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Conheça 7 estratégias de gestão de riscos agrícolas

Condições climáticas, crédito, mercado externo e regulamentações são alguns dos riscos agrícolas.22 de julho de 2024 /// 10 minutos de leitura
Gestão de riscos

A atividade agrícola pode ser afetada por condições climáticas adversas, flutuações de preços e mudanças no mercado externo, ambos exemplos de riscos que podem causar grandes prejuízos econômicos para o agricultor. Por esse motivo, a gestão de riscos agrícolas é um processo indispensável para o desenvolvimento sustentável e rentável da agricultura moderna.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), os riscos agrícolas podem ser identificados da seguinte forma:

· Riscos de produção

Podem comprometer a produção, como condições climáticas adversas, alta pressão de pragas, doenças e invasoras, e falhas operacionais ao longo da safra.

· Riscos sanitários
Podem afetar a atividade agrícola de vários produtores em uma mesma região, como, por exemplo, a ferrugem asiática da soja e o transporte de produtos, mudas ou frutos contaminados por doenças e pragas.


· Riscos de gestão de recursos (especialmente naturais)

Alguns exemplos são a escassez hídrica, que pode comprometer até mesmo o cultivo irrigado, e a degradação de solos, que pode exigir reinvestimento em manejo do solo com adubo, fertilizantes e operações onerosas.


· Riscos de crédito e comercialização
Flutuações dos preços de insumos, dificuldades de acesso a financiamento e redução do preço do grão no período de comercialização.

· Riscos relacionados ao mercado externo
Barreiras comerciais, conflitos internacionais e outras questões geopolíticas.

· Riscos de infraestrutura

Problemas de armazenamento, transporte e logística.

· Riscos do ambiente institucional
Mudanças em leis, regulações e políticas públicas.

Alguns desses fatores podem causar perdas significativas na produção e reduzir drasticamente a rentabilidade do agricultor. Em maior escala, os riscos agrícolas podem aumentar o preço dos produtos para os consumidores, desencadear uma situação de insegurança alimentar e causar uma queda nas exportações do agro.

Estratégias de gestão de riscos agrícolas para produtores de grãos

As estratégias de gestão de riscos para produtores de grãos variam de acordo com as necessidades de cada propriedade. De modo geral, para minimizar os riscos agrícolas é necessário integrar manejo eficiente da lavoura, tecnologias digitais, e recursos dos setores privado e público.

Conheça 7 estratégias de gestão de riscos agrícolas:

Políticas públicas
De acordo com a Climate Policy Initiative (CPI) , as principais políticas públicas voltadas para o gerenciamento de riscos agrícolas são o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO), a Garantia-Safra e a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR) e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Com exceção do ZARC, todas atuam na contenção de riscos financeiros fornecendo linhas de crédito, seguros ou acesso a insumos com custos otimizados.

O ZARC, por outro lado, é uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com a EMBRAPA. Trata-se de uma base de dados disponível online que orienta sobre as épocas de cultivo de espécies agrícolas em que há menor risco de perda de produtividade considerando variações espaço-temporais do clima. Os dados do ZARC direcionam o PROAGRO e o PSR.

Diversificação de culturas
Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), a diversificação de culturas contribui para a fertilidade do solo, para o controle de pragas e doenças, e para a menor dependência de apenas um mercado na venda da produção. Além disso, se uma cultura for afetada negativamente por fatores externos, outras culturas podem compensar as perdas financeiras.

Os sistemas produtivos mais comuns para a diversificação de culturas são a sucessão soja e milho segunda safra, e o plantio da soja sucedida pelo algodão. As integrações lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF) também têm sido adotadas como diversificação de cultivos.

Seguro agrícola
Segundo o Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), os seguros agrícolas podem ser fornecidos por bancos e corretoras privadas. Os seguros também podem ser subvencionados pelo governo via PSR, programa que oferece ao produtor rural a possibilidade de proteger sua produção por meio de auxílio financeiro do governo federal.

Crédito Rural
O crédito rural garante ao agricultor que as taxas de juros definidas anualmente pelo Plano Safra sejam mantidas até a quitação do financiamento. A abrangência e as condições do crédito rural variam ao longo dos anos pois o recurso é limitado.

De acordo com a CPI, a quantidade anual de crédito disponível para o setor rural corresponde a cerca de 40% do valor total de produção agropecuária do Brasil.

Mercado futuro
As vendas antecipadas, mercados futuros, e Hedge são utilizados no gerenciamento de risco. Conforme o INSPER, essas estratégias são adotadas quando é necessário captar crédito para o cultivo de uma nova safra com maior proteção contra riscos como variações nos preços das commodities e de moedas estrangeiras.

Barter
Ainda segundo o INSPER, o Barter ocorre fora do sistema financeiro tradicional, e envolve a troca direta, sem a utilização de dinheiro como meio de pagamento. Em uma operação de Barter, o agricultor se compromete a entregar determinada parte de sua produção futura para uma indústria ou revenda em troca de insumos, como sementes, inseticidas, fertilizantes, entre outros.

O principal benefício do Barter é a possibilidade de travar o custo de produção de acordo com o preço de venda do grão antes mesmo da safra começar.

Ferramentas digitais de gestão da lavoura
As ferramentas digitais de gestão da lavoura capturam dados a partir de sensores e satélites, armazenam as informações cadastradas pelo agricultor, e fornecem previsões climáticas. Essa tecnologia antecipa o diagnóstico das necessidades da lavoura, fornece informações que podem preparar o agricultor para períodos de estresses climáticos, e ajuda a otimizar ao máximo o uso de insumos e recursos naturais, como a água.

Soluções Bayer para gestão de riscos agrícolas

O FEILDVIEW™ é a plataforma de agricultura digital da Bayer que utiliza algoritmos, informações capturadas por sensores e satélites, e o conhecimento do produtor sobre seus talhões para maximizar os resultados da lavoura. A ferramenta ajuda na gestão dos riscos agrícolas fornecendo relatórios sobre operações de manejo e desenvolvimento da cultura, e disponibiliza previsão do tempo georreferenciada.

Para oferecer mais uma solução de gestão de riscos agrícolas para produtores de grãos, a Bayer desenvolveu o Barter+ powered by FIELDVIEW™. O objetivo dessa iniciativa é personalizar a negociação de Barter para que produtores possam acessar o recurso de forma mais adequada.

No modelo tradicional de Barter, a quantia de produtos ofertada na transação depende de um cálculo realizado pela Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB), que se baseia na média de produtividade da região onde o produtor está inserido. Com o Barter+ powered by FIELDVIEW™, o cálculo passa a avaliar somente os dados individuais de produção do agricultor , por meio do histórico de produtividade registrado na plataforma FIELDVIEW™.

Assista ao Impulso Cast EP. 14 e saiba como o Barter e ouras alternativas podem ajudar a reduzir os riscos financeiros no agro:

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