Blog do Agro

Por que o clima não ajudou o preço da soja?

Quebra da safra de soja preocupa produtores. Entenda o que motivou a queda nos preços da oleaginosa e acompanhe as perspectivas para a safrinha de milho
02 de fevereiro de 2024 /// 13 minutos de leitura

O primeiro mês de 2024 foi marcado por chuvas mais volumosas e regulares em boa parte das regiões produtoras de soja no Brasil. Isso favoreceu a recuperação hídrica do solo em alguns estados, como Pará, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

Mas nem todas as áreas foram beneficiadas. As altas temperaturas e o baixo volume de chuvas no semiárido nordestino, além de parte de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, acabaram restringindo o desenvolvimento das lavouras de soja, como aponta o primeiro Boletim de Monitoramento dos Cultivos de Verão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Enquanto isso, os preços da soja oscilam bastante no mercado, com as baixas prevalecendo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Mesmo com a baixa produtividade das primeiras lavouras colhidas pelo Brasil e um ritmo de exportação acelerado, o cenário é de uma maior disponibilidade de soja no Mercosul e de uma demanda interna enfraquecida.


Projeções para a safrinha de milho 23/24

O acompanhamento da colheita de soja e o plantio da segunda safra de milho nas próximas semanas será crucial. Isso porque a janela da safrinha pode ficar ainda mais comprometida se as chuvas comprometerem os trabalhos no campo.

Em Mato Grosso do Sul, a produção do cereal na segunda safra deve retrair 14% no ciclo 2023/2024, ficando em 11,5 milhões de toneladas. Além disso, a área plantada também deve sofrer uma redução de 6%, chegando a dois milhões de hectares. Com a produtividade do milho não foi diferente: a queda foi de 19,2%, atingindo uma média de 86 sacas por hectare. Os dados são da Aprosoja Mato Grosso do Sul.

Para o professor Marcos Fava Neves, o impacto do clima nas safras de soja e milho do Brasil é a discussão do momento no agronegócio brasileiro e mundial. "Muita gente não vai plantar milho safrinha porque a soja entrou atrasada. Por outro lado, tem soja que foi colhida antes para o milho entrar, com perspectiva de clima melhor. Com isso, temos visto muitos questionamentos sobre o motivo dos preços não reagirem. A meu ver, essa quebra pode, sim, estar sendo subestimada, mas o Brasil tinha uma expectativa de produção muito grande. Em Mato Grosso, a estimativa do IMEA é de 39 milhões de toneladas de soja, ou seja, a terceira maior safra da história do estado" analisa o Doutor Agro.


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Giro de notícias

Em janeiro, as exportações de milho alcançaram 4,6 milhões de toneladas em volume e mais de 1 bilhão de dólares em receita. Esses números representam uma queda de 13,3% em quantidade e baixa de 29% em faturamento para os valores médios diários.

A colheita de soja atingiu 11% da área total estimada para o Brasil na temporada 2023/2024. Na semana passada, o índice era de 6% e, há um ano, as operações atingiram apenas 5% do total.

Mais de sete bilhões de litros de biodiesel foram entregues às distribuidoras em 2023. O volume é quase 20% maior ao de 2022 e 7,7% superior ao de 2021, que até então era o melhor desempenho já registrado.


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