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O que é e como realizar a adubação de cobertura na sua produção

A adubação de cobertura é uma técnica de aplicação de fertilizantes no solo após a semeadura, para fornecer nutrientes essenciais às plantas durante seu crescimento. Esse método melhora a produtividade, a qualidade das culturas e a saúde do solo, garantindo colheitas mais abundantes e sustentáveis.04 de outubro de 2024

Os nutrientes são considerados os alimentos das plantas, que utilizam essas substâncias para crescer e se multiplicar. Como esse processo exige uma grande demanda, nem sempre os fertilizantes aplicados no solo durante o plantio são suficientes para atender às necessidades reais ao longo do seu ciclo de vida.

Nesse contexto, se as plantas não receberem novas aplicações de adubo, podem começar a apresentar sintomas de deficiência nutricional e queda de produtividade.

Para evitar isso, o produtor pode investir na adubação de cobertura, considerada uma estratégia complementar às realizadas no momento do plantio. Neste artigo, explicaremos o que é, como funciona e como fazer esse tipo de adubação.

O que é adubação de cobertura?

A adubação de cobertura, também conhecida como fertilização de cobertura, é uma técnica que envolve a aplicação de fertilizantes após o plantio ou em diferentes fases do desenvolvimento da cultura. Esse método fornece nutrientes necessários durante o ciclo de crescimento das plantas.

Qual a diferença entre adubação de base e de cobertura?

A adubação de base é realizada antes ou durante o plantio da lavoura, misturando os adubos ao solo. Essa técnica é aplicada para fornecer os nutrientes necessários para garantir um bom desenvolvimento inicial.

Já a adubação de cobertura é feita quando a lavoura já está estabelecida e os níveis de nutrientes disponíveis estão abaixo para o desenvolvimento saudável das plantas.

Em outras palavras, a primeira fornece a base nutricional para o ciclo de crescimento da cultura, enquanto a segunda complementa essa nutrição ao longo do ciclo.

Como fazer a adubação de cobertura?

O primeiro passo para realizar esse processo é fazer a análise do solo, necessária para determinar os teores de macro e micronutrientes disponíveis na área da lavoura. Depois disso, é importante fazer a análise foliar ou diagnose foliar, para entender como a cultura está respondendo ao manejo nutricional.

Além dessas análises, é importante considerar as características de cada espécie vegetal e as condições edafoclimáticas, como clima, relevo, temperatura, precipitação, entre outras.

Ao analisar esse conjunto de informações, é possível identificar as necessidades e escolher o tipo de adubo que deve ser aplicado, qual dosagem deve ser utilizada e o momento ideal para a sua aplicação na lavoura.

Dependendo desse contexto, o produtor pode conduzir o processo de adubação no campo de diferentes formas. Ele pode aplicar fertilizantes granulados ao redor da base das plantas com o auxílio de equipamentos, como espalhadores a lanço ou adubadoras, por exemplo.

Outra possibilidade é pulverizar fertilizantes líquidos diluídos em água ou investir na chamada fertirrigação, que consiste na aplicação por meio do sistema de irrigação.

Por que fazer a adubação de cobertura?

As plantas possuem demandas nutricionais variáveis ao longo do seu desenvolvimento. A adubação de cobertura fornece nutrientes específicos para atender as necessidades da cultura em cada fase.

Em outras palavras, essa técnica repõe os nutrientes para o crescimento das plantas ao longo do seu ciclo de vida. Assim, a lavoura recebe o que para se desenvolver de forma saudável e uniforme.

Isso garante que as plantas produzam mais frutos, grãos ou raízes, com melhor qualidade e maior valor comercial. Como resultado, é possível aumentar a produtividade e o retorno financeiro da plantação.

Quais são os benefícios da adubação de cobertura?

O uso dessa técnica promove vários benefícios e o desenvolvimento das culturas. Confira algumas dessas vantagens a seguir:

  • Ajuda a evitar problemas de desenvolvimento e a maximizar o potencial produtivo das culturas;

  • Melhora a qualidade dos produtos agrícolas;

  • Reduz perdas por lixiviação e volatilização, garantindo que os nutrientes sejam aproveitados de maneira mais eficaz;

  • Aumenta a resistência a pragas, doenças e estresses ambientais;

  • Melhora a qualidade e a estrutura do solo;

  • Aumenta a capacidade do solo reter água e nutrientes;

Quais são os tipos de fertilizantes para adubação de cobertura?

Existem diferentes tipos de fertilizantes capazes de fornecer nutrientes para cultivos, que podem ser utilizados nesse processo. Conheça os principais deles a seguir:

Fertilizantes minerais

Também chamados de adubos inorgânicos ou adubos minerais, é muito utilizado em produções agrícolas de larga escala.

