Estratégias para controlar a broca-do-café
Saiba como fazer o manejo dessa praga e evitar os prejuízos que ela pode causar na sua lavoura12 de novembro de 2024 /// 9 minutos de leituraA broca-do-café (Hypothenemus hampei) pode trazer sérios prejuízos à cultura, com seu potencial de causar perdas significativas não só nos grãos, mas também a queda prematura dos frutos e impactos em qualidade.
Para que isso não aconteça, um primeiro passo importantíssimo é saber identificar essa praga. O inseto adulto é um pequeno besouro preto, com cerca de 2 milímetros de comprimento, corpo cilíndrico e levemente curvado para trás.
Seu ciclo de vida - que inclui as fases de ovo, larva, pupa e adulto - gira em torno de 21 a 63 dias, conforme as condições do clima. Isso faz com que a praga possa ocorrer até sete gerações por ano.
As fêmeas adultas perfuram os frutos do café, preferencialmente na região da coroa, e cavam galerias em direção às sementes, onde depositam seus ovos.
O ataque da broca-do-café inicia entre outubro e dezembro, com os primeiros frutos em estágio de chumbão, mas pode continuar até a colheita. Além disso, as larvas se alimentam das sementes e dos frutos remanescentes no solo ou nas plantas de café, que são os principais locais de reprodução durante a entressafra.
É por isso que uma colheita mal executada, sem o cuidado necessário com a coleta de grãos caídos no solo, conhecida como fundagem, além da falta do repasse, favorecem a proliferação da praga. Isso acaba gerando populações elevadas do inseto, que ataca com mais intensidade na próxima safra.
Como a broca ataca a planta de café
Nenhuma fase de desenvolvimento da planta está a salvo da broca-do-café. O besouro pode infestar os frutos desde o estágio verde até o seco, e os danos causados incluem:
Queda de frutos perfurados
Chochamento dos grãos
Apodrecimento das sementes
Quebra dos grãos durante o beneficiamento
Perda da viabilidade das sementes para o plantio
Redução do peso do café beneficiado
O ataque também compromete a qualidade do café, uma vez que o tipo é afetado pelos grãos brocados, e a bebida é prejudicada por conta de certos microrganismos de cor esverdeada, que ficam nas galerias onde os ovos são depositados.
Em muitos casos, os produtores antecipam a colheita para minimizar os prejuízos da broca-do-café, mas essa conduta pode resultar em outros problemas ao café beneficiado.
Como se não bastassem todos esses danos, a presença de fragmentos da broca-do-café pode resultar em barreiras fitossanitárias internacionais, especialmente quando se trata da exportação de café de alta qualidade.
Monitorando a praga
A época ideal para monitorar a broca-do-café é quando essa praga está em trânsito. Isso ocorre de três a cinco meses depois da maior florada, geralmente a partir de outubro.
Quando chegar a hora, você deve:
Dividir a lavoura em talhões homogêneos com 3 mil a 5 mil plantas
Começar a amostragem, de preferência em talhões adensados, mal colhidos.
Em áreas mais baixas e úmidas, usar armadilhas com etanol
Coletar 100 frutos por pé de 50 plantas, sendo 25 de cada lado do cafeeiro.
Considerar brocados os frutos que estiverem perfurados na coroa e com galerias.
Como fazer o controle?
A adoção de métodos de controle integrados é sempre a melhor saída para prevenir e controlar pragas. Dentre as principais estratégias para o manejo da broca, podemos citar:
Fazer a colheita bem feita, se possível, de forma seletiva
Não deixar nenhum talhão sem colher, mesmo se tiverem com baixa produção
Eliminar cafezais abandonados
Realizar um repasse rigoroso com 15 a 20 dias depois da colheita
Monitorar a população da praga durante a época de trânsito e ao longo da safra
Fazer o controle biológico com inseticidas no período de trânsito da broca, direcionando a pulverização para os frutos e se a umidade relativa estiver acima de 65%.
O controle químico pode ser realizado entre novembro e dezembro, caso sejam identificados mais de de 3% de frutos brocados no cafezal.
“O manejo químico da broca-do-café vai entrar no momento de maior atividade de revoada da broca, e temos o acondicionamento do grão na fase aquosa, abaixo de 60% de umidade”, explica Dennis Dunkl, representante de vendas de cafés especiais, da Bayer.
Curbix: o grande aliado do seu cafezal
O inseticida Curbix® é um grande aliado dos cafeicultores, combatendo as infestações e protegendo a cultura do café por mais tempo, devido ao seu efeito de choque e longo período de controle.
“Curbix® é um fenilpirazol, grupo químico que não possui registro de resistência. Ele confere alta mortalidade de adultos do período de trânsito, que é importante para o controle da broca. Além disso, funciona por contato e ingestão, dessa forma, controla a broca-do-café no momento da revoada e continua protegendo os frutos após ser aplicado”, acrescenta o representante de vendas.
Curbix® tem máxima eficiência no controle da broca para um excelente rendimento e alto valor do grão. A primeira aplicação pode ser feita ao encontrar os primeiros adultos da área, no período entre o início da formação dos grãos e a migração de adultos. É importante que sejam realizadas no máximo duas aplicações por ciclo.