Agro sustentável: o futuro do agronegócio já começou!
A agricultura sustentável está cada vez mais presente no agro. Saiba o porquê, agora, no Impulso Negócios!!25 de julho de 2022 /// 3 minutos de leituraO conceito de sustentabilidade é muito amplo, mas no agro podemos entender como técnicas que promo-vem a preservação do meio ambiente, sem comprometer a rentabilidade do negócio.
Em Guaíra, no interior de São Paulo, um exemplo de como ser produtivo e sustentável é o da produtora Maira Lelis da Silva. Em sua propriedade existe um lema:
“Produzir mais, produzir melhor e produzir com práticas sustentáveis”
Essa história começou há sete anos, com o cuidado do solo e a implantação do mix de plantas de cobertura.
A Maira faz parte da iniciativa Pro Carbono, um programa que valoriza a sustentabilidade no cam-po, viabilizando uma agricultura de baixo carbono.
Fábio Passos, diretor do Negócio de Carbono Bayer Latam, comenta que esse trabalho está sendo desenvol-vido junto com a Embrapa e outros acadêmicos e experts para trazer para a agricultura o mercado de carbono.
De acordo com Cristiano Alberto de Andrade, pesquisador da Embrapa, o foco são produtores parceiros de soja e milho distribuídos pelo Brasil, que ajudarão a Embrapa no desenvolvimento das ferramentas necessá-rias para a certificação do sequestro de carbono no solo, o que deverá gerar valor e rendimento financeiro para o produtor.
Passos explica que a proposta é convidar os produtores a trabalharem num plano de manejo elaborado por uma consultoria de renome para mostrar e explicar como essa prática mais intensificada pode ser adaptada à realidade destes agricultores. Saiba mais sobre a iniciativa Pro Carbono aqui.
A agricultura regenerativa, uma técnica de plantio que busca produzir enquanto recupera o solo degradado, é outra ação sustentável que usa biotecnologias, tecnologias de formulação e revestimento de sementes, por exemplo.
Passos lembra que a agricultura regenerativa é muito importante ao pensar em carbono, pois significa pro-duzir cada vez mais por hectare, utilizando a quantidade correta de insumos, regenerando o solo e, assim, garantir a sua qualidade, preservando o grande ativo da fazenda.
Não ao desperdício
O manejo do solo também pode estar conectado a problemas relacionados ao desperdício de alimentos. Isso porque caso não haja o manejo adequado, o risco de contamina-ção por pragas, por exemplo, pode ser muito mais alto, resultando em perdas de safra. O desperdício ao longo da cadeia, desde a colheita até a comercialização, é chamado de food loss.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), 14% de toda a produção de alimentos é perdida nas etapas produtivas, não considerando o varejo e os lares consumidores. Já o des-perdício que ocorre na cadeia produtiva é chamado de food waste e é resultante das atitudes de varejistas, fornecedores de serviços de alimentação e consumidores.
Para ter sucesso nas práticas sustentáveis, a produtora Maira Lelis utiliza a tecnologia FieldView™. Com ele, Maira monitora o plantio, velocidade, data e outras informações, interpolando dados, verificando a fertilidade do solo e quais os talhões que requerem maior atenção.
No interior de São Paulo, em Itapeva, o produtor Silvio Malutta, da fazenda Fratelli, foi um dos vencedores do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de soja, realizado pelo Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil) ao alcançar a produtividade de 121,29 sacas/hectare com a cultivar Monsoy 5917 IPRO.
Isso mostra que a sustentabilidade veio para ficar e quando olhamos para o futuro, a perspectiva é gigantes-ca. Cada vez mais o mercado está preocupado em entender a origem do que está comprando e exigindo transparência. Neste sentido, os critérios ESG (Environmental, Social and Governance) têm bas-tante impacto. Os produtores que desenvolvem práticas sustentáveis fortalecem a sua imagem frente à sociedade e a investidores, tanto nos aspectos social, ambiental e de governança.
O ESG tem abarcado diversos segmentos da atividade econômica e social do país. No agro não é diferente, pois o setor olha para a sua responsabilidade em termos de produtividade, garantia de renda para o produ-tor e segurança alimentar para uma população que cresce em ritmo acelerado.