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Agricultura 4.0: o que é, as vantagens e qual o impacto na gestão agrícola

A agricultura 4.0 surgiu com o desenvolvimento de diversas tecnologias que facilitam a coleta de dados e auxiliam o produtor a tomar decisões estratégicas.23 de outubro de 2024 /// 4 minutos de leitura

A história do setor agrícola pode ser dividida em diferentes fases, cada uma marcada pela adoção de novas tecnologias que transformaram a cadeia produtiva.

Uma dessas etapas é a agricultura 4.0, que se destaca pelo uso de recursos avançados de análise de dados e pelo aumento significativo na produção de alimentos.

Essa fase iniciou por volta de 2015 e continua em andamento, mostrando que a incorporação de tecnologia na agricultura é o caminho certo para aumentar a eficiência do campo e colher outros benefícios.

Neste artigo, explicaremos o que é essa fase, como ela funciona e quais recursos você pode investir para aproveitar suas vantagens.

O que é agricultura 4.0?

A agricultura 4.0 representa uma transformação profunda na produção de alimentos. Também chamada de quarta revolução agrícola, ela se caracteriza pelo uso de tecnologias digitais que modernizam e otimizam os processos produtivos.

Esse conceito é derivado da chamada Indústria 4.0, que se baseia na coleta e integração de dados para promover a automação e a eficiência de atividades.

Com o apoio de ferramentas como big data, Internet das Coisas (IoT) e robótica, é possível conectar equipamentos, monitorar dados em tempo real e gerar diagnósticos detalhados sobre as condições da lavoura.

Ao integrar essas inovações, a produção se torna mais autônoma, conectada e sustentável, resultando em maior produtividade e rentabilidade. Por conta dessas características, ela é considerada um dos pilares da agricultura de precisão.

Evolução da agricultura

A agricultura 4.0 é resultado de um longo processo de evolução, que começou há milhares de anos e foi fundamental para o desenvolvimento da civilização humana. A primeira fase desse processo é conhecida como agricultura 1.0, que usava técnicas simples e rudimentares de cultivo e era voltada para a subsistência.

A agricultura 2.0 começou por volta dos anos 1950, sendo marcada pela chegada das máquinas agrícolas e pelo avanço da ciência, impulsionando a produção em larga escala, o fornecimento de insumos e o comércio global.

O avanço das tecnologias permitiu o início da agricultura 3.0 na década de 1990, período que se estendeu até 2010.

Essa fase foi marcada pela automação das atividades no campo e pelo início da coleta de dados como ferramenta estratégica, possibilitando decisões mais precisas e o aumento da produtividade.

A era da agricultura 4.0 começou somente a partir de 2015. Essa fase transformou a produção agrícola em um sistema altamente conectado e eficiente, utilizando recursos como inteligência artificial e IoT.

Como funciona a agricultura 4.0?

Ela funciona a partir da integração de máquinas, softwares e sistemas avançados que otimizam todas as etapas de produção. Isso inclui desde a análise do solo, controle de pragas e plantio, até a colheita e os processos de gestão, como o manejo de recursos e orçamentos.

Esse processo de integração se baseia em quatro pilares principais: gestão baseada em dados, produção em larga escala, profissionalização e sustentabilidade e eficiência.

Qual o objetivo da agricultura 4.0?

O principal objetivo da agricultura 4.0 é otimizar todas as etapas da produção e gestão agrícola, desde o plantio até a colheita. Para isso, ela se apoia em tecnologias avançadas, que permitem maior controle, monitoramento em tempo real e uma tomada de decisões mais eficiente.

Quais são as tecnologias da agricultura 4.0?

Essa fase envolve a adoção de diversas inovações que tornam as fazendas mais produtivas e eficientes. Confira algumas delas a seguir:

Internet das Coisas (IoT)

A IoT conecta dispositivos e equipamentos no campo, criando uma rede inteligente que permite a troca de informações entre máquinas, sensores e softwares. Isso possibilita a automação de processos e melhora a eficiência na gestão da fazenda.

Inteligência Artificial (IA)

A inteligência artificial permite que sistemas computacionais analisem grandes volumes de dados, identifiquem padrões e tomem decisões de forma autônoma. Ela pode otimizar diversos processos, como o controle de irrigação e aplicação de insumos.

Big Data

O Big Data na agricultura se refere à capacidade de coletar, armazenar e analisar grandes volumes de dados gerados no campo. Isso facilita o monitoramento do desempenho da lavoura e das operações, permitindo decisões mais seguras e aumento da eficiência produtiva.

