Colheita do milho segunda safra 2024

De acordo com o 9º boletim de acompanhamento da safra de grãos publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em 13 de junho, a colheita da segunda safra de milho começou em maio e avança nos principais estados produtores. No entanto, a companhia avalia que os resultados obtidos até o momento evidenciam como as condições climáticas influenciaram a produção de milho de forma diferente em cada região.

Conheça agora as principais informações sobre a colheita do milho segunda safra divulgadas no boletim da CONAB.

Resumo geral da segunda safra de milho

A produção do milho segunda safra pode chegar a 88,12 milhões de toneladas. Conforme o boletim, esse dado confirma que a produção da safrinha deste ano deve ser 13,9% menor do que a do ciclo passado.

A área cultivada com milho na segunda safra está estimada em 16.152,7 milhões de hectares, número 6% inferior em relação ao registrado na última safra. Segundo a CONAB, 7,5% das áreas de safrinha foram colhidas até o fechamento do levantamento.

As precipitações regulares e bem distribuídas ao longo do desenvolvimento da cultura favoreceram os estados do Mato Grosso, Pará e Tocantins, e regiões de Goiás. Com a estabilidade do clima nestas regiões, os produtores têm obtido bons resultados de produtividade nos talhões colhidos e seguem otimistas em relação às áreas que ainda se encontram em fase de maturação.

O cenário está diferente em São Paulo, Mato Grosso do Sul e parte do Paraná. A falta de chuvas por longos períodos provocou uma redução no potencial produtivo da cultura do milho nessas regiões.

Segundo o boletim, as lavouras das demais regiões do país apresentam bom desenvolvimento. Além disso, a maioria das áreas que não foram afetadas por condições climáticas adversas se encontram em estádio de maturação.

Desenvolvimento e colheita do milho segunda safra

As análises estaduais do milho segunda safra compartilhadas no último boletim da CONAB apresentam o desenvolvimento das lavouras, o andamento das colheitas e os principais desafios de cada região.

Confira as principais atualizações da CONAB:

Mato Grosso
A semeadura ocorreu dentro da janela ideal, e os produtores adotaram híbridos com pacote tecnológico de médio e alto rendimento. A colheita deve ser intensificada a partir da segunda quinzena de junho. Até o momento, a produção e colheita se apresentam promissoras, com a predominância de lavouras em fase de enchimento de grãos e maturação.

Paraná
O déficit hídrico no extremo oeste do Paraná e nas porções noroeste e norte do estado, e as altas temperaturas, provocaram perdas do potencial produtivo. Como consequência, a produtividade dessas regiões foi reduzida, e agora é estimada em 5.455 kg/ha.

Mato Grosso do Sul
O estado enfrentou 40 dias de seca com ventos constantes e alta temperatura ao longo do período. As lavouras de algumas regiões apresentaram requeima de plantas, má formação de espigas e grãos, e aumento da incidência de cigarrinha e de plantas afetadas pelo complexo de enfezamento.

As condições das lavouras estão melhores no norte do estado, onde o clima se manteve estável. Por conta do cenário descrito pela CONAB, a estimativa de produtividade do Mato Grosso do Sul foi reduzida para 4.265 kg/ha.

Goiás
A colheita está começando em algumas áreas. O destaque desta atualização é a seca no mês de maio, que causou o encurtamento do ciclo da maioria das lavouras após 40 dias sem precipitações. Por outro lado, no sudoeste goiano a maioria das lavouras não foram afetadas pela escassez de chuvas e se encontram em final de ciclo. Alguns municípios de Goiás também registraram focos de enfezamento.

Distrito Federal
A maioria das lavouras se encontram em fase de maturação, e apresentam excelente sanidade. A produtividade média no Distrito Federal está estimada em 6.100 kg/ha.

Minas Gerais
Por conta do excesso de chuvas em algumas regiões com lavouras em estágio de maturação, parte das plantas está acamando. Para evitar as perdas, muitos produtores cogitam colher o milho safrinha com uma umidade próxima de 25%.

Além disso, o excesso de chuvas atrasou a semeadura de algumas áreas. Como consequência, lavouras semeadas no final da janela apresentam espigas e grãos menores por conta da seca que atinge o estado desde o início de abril.

O enfezamento e as doenças cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) e bipolaris (Bipolaris maydis) também têm desafiado os agricultores mineiros. A produtividade do estado é estimada em 5.527 kg/ha.

São Paulo
A maioria das áreas estão no estádio de enchimento de grãos e maturação. A irregularidade das precipitações e os períodos de altas temperaturas comprometeram o desenvolvimento e potencial produtivo do milho no estado.

Bahia
Ocorreram poucas precipitações nos últimos 30 dias, com acumulado inferior a 10 mm. A falta de chuva e altas temperaturas limitaram o desenvolvimento das lavouras de segunda safra em manejo de sequeiro.

Paraíba
Na Paraíba, 33,6% das lavouras se encontram em fase de floração, enquanto 28,7% estão em enchimento de grãos. Foram registrados ataques severos de lagartas, que exigiram a ressemeadura de algumas áreas, principalmente no Alto Sertão. De modo geral, as lavouras se encontram em boas condições, mas podem sofrer possíveis perdas até a colheita.

Maranhão
As lavouras se encontram nos estádios de desenvolvimento vegetativo, floração e início de enchimento de grãos, e apresentam bom desenvolvimento. Com o atraso das chuvas para o início da semeadura da soja, a janela de semeadura da segunda safra de milho foi comprometida em algumas áreas da região sul, oeste, centro e leste do estado. Neste cenário, a área de milho safrinha foi reduzida para 260,2 mil hectares.

Pernambuco
Lavouras semeadas na primeira quinzena de janeiro, foram afetadas pelo estresse hídrico. Por outro lado, áreas semeadas a partir de fevereiro apresentam bom desenvolvimento vegetativo e ótimo potencial produtivo. Até o fechamento do boletim, a maioria das lavouras se encontravam em fase de maturação.

Piauí
A maioria das lavouras se encontram em enchimento de grãos, mas sofreram com a estiagem no mês de maio, o que reduziu a estimativa de produtividade do estado. Além disso, os produtores de muitas regiões estão realizando cerca de oito pulverizações para controlar uma alta infestação de lagartas, o que está aumentando o custo de produção.

Tocantins
As lavouras entraram em maturação, e o início da colheita está previsto para o mês de julho. A segunda safra no estado foi marcada pela ocorrência de alta infestação de lagartas na fase vegetativa, o que aumentou o número de aplicações de defensivos e os custos de produção.

Pará
Na região de Santarém, a semeadura foi encerrada há pouco tempo. A colheita no Pará deve começar na primeira quinzena de junho. As condições de campo foram boas, e o clima se ajustou ao longo do desenvolvimento da maioria das lavouras. Estima-se que o milho de segunda safra está sendo cultivado em 303,8 mil hectares.

Rondônia
Com chuvas regulares e bem distribuídas em todo o estado, as lavouras de milho apresentam bom desenvolvimento até o momento. É esperado que a dinâmica climática dos anos anteriores se repita durante o estágio de maturação dos grãos, o que indica boa produção e operações de colheita sem dificuldades.

Acre
A semeadura do milho no Acre foi escalonada, e por isso há lavouras em estágio vegetativo e áreas que já estão sendo colhidas. As lavouras semeadas na janela de plantio ideal apresentam bom potencial produtivo, enquanto as áreas semeadas tardiamente dependem de um volume significativo de chuvas para se desenvolver adequadamente.

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