Juliana Rezende Mello: o segredo para produzir cafés especiais
Conheça a história da farmacêutica que se apaixonou pelo cultivo de café e hoje é uma liderança feminina na cafeicultura do Cerrado Mineiro01 de outubro de 2024 /// 12 minutos de leituraDas combinações químicas de um laboratório farmacêutico para os cuidados e preocupações diárias de uma lavoura de café:
Juliana Rezende Mello passou por uma mudança no estilo de vida e de profissão que já lhe rendeu prêmios e o reconhecimento internacional.
A produtora da fazenda Santa Bárbara, em Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro, cuida de todos os processos da produção, desde o pé até o café servido na xícara.
"Trabalhei por 15 anos na minha profissão até que, em 2015, eu e meu marido retomamos a produção de café na fazenda. O encontro com o café foi incrível, mas, ao mesmo tempo, trouxe os desafios para entender o manejo na cafeicultura. Aprendi tudo no dia a dia, até chegarmos nessa bebida que a gente produz", relembra a proprietária da Moncerrado Cafés.
Ela conta, ainda, que a experiência como farmacêutica ajudou na mudança de carreira, pois foi possível usar seus conhecimentos em muitas etapas da produção de café. "A farmácia e a química têm tudo a ver com os processos da cafeicultura. A escolha dos produtos com tecnologia, a maneira como as moléculas vão reagir tratando as doenças do café, o processamento quando o café chega no terreiro e a torra, todos são processos químicos."
Café para degustar e apreciar
Juliana conta que sempre gostou de café, mas o consumo da bebida se restringia ao café da manhã ou lanche da tarde. Foi depois de um curso de barista que ela descobriu o mundo de possibilidades que a bebida oferece, como as diferentes notas diferentes que um mesmo café pode proporcionar.
"Os terroirs do Brasil trazem experiências sensoriais incríveis. Aqui no Cerrado, temos o nosso mapa de sabores de chocolate e caramelo. Em alguns processos, conseguimos incluir até frutas."
Depois de mergulhar nesse universo de sabores dos cafés especiais, Juliana trabalhou para repassar o conhecimento à sua equipe, por meio de treinamentos dentro e fora da porteira. "Treinamos nossa equipe porque todos aqui querem fazer um bom café.
Fazemos degustações para entender o que melhorar e o que deu certo quando temos um resultado fantástico."
Cafeicultura amiga da floresta
De olho na sustentabilidade, Julliana implantou na fazenda um projeto chamado Amigos da Floresta. Por meio dele, é possível identificar os animais que circulam por lá, com câmeras estrategicamente posicionadas nas árvores. Ela também construiu um berçário de abelhas para polinização.
"É impressionante ver a quantidade de animais que frequentam a floresta. Começamos a observar o comportamento deles, o nascimento de tamanduás, onças. A gente queria plantar árvores de forma mais assertiva porque vamos interferir nesse sistema, mas sabendo quem são esses animais. Assim, vamos plantar árvores que vão manter o Cerrado mais forte para o futuro."
Parcerias que rendem muitos frutos
Juliana conta com parcerias importantes para levar cada vez mais inovação, tecnologia e sustentabilidade para sua produção de cafés especiais.
Além de atuar em conjunto com associações, cooperativas e universidades, ela conta com produtos Bayer para cuidado e manejo da lavoura, respeitando os processos de cultivo e preservando os inimigos naturais.
"No dia a dia, utilizamos vários produtos, mas principalmente o Verango® (bula Verango), que deu resultados excelentes aqui na fazenda, e o Alion® (bula Alion), que também foi muito eficiente porque evitou outras intervenções com herbicidas. São tecnologias que realmente auxiliam o produtor a aumentar a produtividade e garantir a segurança do meio ambiente.
É assim que Juliana Rezende Mello segue o seu trabalho admirável no Cerrado Mineiro: com muito amor pela cafeicultura, sustentabilidade e respeito por todos os elos dessa cadeia produtora. "É uma cadeia gigante e acho que é isso que faz o café ser tão apaixonante. São muitos corações envolvidos e isso torna tudo muito mais forte."