Blog do Agro

Os desafios climáticos vem aí! Já preparou sua lavoura?

Saiba quais devem ser os impactos do clima na safra 23/24 e como proteger a produtivi-dade da sua lavoura com boas práticas de cultivo.02 de janeiro de 2024 /// 10 minutos de leitura

Existem muitos fatores que impactam a rotina do agricultor: pragas, doenças, plantas daninhas, mudanças no mercado, armazenagem... Mas o clima é determinante para o sucesso da safra. Não é à toa que a agricultura é chamada de indústria a céu aberto.

Um estudo feito pelo Dartmouth College, dos Estados Unidos, estimou que os impactos do El Niño podem chegar a 3 trilhões e 400 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, e o agro é o setor mais afetado.

Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, explica que nas últimas três safras o clima foi influenciado pelo fenômeno La Niña, quando há um resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Contudo, na safra 23/24, entrou em cena o fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento das águas do Pacífico. "O que está diferenciando essa temporada são as temperaturas extremamente elevadas, que estão ocorrendo desde o inverno na América do Sul."

Nesse contexto, o agricultor tem utilizado diversas técnicas para se preparar para as mudanças e desafios que o clima tem imposto no campo. Entre essas práticas, estão a conservação da água, Áreas de Preservação Permanente (APP) e reservas legais, além da estruturação do solo. De acordo com Felipe Stefaroli, gerente de desenvolvimento de mercado soja, na Bayer, "Hoje, o agricultor pensa muito em como cuidar do perfil de solo para estar preparado para momentos de diversidade climática. Vemos a diferença de temperatura em um solo com plantio direto, muito mais amena quando comparada a uma cultura com plantio convencional, onde há revolvimento de solo."


Panorama da safra 23/24

Neste momento, a safra 23/24 está em um estágio avançado de plantio, sob os efeitos do El Niño.

Para o agrometeorologista, é uma safra desafiadora nesse aspecto. "Começou a chover cedo este ano. Em agosto tivemos as primeiras chuvas no Cerrado, o que trouxe um certo ânimo e muitos produtores foram a campo, iniciando o plantio da soja. Mas as chuvas ficaram escassas e mais concentradas no Sul do país. Agora, nessa reta final do plantio, em novembro, foi extremamente quente e seco, com produtores perdendo suas lavouras por isso."

Ainda de acordo com Marco Antonio, não deve haver uma grande quebra, mas redução de potencial produtivo, sobretudo no milho. No entanto, ele acredita em resultados próximos dos obtidos no ciclo 22/23.

Felipe ressalta que essa interferência do clima requer tomadas rápidas de decisão e impacta diretamente o planejamento da safra. Além disso, é preciso pensar no controle necessário para o momento atual porque a estiagem, por exemplo, muda a dinâmica de pragas, doenças e plantas daninhas na lavoura. "O agricultor tem duas características muito peculiares: o otimismo e a resiliência. Por outro lado, a indústria também oferece cada vez mais soluções para o produtor se adequar a essa instabilidade", pontua o especialista da Bayer.

Nesse contexto, culturas perenes como café, cana-de-açúcar e laranja são mais resistentes a períodos de estiagem, quando comparadas a culturas anuais como soja, milho e feijão, entre outras.

"Em um cenário como o atual, as regiões mais ao Norte do Brasil sofrem um impacto muito maior porque há uma tendência de períodos mais prolongados de estiagem do que no Sul, que está com chuvas mais regulares", diz Marco Antonio.

Contudo, Felipe frisa que, se o produto fizer um bom planejamento, estruturar o solo, aplicar as técnicas de manejo adequadas e contar com um sistema de irrigação, é possível reduzir as perdas em decorrência do clima.

"Independentemente do fenômeno que está influenciando o clima, se o produtor não fizer seu dever de casa, com uso de tecnologia, perfil de solo, escolha da cultivar e do híbrido mais adequado à sua região, ele vai perder em qualquer ano", acrescenta o agrometeorologista.


Soluções para proteger a produtividade da lavoura

Para gerir com sucesso a propriedade e ter maior controle sobre os efeitos do clima na produção, Felipe cita a importância de ferramentas digitais no planejamento e nas operações do dia a dia. A plataforma Climate FieldView™, por exemplo, permite analisar o histórico de produtividade de cada talhão da fazenda, indica a quantidade de sementes por metro quadrado e qual variedade utilizar.

O uso de sementes certificadas, bem como seu tratamento, também são essenciais para colher bons resultados na safra. Nesse sentido, a plataforma Intacta2 Xtend® conta com a biotecnologia mais avançada do mercado para proteção das principais pragas e doenças.

Além disso, técnicas como plantio em área de refúgio e manejo adequado com inseticidas, fungicidas e pré-emergentes completam a proteção da lavoura. A Bayer conta com um pacote completo e de ponta para auxiliar o produtor em todas essas etapas.

"O agricultor que não tem uma ferramenta de planejamento, sementes certificadas ou um híbrido adequado para a região dele, estará muito mais sujeito a perda de produtividade em caso de intempéries do que o agricultor que preparou bem a sua base", opina o profissional da Bayer.

O professor e especialista em agronegócio, Marcos Fava Neves, também reforça a necessidade de investir em plantas mais resistentes ao estresse hídrico e criar um ambiente de solo que permita maior retenção de umidade para minimizar os danos da falta de chuva. "Esse pacote tem que entrar cada vez mais no radar do produtor porque é um pacote protetor de margens."

Por fim, outra recomendação dos especialistas é acompanhar constantemente a previsão do tempo. Todas as quartas-feiras, a Bayer disponibiliza em seus canais o Boletim do Clima, além de áudios diários com previsões regionalizadas para os próximos dias e semanas. "Há muita chuva prevista para o verão em toda a região Centro-Norte do Brasil. Então, muito cuidado na hora da colheita e fiquem atentos aos boletins para tomada de decisão. Minha dica é fazer uma boa gestão, usar a tecnologia e se amparar na previsão do tempo", conclui Marco Antonio.

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