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Ramularia no Algodoeiro

Neste conteúdo, falaremos sobre como identificar a ramulária, os danos ocasionados pela doença e como é possível realizar o manejo da doença na lavoura do algodão.22 de julho de 2022

A ramulária pode provocar redução de 35% na produtividade do algodoeiro – em situações extremas, este valor salta para 70%. O principal impacto que esta doença tem levado para o cotonicultor está no custo de produção, que aumenta de forma considerável, de acordo com a necessidade de pulverizações para o manejo e controle da ramulária.

A Ramularia areola era considerada uma doença secundária e não acarretava perdas expressivas na cultura do algodão, e sua ocorrência era mais comum no fim do ciclo. A partir de 1998, com a expansão da área cultivada com algodão principalmente na região Centro-Oeste e a utilização de cultivares suscetíveis, a doença ganhou expressividade, e hoje é considerada a mais importante da cotonicultura.

De acordo com publicação técnica do 9º Congresso Brasileiro do Algodão, o número de aplicações para o manejo de ramulária durante a safra pode variar de quatro a dez, e, em alguns cenários, esse número pode ser maior.

O manejo otimizado dessa doença exige um bom monitoramento. Para ajudar você a identificar os sintomas da ramulária e adotar o melhor método de controle, Bollgard II RR Flex preparou este material com algumas dicas. Confira.

Identificação da ramulária no algodoeiro

A ramulária é uma doença ocasionada pelo fungo Ramularia areola, que está presente em praticamente todas as regiões produtoras de algodão do País. A doença também é conhecida como míldio, oídio, míldio areolado, falso-míldio ou mancha-branca.

Para identificar a doença no campo, é preciso observar o surgimento de lesões nas folhas da planta de algodão.

As primeiras lesões causadas pela doença podem ser encontradas nas folhas do terço inferior da planta, a partir do surgimento dos primeiros botões florais, aproximadamente 40 dias após a emergência da cultura.

Em lavouras de variedades suscetíveis e sob condições ambientais que favorecem a ocorrência da ramulária, estas mesmas lesões tendem a aparecer mais cedo – a partir de 20 dias após a emergência.

A disseminação do fungo a longas distâncias ocorre pelo vento. Em curtas distâncias, a ramulária se espalha por respingos da chuva, irrigação e trânsito de pessoas e máquinas.

O fungo sobrevive nas folhas e nos restos culturais do algodão, que acabam atuando como fonte de inóculo para a próxima safra.

Condições favoráveis para desenvolvimento da ramulária

As condições ideais para o desenvolvimento da ramulária são:

• Temperatura entre 25 e 30 oC.
• Umidade relativa superior a 80%.
• Noites com temperaturas amenas nas quais as folhas permanecem úmidas seguidas de dias secos.

De modo geral, a doença ocorre em lavouras bem-desenvolvidas e em ambientes com alta umidade. O cenário que integra as características mais favoráveis para a doença é o período do início das chuvas frequentes.

Danos de ramulária no algodoeiro

As primeiras lesões de ramulária impactam a face inferior do limbo foliar. Os danos medem cerca de 3 mm a 4 mm em formato angular, e são delimitados pelas nervuras da folha.

Legenda: sintomas de ramulária. Imagem: Haniel de Sousa Batista
Legenda: sintomas de ramulária. Imagem: Haniel de Sousa Batista

Após a esporulação, acontece a necrose das lesões, e são observadas pontuações necrosadas nas folhas. Em situações severas, as lesões da doença podem se juntar, ocupando quase todo limbo foliar, o que causa a queda precoce das folhas.

Impactos da ramulária no algodoeiro

As folhas atacadas possuem menor taxa fotossintética, diminuindo o desenvolvimento da planta. Além disso, ocorrem o secamento das folhas atacadas e a queda prematura das folhas, diminuindo a produtividade da lavoura.

A perda de folhas durante a fase de formação de maçãs, por exemplo, compromete a produção no terço superior da planta e também diminui o crescimento dos capulhos já formados. A abertura precoce dos capulhos provocada pela doença ocasiona a redução da qualidade das fibras produzidas.

