Blog do Agro

Brasil deve colher segunda maior safra de grãos

Safra 23/24 está chegando ao fim com produção expressiva, apesar de quebras. Saiba o que esperar do próximo e ciclo e mais notícias do agro
23 de agosto de 2024 /// 8 minutos de leitura

A safra de grãos 2023/2024 está chegando ao fim e, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total do Brasil deve ficar em 298,6 milhões de toneladas.

Esses números, divulgados no penúltimo levantamento da temporada, representam 6,6% ou 21,2 milhões de toneladas a menos do que o registrado na safra 2022/2023. Mesmo assim, essa será a segunda maior safra já colhida no país.

Essa quebra na produção se deve às adversidades climáticas que impactaram o desenvolvimento das culturas desde o início do plantio, até as fases de reprodução. Em regiões com escassez de chuvas, o crescimento das plantas foi prejudicado, resultando em queda de produtividade. Enquanto isso, em áreas onde houve aumento das precipitações, ocorreram inundações que também comprometeram a produção.


Perspectivas para a safra internacional

Olhando para o cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), elevou as estimativas de soja e de milho para a safra 2024/2025. Por lá, o plantio já foi iniciado, e o órgão americano apontou a produção e os estoques acima do esperado pelo mercado. Para a soja, a produção deve ficar em 124,9 milhões de toneladas, um aumento de 4,2 milhões de toneladas em relação à projeção do mês passado.

No total, a produção global salta de 421,8 para 428,7 milhões de toneladas. Além disso, os estoques globais aumentaram de forma significativa, com 6,5 milhões de toneladas a mais, ou seja, as previsões não foram animadoras para as cotações.

Já para o milho, o cenário foi um pouco diferente: apesar da produção norte-americana ter aumentado para 384,7 milhões de toneladas, a oferta mundial reduziu para 1 bilhão e 219 milhões de toneladas.

Esse número representa uma queda de 4,9 milhões de toneladas. Os estoques finais também caíram para 310,2 milhões de toneladas, por isso, as reduções mais do que compensaram os crescimentos do cereal.

"Na minha opinião, esta foi uma safra vitoriosa para o Brasil. Tivemos uma temporada mais previsível no sentido de custos controlados e preço relativamente estável, além de bons volumes na produção de soja e milho, mesmo com o estresse hídrico. Minha perspectiva é a mesma para a próxima safra porque temos a situação de insumos aparentemente mais controlada e o preço está dado com esse volume de grãos que está vindo", comenta o professor Marcos Fava Neves sobre a safra 23/24 no Brasil e as perspectivas para a próxima.


Giro de notícias

A colheita do milho safrinha no Brasil está próxima do fim e em ritmo acelerado. As operações chegaram a 96,4% do total cultivado no país, superior aos 78,8% registrados no mesmo período do ano passado.

O preço médio do frete por quilômetro rodado aumentou 0,31% em julho, alcançando R$6,33 centavos. O reajuste nos pisos mínimos de frete impactou os preços no período, mas deve influenciar ainda mais os resultados de agosto.

Os portos paranaenses movimentaram 2,2 milhões de toneladas para importação em julho, um aumento de 49% em relação ao mesmo período de 2023. Os fertilizantes lideraram o volume, alcançando mais de 918 mil toneladas compradas em 2024.

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