Drones

Os drones são equipamentos que podem sobrevoar grandes áreas de plantio e captar imagens de alta resolução com o apoio de câmeras e sensores. Isso facilita a detecção de problemas como pragas, falhas e estresse hídrico nas plantas.

Sensores

Os sensores são dispositivos capazes de coletar diversos tipos de dados na superfície terrestre. Eles podem ser acoplados a drones, no solo e até no maquinário agrícola. Dependendo do tipo de sensor, é possível monitorar a velocidade das máquinas, a umidade do solo, entre outras variáveis.

Análise climática

A análise climática envolve a coleta e a interpretação de dados meteorológicos para planejar as atividades com maior precisão. Ferramentas como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) ajudam a mapear fatores meteorológicos que podem interferir no desenvolvimento das culturas.

Imagens via satélite

As imagens de satélites permitem o monitoramento de toda a área cultivada, fornecendo uma visão geral da saúde da lavoura. Elas ajudam a identificar problemas como erosão, falhas no sistema de irrigação ou doenças nas plantas, orientando ações corretivas em larga escala.

GPS

O GPS (Sistema de Posicionamento Global) é um dispositivo que capta e transmite informações sobre latitude e longitude em determinada localização geográfica.

Na prática, ele orienta a localização e o movimento de máquinas no campo, aumentando o controle sobre o maquinário e ampliando as possibilidades de automação.

Piloto automático

O piloto automático é o resultado da união do GPS com outras tecnologias. Ele permite que máquinas operem de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana constante.

Isso otimiza a aplicação de fertilizantes e defensivos, estende a janela de plantio e colheita, e melhora a precisão em grandes áreas de cultivo.

Telemetria

A telemetria é outra aliada das funcionalidades do GPS. Ela monitora remotamente máquinas agrícolas e sistemas de irrigação, coletando dados em tempo real sobre o desempenho dos equipamentos e as condições do solo. Isso facilita a identificação de problemas e o ajuste nas operações.

Biotecnologia

A biotecnologia envolve o uso de técnicas de engenharia genética para desenvolver culturas mais resistentes a pragas, doenças e condições climáticas adversas. O plantio de sementes produzidas com esse tipo de tecnologia contribui para o aumento da produtividade.

10 vantagens da agricultura 4.0

O uso de tecnologias avançadas na agricultura 4.0 permite a coleta contínua de dados e a automação de diversas atividades, resultando em uma série de benefícios para o setor. Conheça essas vantagens a seguir:

  1. Aumento da produtividade da lavoura;

  2. Tomadas de decisões mais seguras e precisas;

  3. Monitoramento em tempo real do desenvolvimento e das operações em campo;

  4. Identificação precoce de potenciais problemas, como doenças e pragas;

  5. Ajuste eficiente de estratégias para solucionar problemas e evitar seu agravamento;

  6. Aplicação precisa e localizada de insumos;

  7. Otimização do uso de recursos naturais, contribuindo para o aumento da sustentabilidade da fazenda;

  8. Redução de desperdícios e custos operacionais;

  9. Maximização do lucro por safra;

  10. Gestão mais eficiente.

Quais os desafios da agricultura 4.0?

A expansão da agricultura 4.0 no Brasil ainda enfrenta vários desafios. Um dos maiores obstáculos é a falta de conectividade nas áreas rurais. Segundo o MAPA, mais de 70% das propriedades agrícolas ainda não têm acesso à internet.

Essa falta de conexão impede o uso eficiente de soluções digitais que dependem de uma boa conectividade. Além disso, ela pode aumentar os custos operacionais, já que muitas vezes os próprios agricultores precisam investir em infraestrutura para obter sinal de internet.

Outro desafio importante é a falta de padronização, dificultando a integração entre diferentes máquinas e softwares. Por conta disso, os produtores arriscam adquirir equipamentos que não comunicam entre si.

A escassez de mão de obra qualificada também representa um obstáculo para a modernização das fazendas, que exige a contratação de profissionais com conhecimentos técnicos avançados para operar as novas tecnologias.

Para superar essa dificuldade, muitos produtores precisam investir em cursos e treinamentos para capacitar seus funcionários, o que pode ser um processo caro e demorado.

Apesar desses desafios, os benefícios associados mostram que vale a pena direcionar esforços públicos e privados para superá-los. Afinal, a modernização do campo beneficia a todos. Aprenda a superar esses obstáculos com a Agro Bayer!

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