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O que os agricultores podem esperar do La Niña?

Você sabe como o La Niña pode influenciar as condições climáticas e a produção agrícola no país? Clique e confira as últimas informações divulgadas por órgãos referência no assunto. 24 de março de 2024 /// 5 minutos de leitura
La Ninã

Após meses sob influência do El Niño, as condições climáticas devem mudar novamente devido ao La Niña.

O fenômeno climático El Niño, que vem influenciando as condições climáticas desde fevereiro de 2023, está perdendo sua força. De acordo com boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), há 75% de chances de o El Niño prosseguir apenas até maio de 2024, dando espaço para o La Niña.

Dados do International Research Institute for Climate and Society (IRI), apontam que há 55% de probabilidade de ocorrer a formação do fenômeno climático o La Niña no segundo semestre deste ano.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o El Niño e o La Niña são partes de um mesmo fenômeno que ocorre no oceano Pacífico Equatorial, mas influenciam as condições climáticas de forma diferente.

Para saber o que os agricultores podem esperar do La Niña, leia este artigo até o final.

O que é o La Niña?

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) descreve o La Niña como um fenômeno atmosférico-oceânico que faz parte de um ciclo natural denominado El Niño-Oscilação Sul. Segundo o Centro, este ciclo integra três estados diferentes de temperatura do Oceano Pacífico Tropical:

  • Aquecimento, atribuído ao El Niño.

  • Condições neutras.

  • Resfriamento, atribuído ao La Niña.

De acordo com o CEMADEM, Conforme o órgão, uma das características mais evidentes da ocorrência de La Ninã é o resfriamento anormal do Oceano Pacífico Tropical, principalmente na região central e controcentro-leste, que inclui a costa do Equador e do Peru.

Em publicação oficial, a CEMADEN explica que o La Niña pode ressurgir em intervalos de tempo que variam de 2 a 7 anos, e lembra que o episódio mais recente registrado perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.

É importante destacar que a influência do La Niña e do El Niño nas condições climáticas não ficam confinadas. O CEMADEN explica que o desbalanço causado por estes fenômenos altera o regime de ventos predominantes na atmosfera, o que pode afetar regiões localizadas a milhares de quilômetros de distância do oceano Pacífico Equatorial.

Como o La Niña pode influenciar a produção agrícola?

Em matéria publicada pelo portal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do CEMADEN, comenta sobre os possíveis impactos do La Niña no Brasil. Segundo o especialista, ainda é cedo para obter previsões assertivas, mas de acordo com estatísticas baseadas no histórico do fenômeno no país, os agricultores podem esperar por:

  • Manifestação do La Niña na primavera.

  • Redução de chuvas no Sul, que pode voltar a uma situação de seca.

  • Períodos com frio mais intenso na primavera, e geadas tardias.

  • Chuva abundante no Norte e Nordeste a partir de outubro e novembro.

  • Pouca influência nas precipitações nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

De acordo com o coordenador-geral, a situação mais preocupante em relação ao La Niña é a seca na parte sul do Pantanal, localizada no Mato Grosso do Sul (MS). Seluchi explica que, neste momento ocorre uma situação de seca na região, considerada extrema, e por conta do fenômeno La Niña, não é possível esperar por uma recuperação da área na próxima estação chuvosa.

Ainda segundo o especialista, é importante que os locais se preparem para ações de prevenção, e organizem estruturas de combate aos incêndios na parte sul do Pantanal.

Previsão climática do INMET

O último boletim de previsão climática publicado pelo INMET em fevereiro, apresenta projeções para os meses de março, abril e maio de 2024.

NoO boletim constadocumento revela que existe a pode haver maior probabilidade de chuvas abaixo da faixa normal em parte das regiões norte e nordeste do Brasil. Por outro lado, parte da Região Sul e áreas da Região Norte podem receber chuvas acima da faixa normal.

Para este mesmo período, a previsão de temperatura indica maior probabilidade de calor acima da faixa normal, principalmente no centro-norte do país.

O INMET não descarta episódios de chuva expressiva em algumas localidades, e reitera
que esta previsão ainda reflete a atuação do evento atual de El Niño.

Acompanhamento de safra da CONAB

De acordo com o 6º levantamento da safra 2023/24, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em 12 de março, estima-se que o Brasil deve produzir 295,6 milhões de toneladas de grãos. No entanto, até o momento, segundo o órgão, produtores ainda lidam com os impactos das condições climáticas desfavoráveis, atribuídas ao fenômeno climático El Niño.

Confira o status atual das safras de algodão, milho e soja, divulgados pela CONAB:

  • Algodão
    A comercialização e a precificação da pluma estão sendo influenciadas pelo aumento de 16,3% na área plantada em relação a safra passada. A estimativa de produção é de 3,6 milhões de toneladas de pluma. Segundo a CONAB, as condições climáticas estão favorecendo as lavouras de algodão, que foram semeadas em 99% da área dedicada a cultura.

  • Soja
    Estima-se que o Brasil produza 146,9 milhões de toneladas de soja, número 5% menor do que o obtido na safra anterior. A colheita da oleaginosa foi finalizada em 55% das áreas até o início do mês de março. De acordo com a CONAB, a estimativa de produção do grão foi reduzida novamente por conta dos baixos volumes de chuva e temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras do país.

  • Milho
    A projeção da CONAB aponta que o cultivo do milho primeira safra deve produzir cerca de 23,42 milhões de toneladas, no entanto, a cultura segue na fase de enchimento de grãos e maturação, com cerca de 33% da área colhida. Durante este ciclo, segundo a Companhia, agricultores foram impactados com altas temperaturas e baixa pluviosidade, afetando o desenvolvimento das plantas. A segunda safra de milho foi semeada em 86,2% das áreas, e conforme projeção da CONAB, deve produzir 87,35 milhões de toneladas.

A Bayer e as condições climáticas

Para a tomada de tomar decisões informadas em períodos de instabilidade climática, é fundamental adotar ferramentas que apresentem dados precisos sobre manejo e desenvolvimento das culturas. Tendo em vista esse desafio, a Bayer oferece a plataforma FIELDVIEW™, que você pode conhecer clicando aqui.

Além de produtos inovadores, a Bayer também disponibiliza informação relevante sobre os principais assuntos que envolvem o agronegócio brasileiro, como as condições climáticas. Assista ao último boletim do clima, publicado no canal Agro Bayer Brasil, e acesse mais dados que podem ajudar a orientar suas estratégias de manejo:

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