Quais são as pragas mais importantes dos citros?
As pragas mais importantes da citricultura podem reduzir a produtividade do pomar e, até mesmo, matar as plantas. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), algumas espécies de larvas, moscas, cochonilhas, ácaros e mariposas são responsáveis por grandes perdas de produção na citricultura.
Os sintomas dos ataques podem comprometer a capacidade fotossintética das árvores, afetar todas as estruturas da planta e, inclusive, disseminar doenças agressivas, como o greening.
Identificando as principais pragas dos citros
Conforme boletins técnicos da EMBRAPA e do Fundo de Defesa da Citricultura (FUNDECITRUS), as pragas que mais afetam a produção de citros nas principais regiões produtoras do país, são:
Minador-dos-citros.
Cochonilhas.
Ácaro-da-ferrugem.
Ácaros desfolhadores.
Mosca-das-frutas.
Mosca-negra.
Psilídeo.
As pragas mais importantes dos pomares de citros
As pragas da citricultura podem afetar raízes, ramos, folhas, tronco e frutos das árvores do pomar. Saiba como.
Minador-dos-citros (Phyllocnistis citrella)
O minador-dos-citros é uma mariposa na fase adulta. Quando ainda é uma larva, conhecida como larva-minadora, a praga se alimenta das folhas dos citros, causando impactos como:
Galerias serpenteadas nas folhas.
Destruição e necrose das folhas.
Folhas enroladas.
Redução da capacidade fotossintética.
Lesões que podem favorecer infecções por doenças.
Transmissão do cancro cítrico (Xanthomonas citri subsp. citri).
Redução de até 50% da produção.
Redução de até 60% no tamanho dos frutos.
Cochonilhas
De acordo com publicação técnica da Universidade Estadual Paulista (UNESP), as cochonilhas pardinha (Selenaspidus articulatus), parlatória (Parlatoria spp.), cabeça-de-prego (Chrysomphalus ficus), escama-vírgula (Mytilococcus beckii), escama-farinha (Unaspis citri), verde (Coccus viridis), parda (Selenaspidus oleae), branca (Pseudococcus citri) e ortézia (Orthezia praelonga), são consideradas as principais responsáveis por perdas nos pomares de citros.
Dentre elas, o artigo da UNESP revela que a ortézia se destaca das demais. A praga favorece a ocorrência da doença fumagina (Capnodium citri) e causa diversos sintomas:
Desfolhamento lento.
Redução da capacidade fotossintética da planta.
Redução da produtividade e da qualidade dos frutos.
Queda de frutos.
Morte de ramos novos.
Fendilhamento do tronco.
Morte das plantas.
Injeção de toxinas.
Ácaro-da-ferrugem (Phyllocoptruta oleivora)
O ácaro-da-ferrugem é uma praga minúscula, de coloração que varia entre amarelo e marrom, capaz de afetar a planta e a qualidade dos frutos dos citros.
Ele pode causar:
Redução da capacidade fotossintética das plantas.
Coloração dos frutos com aspecto de ferrugem e bronze.
Manchas escuras nas bordas das folhas, conhecidas como “mancha-graxa”.
Frutos perdem mais água do que o normal.
Engrossamento da casca dos frutos.
Redução do teor de ácido ascórbico dos frutos.
Queda prematura dos frutos.
Redução no peso, volume e conteúdo de suco dos frutos.
Ácaros desfolhadores
Material técnico do FUNDECITRUS explica que os ácaros desfolhadores mais relevantes da citricultura são o ácaro-purpúreo (Panonychus citri), o ácaro-texano (Eutetranychus banksi) e o ácaro-mexicano (Tetranychus mexicanus).
Os sintomas do seu ataque são:
Manchas cloróticas nas folhas, conhecidas como “mosqueamento”.
Desfolha intensa das plantas.
Seca dos ponteiros das plantas.
Abortamento de frutos.
Teias entre as folhas.
Redução da capacidade fotossintética das plantas.
Mosca-das-frutas e mosca-negra
Segundo a EMBPRAPA, a mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus) e a mosca-negra-dos-citros (Aleurocanthus woglumi) afetam pomares de todo o país.
A última suga a seiva, excreta substâncias que favorecem a ocorrência da fumagina, e causa a murcha ou a morte das plantas atacadas.
Já o impacto da primeira começa quando adultos penetram os frutos para ovipositar, e facilitam a entrada de bactérias. Os principais sintomas de ataque desta mosca são frutos podres, queda de frutos e frutos mal desenvolvidos. Ainda segundo o FUNDECITRUS, o ataque pode comprometer até 50% da produção.
Psilídeo: a praga mais importante da citricultura
O psilídeo (Diaphorina citri) pode se alimentar em brotações e folhas maduras de todas as variedades de citros, e não causa danos diretos nas plantas. Na fase adulta, o inseto apresenta asas transparentes com bordas escuras e pode medir de 2 a 3 mm.
