Plantas daninhas: o que produtores precisam saber para não ter prejuízo
Sem o devido controle das ervas daninhas, os prejuízos podem atingir mais de 90% da lavoura22 de julho de 2022Uma das dores de cabeça de todo produtor agrícola é a ocorrência de plantas daninhas na lavoura. Estas plantas também são conhecidas como ervas daninhas, mato, plantas invasoras, ou plantas infestantes, germinam justamente no local indesejado e competem por água, luz e nutrientes com o que está sendo plantado.
Com isso, elas afetam a qualidade dos grãos, complicam a fase de colheita e servem para abrigar pragas e doenças. A produtividade da plantação e a receita acabam sendo prejudicados. Por isso, é fundamental realizar o controle de plantas daninhas.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em locais em que não há nenhum controle de ervas daninhas, os prejuízos atingem mais de 90% da lavoura. As perdas representam uma média de 13 a 15% da produção de grãos.
Ou seja, não existe outro caminho a não ser o combate às ervas daninhas. Nesse conteúdo, explicaremos melhor o que são elas, tipos de plantas daninhas, suas características e como se livrar desses invasores indesejados. Boa leitura!
O que são plantas daninhas?
Sob o ponto de vista histórico, são plantas que existem desde a antiguidade, ou seja, elas estão presentes desde o início da agricultura e da pecuária. Naquela época, as plantas que não podiam ser aproveitadas como fonte de alimento, forragem ou fibra eram ditas como daninhas.
E sob ponto de vista botânico-ecológico, as daninhas são na verdade “plantas pioneiras”. Ou seja, quando uma área natural é alterada, estas plantas se adequam ao ambiente e são as primeiras a germinar. Por isso, a dificuldade em controlá-las.
Sob outra perspectiva, elas são um conjunto de espécies de plantas cujas vantagens ainda não foram encontradas.
Como dito no início deste artigo, as plantas daninhas causam prejuízos aos agricultores, porque elas dificultam o desenvolvimento de culturas comerciais, por exemplo, de cana-de-açúcar, café, milho, soja, entre outras — e também em pastagens.
Quais são as espécies de plantas daninhas?
Um total de 200 espécies diferentes de plantas daninhas espalhadas pelo mundo foram classificadas por Holm (1978). Selecionamos, entre elas, as 3 que atingem as lavouras do Brasil.
Guanxuma (Sida Glaziovii)
A guanxuma é um grande problema para o agricultor. Quando detectada, o produtor precisa agir rápido, porque a planta indica uma possível compactação do solo, ou seja, o cultivo está suscetível a secar e a tombar.
Ela possui de 30 a 80 cm de altura e invade, principalmente, plantações de cana-de-açúcar, eucalipto, café, e pomares, além de brotar também em cultivos de cereais e terrenos baldios.
Tiririca (Cyperus Haspan)
Com origem indiana e presente em mais de 90 países, a Tiririca faz parte das 10 ervas daninhas mais agressivas do mundo. Ela é muito comum no Brasil e se adequa muito fácil ao clima (enchentes, secas, calor excessivo) e também a quase todos os tipos de solos e culturas — com exceção do arroz inundado, pois gosta de sombra e baixas temperaturas.
Uma das características mais marcantes é que a tiririca bloqueia a germinação e brotação porque produz toxinas negativas e abriga fungos e nematoides.
Gramíneas
As gramíneas são pertencentes à Família Poaceae. Estão espalhadas por todo o país e possuem 650 gêneros e 9.000 espécies. No Brasil, são aproximadamente 1.500 espécies desta família, representando 180 gêneros.
Mesmo sendo muito numerosas, a sazonalidade das plantas dessa família varia: algumas têm expectativa de vida mais curta, enquanto outras são perenes.
Como elas têm poucas reservas e as sementes são pequenas, germinam em camadas mais profundas.
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Quais as principais características das plantas daninhas?
A característica principal das plantas daninhas é, sem dúvida, a sua resiliência e capacidade de adaptação em diferentes ambientes, o que permite que sobrevivam com facilidade. Por exemplo, o uso repetitivo de um mesmo herbicida pode fazer com que criem resistência a esta ação. Essa resistência pode, inclusive, ser repassada a gerações futuras.
Além disso, existem outras características notáveis. Veja:
- desenvolvimento e florescimento acelerados;
- dificultam a colheita;
- alastram-se facilmente;
- possuem grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo;
- podem liberar toxinas prejudiciais ao desenvolvimento da cultura;
- produzem alta quantidade de sementes;
- provocam maturação desuniforme da cultura;
- são de rápida germinação;
- reduzem a qualidade dos grãos;
- são resistentes às variações ambientais;
- têm um sistema radicular abundante.
Como matar ervas daninhas?
Eliminar as ervas daninhas da plantação é o desejo de todo produtor, por causa dos transtornos que elas causam durante a colheita e venda dos grãos.
Quando ocorrem em um cultivo menor, como uma horta, há a possibilidade de tentar controlar a infestação manualmente, por exemplo, com extrator de erva daninha. Entretanto, para cultivos maiores, como safras e lavouras, a utilização dos herbicidas é a melhor estratégia para solucionar o problema.
Os herbicidas (biológicos ou químicos) são fortes aliados dos produtores, porque eles têm capacidade de matar ou inibir o crescimento de determinadas espécies de plantas daninhas.
Existem diversos tipos de herbicidas, porém, os mais usados hoje em dia são à base de glifosato, herbicidas sistêmicos não-seletivos que eliminam qualquer tipo de erva daninha, sem distinção.
Todavia, com o passar do tempo, muitas das espécies se tornam resistentes ou tolerantes ao herbicida, então o produtor precisa agregar outras práticas para ajudar na limpeza das plantas daninhas. Uma delas é o Manejo Integrado.
O manejo integrado é uma das melhores estratégias, pois é uma junção de práticas agrícolas (rotação de culturas, o plantio direto e a diversificação dos mecanismos de ação no controle químico), para inibir o desenvolvimento das plantas invasoras. Além disso, nesse processo o agricultor também tem a opção de alterar e ajustar as práticas regularmente, se adequando a situações distintas.
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