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Agricultura irrigada: como ter um sistema eficiente e sustentável em sua lavoura

Os sistemas de irrigação demandam técnica e planejamento. Saiba mais sobre as estratégias de manejo e como a tecnologia pode reduzir o uso da água sem afetar a produtividade17 de julho de 2022 /// 7 minutos de leitura

Você sabia que no Brasil existe uma área irrigada de mais de 8 milhões de hectares, que viabiliza a produção em regiões com escassez de água?

A agricultura irrigada aumenta a segurança no manejo, a rentabilidade e, mesmo que pareça uma atividade simples, demanda altos níveis de tecnificação, planejamento e investimento.

"O maior empecilho para a instalação é a falta de conhecimento técnico. Muita gente adquire o sistema de irrigação e quer economizar na instalação, sem projeto adequado ou mão de obra qualificada para fazer esse trabalho", alerta Fernando Mendonça, professor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP).

Os principais métodos de irrigação são por superfície, aspersão e o localizado.

Na irrigação por superfície, a água é aplicada sobre o solo, seja por sistema de sulco ou inundação.

Já a irrigação por aspersão imita gotas de chuva no solo e nas plantas. Esse método se adapta a diferentes declives e possui boa eficiência na distribuição de água.

A irrigação localizada é aquela aplicada em uma fração das raízes. Essa técnica tem elevada eficiência de aplicação, por outro lado, o custo inicial de implantação é alto.

Entre os diversos benefícios proporcionados pelos sistemas de irrigação, é possível citar:

  • incremento na produção agrícola;
  • maior qualidade;
  • padronização dos produtos;
  • abertura de novos mercados;
  • maior retorno financeiro;
  • variedade de culturas;
  • aumento da oferta de alimentos;
  • melhoria da segurança alimentar;
  • incorporação de novas áreas pela implantação de diferentes culturas em regiões secas e de baixa produtividade.

Estratégias e técnicas para manejo de irrigação

Um grande desafio no processo de irrigação é utilizar a menor quantidade de água possível. Para isso, é importante se basear na necessidade hídrica da planta. Essa quantidade de água a ser aplicada depende de uma medição da umidade do solo ou uma estimativa das entradas, saídas e do armazenamento atual de água no solo. "É um sistema que chamamos de balanço hídrico, muito parecido com o balanço de empresa, que tem débito, crédito e saldo. O débito são as saídas de água, que chamamos de evapotranspiração; os créditos são a chuva e a irrigação; e o saldo é o armazenamento de água no solo", explica o professor da Esalq.

Outro desafio do manejo de irrigação é conhecer estratégias que podem ser tomadas para cada lavoura.

Para o manejo integrado, trabalha-se com dados coletados do ambiente, além de dados da lavoura, levando em consideração níveis de umidade do solo e evapotranspiração.

Para o manejo via solo, leva-se em consideração dados de densidade, declividade e velocidade de infiltração para realizar um bom planejamento que evite gastos desnecessários.

Por fim, para um manejo via informações atmosféricas, usa-se dados de evaporação de água do solo, transpiração e condições climáticas.

Outra técnica que vem sendo utilizada é a irrigação com déficit controlado, que representa uma quantidade de água para lavoura variando entre 80 e 90% da necessidade da planta.

Tecnologia para uso eficiente da água

A tecnologia é a chave para reduzir o uso de água na agricultura sem que a produtividade seja afetada.

A chamada irrigação de precisão ocorre por meio de sensores que captam informações sobre a umidade do solo em tempo real e analisam esses dados para realizar a gestão e a distribuição da água em cada fragmento da lavoura, sem desperdícios e sem interferência na produtividade da cultura.

"Nós temos equipamentos para monitorar essa saída de água do sistema, verificar o estado hídrico das culturas, se elas estão em estresse ou não. Então, é possível fazer um bom manejo usando essas tecnologias", destaca Fernando.

A iCrop , agtech com serviços disponíveis pelo programa Impulso Bayer, oferece soluções na área de gestão da irrigação para uma melhor tomada de decisão. De acordo com o produtor Júlio César Júnior, de Uberlândia, Minas Gerais, a ferramenta garante mais eficiência e melhores resultados: "Irrigar mais não significa que vou produzir mais, ou irrigar menos não significa que vou produzir menos. Usar todas as informações de maneira eficaz é ter a certeza de que vamos alcançar a melhor produtividade que podemos," explica.

É essencial entender os sistemas de irrigação para o uso racional dos recursos hídricos. Quando o manejo é feito da maneira adequada, é possível preservar o meio ambiente, diminuindo o desperdício e, ao mesmo tempo, chegar a um menor custo de produção. Mais uma vez, o agronegócio mostra que é capaz de obter bons resultados de maneira consciente e sustentável.

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