O impacto indireto é a transmissão da bactéria Candidatus Liberibacter spp., que causa o greening (huanglongbing/HLB), a doença mais relevante da citricultura mundial. O psilídeo não nasce contaminado com a bactéria, mas pode se contaminar durante todo o seu ciclo.
O psilídeo transmite as bactérias do greening da seguinte forma:
Sugando seiva de uma planta de citros contaminada com as bactérias e se contamina.
Disseminando as mesmas bactérias ao se alimentar em outras plantas do pomar.
A partir do momento em que a planta é contaminada, a bactéria se espalha pelo floema, e passa a afetar raízes, ramos, folhas e frutos.
Saiba mais sobre os efeitos do psilídeo na lavoura em nosso Impulso Cast.
Sintomas do greening
Os sintomas do greening podem aparecer em até quatro meses após a contaminação da planta. De acordo com o FUNDECITRUS, plantas contaminadas pela doença apresentam folhas amareladas, folhas com manchas assimétricas entre as duas metades e frutos de cor verde clara.
Com o avanço da infecção na árvore, as folhas e os frutos podem cair precocemente, e os frutos que não caem ficam deformados e pequenos. A consequência destes sintomas são a redução da capacidade fotossintética da árvore e a redução da produção da planta e da qualidade do suco.
O greening se desenvolve em todos os tipos de citros e não há tratamento curativo para as plantas contaminadas. Além disso, mesmo sem apresentar sintomas, as plantas contaminadas se tornam fonte de inóculo da doença.
O manejo de pragas na citricultura
O manejo integrado de pragas (MIP) adotado na citricultura exige monitoramento sistemático, adoção de boas práticas agronômicas e o uso de inseticidas químicos e biológicos.
Conforme boletins técnicos da EMBRAPA, o manejo biológico de pragas da citricultura pode ser realizado por inimigos naturais presentes no pomar, ou por organismos predadores liberados no ambiente. Para obter êxito nessa estratégia, a instituição recomenda a adoção de inseticidas seletivos, que não reduzem a população dos insetos benéficos para a citricultura.
Para manejar especificamente o psilídeo, o FUNDECITRUS recomenda:
Monitoramento
Avaliar os pomares com frequência, e intensificar o monitoramento entre o final do inverno e a primavera.
Pulverização de inseticidas químicos
Inseticidas sistêmicos devem ser utilizados antes da muda sair do viveiro. Em pomares de até três anos, a recomendação é aplicar inseticidas sistêmicos, via drench ou tronco, e produtos foliares. As aplicações devem continuar para plantas com mais de três anos, conforme monitoramento e carência dos produtos.
Manejo biológico
O manejo biológico da praga pode ser realizado com a liberação de Tamarixia radiata, vespa parasitoide que preda as ninfas de psilídeo. O fungo entomopatogênico Isaria fumosorosea também é uma opção para controlar o inseto vetor do greening.
Manejo regional
É realizado simultaneamente por vários produtores de uma mesma região. O foco é evitar que a praga migre de uma propriedade para outra durante as pulverizações. O sistema de Alerta Fitossanitário, desenvolvido pelo Fundecitrus, é um dos principais recursos para este manejo.
As tecnologias PROVADO®, BULLDOCK®, SIVANTO® PRIME, WINNER® e OBERON®, da Bayer, podem ajudar citricultores de todo o país que buscam por eficiência no manejo de pragas. Os produtos são inseticidas, e foram desenvolvidos para manejar as principais pragas da citricultura.
Conheça os alvos de cada um deles:
Psilídeo.
BULLDOCK®
Psilídeo e o bicho-furão (Ecdytolopha aurantiana).
PROVADO®
Minador-dos-citros, psilídeo, cochonilha ortézia, mosca-negra, pulgão-preto-dos-citros (Toxoptera citricida) e cigarrinha-da-cvc (Oncometopia facialis).WINNER®
Cigarrinha-da-cvc (Oncometopia facialis), Minadoradasfolhas (Phyllocnistis citrella), Psilídeo (Diaphorina citri) e pulgão-preto (Toxoptera citricida).OBERON®
Moscas-brancas, Ácarodafalsaferrugem (Phyllocoptruta oleivora) e Ácarodaleprose (Brevipalpus phoenicis).
Assista ao Impulso Cast EP. 21 para saber mais sobre como manejar pragas da citricultura e evitar prejuízos com o greening:
Links recomendados:
https://www.agro.bayer.com.br/conteudos-impulso-bayer/como-controlar-doencas-que-afetam-os-pomares-de-citros
https://www.agro.bayer.com.br/conteudos-impulso-bayer/greening-saiba-quais-sao-os-pontos-decisivos-para-o-controle-da-doenca
https://www.agro.bayer.com.br/conteudos-impulso-bayer/impulso-negocios-melhores-praticas-para-a-colheita-de-citrus