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Percevejo marrom: sintomas, danos e controle

O percevejo marrom é uma praga sugadora que ataca as vagens e grãos da soja, reduzindo a qualidade e produtividade da safra. Saiba como proteger a lavoura!

Ampla distribuição, vários hospedeiros, preferência por regiões mais quentes e resistência a certos tipos de inseticidas. Essas são apenas algumas características que tornam o manejo do percevejo marrom um desafio para o agricultor, especialmente para o produtor de soja.

Afinal, esse inseto é considerado uma das principais pragas da oleaginosa, sendo responsável por causar danos significativos à lavoura.

Para se ter uma ideia do potencial destrutivo dessa espécie de percevejo, estima-se que apenas um percevejo consome cerca de 0,8 kg de grãos por hectare de soja.

Após 35 dias se alimentando na lavoura, apenas um inseto pode ter consumido 30 kg de soja por hectare. Caso o número de insetos suba para 10, com o tempo, as perdas podem chegar a 2 toneladas de soja por hectare.

Para evitar esse prejuízo, o sojicultor precisa entender como identificar essa espécie de percevejo na lavoura e como fazer o manejo desse inseto-praga na plantação.

Neste artigo, explicaremos como fazer essa identificação e quais as melhores práticas de controle para lidar com o percevejo marrom.

As ninfas recém-eclodidas medem pouco mais de 1 mm e têm o corpo alaranjado e a cabeça preta. Apresentam hábito gregário e permanecem sobre os ovos até passar para o segundo ínstar (Figura 1). As ninfas maiores (terceiro ao quinto ínstar) apresentam coloração que pode variar de cinza a marrom.

Danos e Riscos

O dano estimado para 1 indivíduo/m² de E. heros é de 0,08 g/dia. Considerando esse dano em 1 hectare, será de 0,8 kg/ha/dia. Tomando como um período médio de ataque de 35 dias, o dano será de aproximadamente 30 kg/ha por percevejo/m².
Os percevejos podem atacar ramos e hastes, porém, o maior prejuízo ocorre quando atacam vagens em formação, ocasionando má formação de grãos, “grãos chochos” e consequente redução de produtividade. Os danos se tornam maiores para ninfas a partir do terceiro ínstar. Lavouras atacadas podem apresentar sintomas de retenção foliar, o que pode atrapalhar na hora da colheita e aumentar a umidade dos grãos colhidos.

Figura 1. Ninfas de 1°, 3° e 5° ínstar do percevejo-marron (E. heros).

Figura 2. Adulto do percevejo-marrom (E. heros).

O adulto de E. heros apresenta coloração marrom-escura por todo o corpo, com dois prolongamentos laterais do pronoto, em forma de espinhos e uma meia-lua branca no final do escutelo (Figura 2), característica marcante para identificação. No verão, sob clima mais quente, geralmente as prolongações são mais longas e mais escuros comparado a adultos no inverno.

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Importancia do Monitoramento e Desafios ao Manejo

O monitoramento é essencial no manejo eficiente de pragas. Diferentemente do uso de fungicidas que é mais efetivo preventivamente, a aplicação preventiva de inseticidas pode resultar em baixa eficiência de controle e elevação dos custos com gasto desnecessário com a aplicação de inseticidas. O grande benefício do monitoramento bem feito é a identificação das pragas no início da infestação e definição do momento ideal para a intervenção com as aplicações inseticidas, otimizando os produtos utilizados.

Durante a floração (R1 a R2) ocorre o período de colonização e se torna crescente o aumento populacional dessas pragas. Após o período de floração, caracteriza-se como período de alerta (Figura 3). O monitoramento constante é fundamental nessa fase pois, caso seja identificado uma população muito elevada, poderá ser necessária uma antecipação das aplicações com o objetivo de reduzir o nível populacional antes de chegar em R4 (final de desenvolvimento de vagens), sendo a fase de maior potencial de dano.

Na ausência de controle, com o aumento populacional crescente durante as fases mais críticas em relação aos danos, ou seja, durante o desenvolvimento das vagens (R4) e o enchimento dos grãos (R5). Quanto mais elevada a população, maior a dificuldade de controle.

Percevejo Marrom da Soja Figura 3. Desenvolvimento populacional de percevejos na soja (Adaptado de Embrapa)

Observações de campo indicam que o percevejo-marrom tem sido uma das espécies de mais difícil controle. Essa espécie possui o hábito de se esconder nos períodos mais quentes do dia e sai para se alimentar nos períodos mais frescos. Assim, nos períodos mais frescos, teoricamente estará mais exposto ao controle químico.

Os principais inseticidas utilizados no manejo do percevejo-marrom são as misturas de neonicotinoides + piretroides e o acefato (organofosforado). Podem ser encontrados ainda produtos contendo piretroides + organofosforado, piretroides isolados e também a mistura de dois piretroides no mesmo produto.

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