Eles são obtidos a partir de rochas específicas, sendo conhecidos por fornecer nutrientes específicos em alta concentração, como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).

Alguns exemplos utilizados na agricultura são a ureia, o cloreto de potássio, o superfosfato simples e o NPK.

Fertilizantes orgânicos

Os orgânicos ou adubos orgânicos são obtidos a partir de resíduos vegetais e/ou animais. Por exemplo, esterco animal, folhas secas, torta de filtro ou mamona, farinha de ossos, entre outras fontes.

Como esses resíduos são ricos em matéria orgânica, eles liberam seus nutrientes gradualmente, reduzindo o risco de lixiviação. Além disso, eles ajudam a melhorar a estrutura, a fertilidade e até a atividade biológica do solo.

Fertilizantes organominerais

Esse tipo é produzido a partir da combinação dos orgânicos e minerais. Na prática, ele é um orgânico enriquecido com minerais. Essa combinação promove uma liberação equilibrada, melhorando a fertilidade do solo a longo prazo.

Quando realizar a adubação de cobertura?

O momento de realização dessa técnica depende de vários fatores, como ciclo de vida da cultura, condições do solo, sinais de deficiência nutricional e recomendações técnicas.

Na cultura de milho, por exemplo, a recomendação é fazer a aplicação de fertilizantes nos estágios V4/V5 (quando a planta de milho está com 4 a 5 folhas verdadeiras). Nesse momento, a aplicação de N, K e S é essencial para garantir um desenvolvimento vegetativo robusto.

Já em uma cultura perene, como a pastagem, por exemplo, deve ser feita antes do início do período de chuvas. Isso é importante para a pastagem receber os nutrientes necessários e garantir uma rebrota vigorosa, aumentando o acúmulo de matéria seca.

Em outras palavras, é importante avaliar as condições do solo, da lavoura e da propriedade rural para definir quando e como aplicar.

Vale lembrar que eles não devem ser aplicados quando as folhas estiverem úmidas. Isso é importante para evitar lesões causadas pela aderência de partículas de fertilizantes, o que pode reduzir a área fotossinteticamente ativa e facilitar a infecção de patógenos.

Confira como descobrir quais nutrientes estão em falta na lavoura, por meio do monitoramento visual no infográfico da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária):

Figura 1- Fonte: Embrapa, 2013

Quais são as recomendações da adubação de cobertura no algodoeiro?

O processo de nutrição do algodoeiro não termina no uso de adubos durante o plantio. Para alcançar altos tetos produtivos, o produtor precisa investir no monitoramento constante da lavoura para identificar as demandas das plantas durante a safra.

Ao sinal de qualquer desequilíbrio nutricional, é importante realizar a adubação de cobertura. No algodoeiro, esse processo geralmente começa entre 15 e 20 dias após a germinação das sementes.

Depois disso, é necessário aplicar fertilizantes em três momentos distintos, dependendo da região e do ciclo da cultivar. Confira abaixo como aplicar em cada uma dessas fases.

Primeira aplicação

A primeira aplicação deve ser feita assim que a planta inicia o processo reprodutivo, quando surge o primeiro botão floral. Nesse período, que corresponde a 25 – 45 dias após a germinação, é recomendada a aplicação de nitrogênio, potássio e enxofre.

Caso o algodoeiro esteja com o desenvolvimento abaixo do esperado nessa fase, também é recomendada a aplicação foliar de fósforo, insumo que fornece a energia que a cultura precisa neste período.

O ideal é que esses insumos sejam incorporados ao solo. Porém, geralmente, o manejo mais econômico é a aplicação a lanço.

Segunda aplicação

A segunda aplicação deve ocorrer entre 45 e 70 dias após a germinação. Nesse momento, a planta já desenvolveu de 70% a 80% da produção final, representada pelas primeiras maçãs, flores e botões florais, estruturas que demandam muitos nutrientes.

Dessa vez, a operação deve distribuir nitrogênio, potássio e magnésio. A aplicação deve ser a lanço, focando na base das plantas.

Terceira aplicação

A última aplicação deve acontecer a partir dos 75 dias após a germinação, próximo ao fim do ciclo. Nesse período, um grande fluxo de fotoassimilados (açúcares) passa a ser produzido nas folhas, sendo encaminhado para o enchimento das maçãs.

Para que esse processo ocorra de forma otimizada, a planta precisa de potássio, que também deve ser realizado a lanço. Seguindo essas recomendações, fica mais fácil maximizar a produção do algodoeiro e aumentar a rentabilidade da lavoura.

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