Os danos causados pela ramulária são maiores entre o início do florescimento e a abertura dos primeiros capulhos.

Manejo da ramulária no algodoeiro

O monitoramento da lavoura e o uso de fungicidas são as práticas mais importantes para realizar o manejo de ramulária. A integração de diferentes métodos de controle também deve ser considerada, para que este trabalho seja rentável e sustentável.

Fungicidas no manejo de ramulária

O manejo desta doença deve começar quando as primeiras lesões azuladas nas folhas do baixeiro da planta forem encontradas. Para diminuir o risco de resistência dos fungos, é necessário realizar a rotação de mecanismos de ação e adotar fungicidas multissítios.

Os grupos de fungicidas recomendados para o controle da ramulária são:

  • Trizóis
  • Organoestânicos
  • Estrobulinas
  • Carboxamidas

Aplicações de fungicidas realizadas no início do desenvolvimento da doença são mais eficientes.

Dicas de manejo depois da aplicação de fungicidas

Algumas ações são indispensáveis para minimizar perdas por ramulária no longo prazo. Entre elas, estão:

  • Novo monitoramento
    É preciso fazer um novo monitoramento da lavoura antes do término do período residual do fungicida aplicado.

    Caso as folhas do terço médio das plantas apresentem lesões com esporulação (lesões esbranquiçadas), uma nova aplicação de fungicida deve ser efetuada, e, de preferência, com outro grupo químico. Este manejo tem o objetivo de impedir o acréscimo do fungo na área e proteger as plantas durante os períodos críticos.
  • Destruição de soqueiras
    Após a colheita, é muito importante realizar a destruição da soqueira do algodão, para evitar fonte de inóculo para a próxima safra. O algodão tiguera deve ser evitado pelo mesmo motivo.
  • Rotação de culturas
    A rotação de culturas é essencial no manejo da doença, visando diminuir o inóculo do próximo ciclo produtivo.
  • Variedades resistentes
    Adotar variedades resistentes é fundamental em regiões com clima favorável e histórico de ocorrência da doença.
  • Planeje uma lavoura aerada
    A utilização de reguladores de crescimento, menor número de plantas por hectare e maior espaçamento entre linha permite melhor aeração da lavoura, o que diminui a umidade – condição ideal para o desenvolvimento do fungo.

Fox Xpro no manejo da ramulária

De acordo com o relatório de resultado final da análise “Eficiência de fungicidas no manejo da Ramularia areola na cultura do algodoeiro: Safra 2019/2020”, realizada em 2020 pelo Instituto Goiano de Agricultura (IGA), em Montividiu (GO), o fungicida Fox XPro, da Bayer, está entre os três produtos com maior eficácia no manejo de ramulária.

A pesquisa avaliou a performance isolada de vários fungicidas no manejo de ramulária em lavoura de algodão da variedade DP 1536 B2RF. Os produtos foram aplicados sete vezes, sendo que a primeira aplicação ocorreu 45 dias após a emergência.

TESTEMUNHA + FOX XPRO

Fonte: Insituto Goiano de Agricultura
Legenda: sintomas de ramulária. Imagem: Haniel de Sousa Batista

Os indicadores considerados pelo estudo foram a severidade e a eficiência de controle aos 14 dias após a 7ª aplicação, AACPD, fitointoxicação, porcentagem de desfolha e produtividade.

Considerando que o manejo da doença exige rotação de fungicidas, a pesquisa também avaliou a performance de programas de manejo constituídos por aplicações sequenciais com diferentes produtos. O resultado da avaliação aponta que Fox Xpro integra três dos cinco programas com maior eficiência no manejo da ramulária.

Fox Xpro apresenta três modos de ação e três ingredientes ativos. Entre eles, Bixafem, a mais nova e exclusiva carboxamida Bayer. O produto é recomendado para o tratamento de doenças nas culturas da soja, milho e algodão.

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