Blog do Agro

Milho: como escolher o melhor híbrido para sua lavoura

Entenda como a escolha da semente vai determinar o sucesso da safra e, ainda, como a agricultura digital pode ser sua grande aliada na hora do plantio29 de agosto de 2024 /// 12 minutos de leitura

A safra de grãos 2023/2024 começou com grande expectativa, mas a seca no início do ciclo prejudicou o ritmo de plantio. Houve perda na produção da soja e impactos no calendário da cultura do milho.

No decorrer da temporada, contudo, os produtores brasileiros conseguiram avançar com as operações e o volume colhido deve fechar em um número próximo das projeções iniciais feitas para esta temporada.

"Temos um bom volume de soja e milho. Lamentavelmente, houve queda dos preços ao longo da safra e os produtores que anteciparam seus movimentos, tanto de compra de insumos como de venda dos grãos, tiveram resultados melhores. Além disso, as estimativas de uma grande produção nos Estados Unidos se confirmaram", resume o professor e especialista em agronegócio Marcos Fava Neves sobre os desdobramentos deste ciclo.

Mas o clima não agitou apenas os mercados. No campo, as chuvas acima da média no Rio Grande do Sul e a estiagem em outros grandes estados produtores de grãos, como Mato Grosso do Sul e Paraná, provocaram instabilidade, como conta Roberto Favaretto, Desenvolvedor de Mercado na Bayer: "O excesso de chuvas provocou muita lixiviação de nutrientes, houve também pouca insolação e isso impactou diretamente na ocorrência de doenças e pragas que não costumavam aparecer em algumas regiões. Foi um ano muito desafiador devido ao comportamento do clima."

Para ele, essa temporada deixou um importante aprendizado para os agricultores: eles devem, cada vez, captar e gerar dados do clima para a tomada de decisão.


O que esperar do clima daqui para frente?

Ludmila Camparotto, consultora especializada em agrometeorologia na Rural Clima, explica que, de acordo com estudos, o fenômeno El Niño passará a exercer mais influência sobre o clima nos próximos anos. "Com isso, daqui para frente, devemos ter períodos de seca mais prolongados e temperaturas elevadas. Na última safra, por exemplo, as altas temperaturas afetaram a produtividade na região Central do país e isso é uma tendência."

Mesmo assim, Ludmila explica que os riscos de geadas não diminuem. As mudanças climáticas acentuam os extremos, que começam a interferir em parâmetros agrometeorológicos. "Por isso, quem tiver o melhor material no campo e fizer o melhor manejo vai se destacar", acrescenta.

Já olhando mais a curto prazo, nos próximos meses o Brasil estará sob influência do fenômeno La Niña, ganhando intensidade no último trimestre.

Assim, a previsão é de geadas tardias na região Sul, afetando o cultivo do milho.

É esperado também maior volume de chuvas no Matopiba e elevação de temperaturas na faixa Central do Brasil.

Ludmila ainda chama a atenção para outro aspecto que interfere no volume de chuvas, para além dos fenômenos El Niño e La Niña: as temperaturas do Oceano Atlântico. "Com o Atlântico aquecido, temos uma condição muito mais favorável para a ocorrência de chuvas. Do contrário, os modelos meteorológicos até podem mostrar previsão de chuva, mas não há condições para que isso aconteça."

Para este ano, a tendência de virada para uma La Niña de fraca intensidade e Oceano Atlântico aquecido, como está sendo previsto, pode favorecer as chuvas na região Sul, mas com ponto de atenção para geadas e frio. Na região Central, a chuva deve chegar mais tarde, o que acende o alerta sobre o momento ideal de plantio do milho. "Já a região do Matopiba, a princípio, vem com uma condição favorável porque, em anos de La Niña, chove mais por lá. O único ponto é que as chuvas podem atrasar um pouco o plantio", completa a consultora.

Portanto, a recomendação para os produtores é ficar de olho na previsão do tempo para planejarem o plantio em condições climáticas favoráveis.


Escolha da semente: como começar a safra com o pé direito!

A semente de milho é a matéria-prima da lavoura, pois carrega as características de produtividade e de sanidade. Juntamente com o ambiente produtivo, a semente vai garantir o sucesso da safra, por isso, a escolha de um híbrido de milho adequado é fundamental.

"O agricultor deve considerar algumas premissas na hora de escolher o melhor híbrido, a começar pela finalidade, seja para produzir grãos ou para silagem. Outro ponto extremamente importante é o ambiente de produção e a quantidade que a propriedade está apta a produzir. Além disso, algumas regiões precisam de híbridos mais tolerantes a certas doenças", explica o desenvolvedor de mercado.

A Bayer, por meio das marcas Dekalb, Sementes Agroceres e Agroeste, tem levado ao mercado uma gama de híbridos de milho com as mais variadas características.

De acordo com o Roberto, as pesquisas de melhoramento genético de plantas já estão considerando necessidades específicas, como maior tolerância à cigarrinha, ao fusarium, entre outras, para ofertar soluções de acordo com as novas demandas que o clima traz em relação à falta ou excesso de água, bem como desafios com pragas e doenças.

Além disso, a Bayer conta com aplicativos das três marcas, que permitem descobrir qual é o melhor híbrido para seu ambiente de cultivo. Basta inserir as informações solicitadas que o app recomenda a semente de milho, a população indicada, a nutrição mais adequada para aquela genética e ainda fornece orientações de manejo.


Atenção especial ao solo

Além da escolha de um híbrido de milho adequado, é preciso ter atenção ao manejo ao longo de toda a safra. "O manejo vai garantir que os insumos e a matéria-prima possam, dentro do clima previsto, entregar o máximo de resultados", afirma o especialista da Bayer.

Outro ponto importante são as práticas integradas e os cuidados com o solo, tanto com a melhoria química, como física e biológica, a fim de manter a produtividade e sustentabilidade da lavoura.


Agricultura digital: uma aliada valiosa da sua lavoura

Os dados coletados e analisados por meio de plataformas de agricultura digital ajudam a entender as características dos talhões da fazenda, contribuindo para tomadas de decisão mais assertivas, sobretudo em relação às próximas safras.

Com base nesse histórico, é possível escolher os melhores híbridos de milho e o manejo mais apropriado.

"A plataforma Climate FieldView™ consegue captar todas essas informações e gerar prescrições assertivas para o agricultor. Outro exemplo é o programa VAlora Milho, que identifica o ambiente produtivo e incentiva o produtor a aumentar ou diminuir a população de híbridos para ter a máxima resposta. Hoje sabemos que existe uma possibilidade de ganho considerável ao adequar a população de plantas sem mexer no custo de produção", explica Roberto.

Em resumo, a agricultura digital pode ajudar o produtor a colher mais sem aumentar custos, por meio de uma gestão de dados altamente eficiente.

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