milho pode produzir são decisões que podem impactar diretamente a rentabilidade em cenários climáticos adversos.
Semente de milho híbrido: fatores climáticos
Ludmila Camparotto, consultora especializada em agrometeorologia na Rural Clima, explica que, de acordo com estudos, o fenômeno El Niño passará a exercer maior influência sobre o clima nos próximos anos. "Com isso, devemos ter períodos de seca mais prolongados e temperaturas elevadas. Na última safra, por exemplo, as altas temperaturas afetaram a produtividade na região Central do país, e essa é uma tendência."
Mesmo assim, Ludmila reforça que os riscos de geadas não diminuem. As mudanças climáticas acentuam os extremos, que começam a interferir em parâmetros agrometeorológicos. "Por isso, quem tiver o melhor material no campo e realizar o manejo mais adequado vai se destacar", acrescenta.
No curto prazo, o Brasil estará sob influência do fenômeno La Niña, que deve ganhar intensidade no último trimestre. A previsão aponta para geadas tardias na região Sul, afetando o cultivo do milho. Também é esperado maior volume de chuvas no Matopiba e temperaturas mais altas na faixa Central do país.
Outro aspecto que influencia o volume de chuvas, além dos fenômenos El Niño e La Niña, é a temperatura do Oceano Atlântico. "Com o Atlântico aquecido, temos condições muito mais favoráveis para a ocorrência de chuvas. Do contrário, os modelos até podem indicar previsão, mas não há sustentação para que ela aconteça", explica a especialista.
Para este ano, a tendência de uma La Niña de fraca intensidade, somada ao Atlântico aquecido, pode favorecer as chuvas no Sul, embora permaneça o risco de geadas e frio. Já na região Central, a chuva deve chegar mais tarde, o que acende o alerta para a definição do momento ideal de plantio do milho. "No Matopiba, a princípio, a condição é favorável, pois em anos de La Niña chove mais por lá. O único ponto de atenção é o possível atraso no início do plantio", completa Ludmila.
Portanto, a recomendação para os produtores é acompanhar de perto a previsão do tempo e alinhar o planejamento agrícola às condições climáticas mais adequadas. Essa atenção é fundamental sobretudo para quem trabalha com sementes de milho híbrido, já que a escolha do híbrido de milho correto — seja um híbrido simples de milho ou outro tipo — influencia diretamente na produtividade, na sanidade da lavoura e até em fatores como quantas espigas dá um pé de milho híbrido em cenários de estresse climático.
Como escolher a semente de milho híbrido correta e aumentar a produtividade?
A semente de milho híbrido é a matéria-prima da lavoura, pois carrega as principais características de produtividade e sanidade da cultura. Aliada ao ambiente produtivo, essa escolha é determinante para o sucesso da safra. Por isso, optar por um híbrido de milho adequado é fundamental.
"O agricultor deve considerar algumas premissas na hora de escolher o melhor híbrido, a começar pela finalidade — seja para a produção de grãos ou de silagem. Outro ponto extremamente importante é o ambiente de produção e a quantidade que a propriedade está apta a suportar. Além disso, algumas regiões demandam híbridos mais tolerantes a determinadas doenças", explica o desenvolvedor de mercado Roberto Favaretto.
A Bayer, por meio das marcas Dekalb, Sementes Agroceres e Agroeste, oferece ao mercado uma gama de híbridos de milho, com diferentes características e adaptados a variados cenários produtivos.
De acordo com Roberto, as pesquisas de melhoramento genético já vêm considerando necessidades específicas, como maior tolerância à cigarrinha e ao fusarium, entre outras. O objetivo é disponibilizar sementes de milho híbrido capazes de responder às novas demandas impostas pelo clima, seja pela falta ou pelo excesso de água, seja pelos crescentes desafios com pragas e doenças.
Além disso, a Bayer disponibiliza aplicativos de suas três marcas que auxiliam o produtor na escolha. Ao inserir informações básicas da propriedade, o agricultor recebe recomendações sobre qual é o híbrido simples de milho ou outro material mais indicado para o seu ambiente de cultivo, incluindo a população ideal de plantas, a nutrição mais adequada para aquela genética e orientações de manejo.
Atenção especial ao solo ao escolher a semente de milho híbrido
Além da escolha de um híbrido de milho adequado, é essencial dedicar atenção ao manejo ao longo de toda a safra. “O manejo garante que os insumos e a matéria-prima possam, dentro do clima previsto, entregar o máximo de resultados”, afirma o especialista da Bayer.
Outro ponto importante são as práticas integradas e os cuidados com o solo, englobando melhorias químicas, físicas e biológicas, que contribuem para manter a produtividade e a sustentabilidade da lavoura. Nesse processo, investir na semente certa é determinante para potencializar os resultados, já que diferentes híbridos de milho podem apresentar maior tolerância a condições adversas e oferecer melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no campo.
Agricultura digital: uma aliada valiosa da sua lavoura
Os dados coletados e analisados por meio de plataformas de agricultura digital auxiliam na compreensão das características de cada talhão da fazenda, contribuindo para tomadas de decisão mais assertivas, principalmente no planejamento das próximas safras.
Com base nesse histórico, o produtor pode escolher com maior precisão os melhores híbridos de milho e definir o manejo mais apropriado. A escolha de uma boa semente de milho híbrido, associada ao uso de dados confiáveis, aumenta as chances de alcançar melhores resultados em produtividade e qualidade.
“A plataforma Climate FieldView™ consegue captar todas essas informações e gerar prescrições assertivas para o agricultor. Outro exemplo é o programa VAlora Milho, que identifica o ambiente produtivo e incentiva o produtor a aumentar ou reduzir a população de híbridos para obter a máxima resposta. Hoje sabemos que existe um potencial de ganho considerável ao adequar a população de plantas sem aumentar o custo de produção”, explica Roberto.
Em resumo, a agricultura digital torna-se uma importante parceira do campo, ajudando o produtor a colher mais, reduzir riscos e otimizar o uso de insumos. Com isso, o agricultor pode alcançar melhores resultados de forma sustentável, sem elevar os custos de produção.