Biotecnologias de soja adicionaram 21,2 milhões de toneladas à produção brasileira nos últimos 10 anos
Aumento de rentabilidade e regeneração ambiental também foram benefícios resultantes da maior adesão à inovação, segundo estudo da Agroconsult29 de outubro de 2024 /// 12 minutos de leituraSão Paulo, outubro de 2024 — Desde o lançamento da primeira biotecnologia para soja, em meados da safra 2002/2003, a produção da cultura no Brasil cresceu exponencialmente. O volume colhido, que antes girava em torno de 41 milhões de toneladas, saltou para uma média anual de 150 milhões de toneladas, consolidando o país como o maior produtor e exportador do grão no mundo. Só nos últimos 10 anos, as biotecnologias adicionaram 21,2 milhões de toneladas à produção de soja, um volume equivalente à colheita anual do estado do Rio Grande do Sul, segundo a Agroconsult, referência em análises agrícolas.
"Esse aumento gerou um impacto econômico de R$ 114 bilhões, alavancando diversos setores e fortalecendo a economia brasileira", afirma André Pessôa, CEO da Agroconsult. O avanço impulsionado pelas biotecnologias que controlam pragas e são tolerantes a herbicidas e sua rápida adoção no país permitiram revolucionar a agricultura de clima tropical, promovendo um salto expressivo na produtividade, a otimização do uso de insumos e a redução de custos, resultando em maior rentabilidade e benefícios ambientais.
Para ilustrar a relevância da soja na economia nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia produtiva da oleaginosa e do biodiesel está estimado em R$ 422 bilhões em 2024, representando 18% do PIB do agronegócio e 3,9% do PIB nacional, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, em parceria com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
O aumento da produção de soja também trouxe benefícios significativos para a balança comercial. “Nos últimos 10 anos, exportamos 12,8 milhões de toneladas de soja a mais, o que representa o dobro do volume exportado por Minas Gerais em 2023”, destaca Pessôa. “Esse resultado gerou um acréscimo de US$ 8,3 bilhões em reservas, cerca de R$ 45 bilhões no câmbio atual”, acrescenta.
Dentro da porteira, os produtores também demonstram confiança nas biotecnologias. De acordo com os cálculos da Agroconsult, o percentual de adoção das biotecnologias Bt passou de 4% na safra de lançamento, em 2013/2014, para acima de 90% em 2023/2024, segundo as estimativas mais atualizadas.
Um dos destaques é a terceira geração de biotecnologia de soja da Bayer, a Intacta2 Xtend®, que tem permitido aos produtores alcançar produtividades superiores a 100 sacas por hectare. "O que antes parecia inalcançável, hoje é uma realidade", diz Fernando Prudente, líder de produtos de soja e algodão da divisão agrícola da Bayer.
O relacionamento próximo com agricultores, distribuidores, pesquisadores, produtores de sementes e outros agentes da cadeia produtiva tem sido fundamental para que a Bayer continue desenvolvendo biotecnologias alinhadas aos desafios dos produtores. Ao cocriar soluções é possível identificar e monitorar de perto os problemas que os afetam, sejam relacionados a pragas, matocompetição ou adversidades climáticas.
"Levamos de 12 a 14 anos para desenvolver uma biotecnologia, o que demanda investimentos contínuos. No entanto, com a colaboração de toda a cadeia do setor, um ambiente favorável à inovação e segurança jurídica, essas soluções geram um efeito imediato e significativo na agricultura brasileira", destaca o executivo da Bayer.
Sustentabilidade e produtividade
Além de elevar a produtividade e mitigar os danos, as biotecnologias otimizam o uso de defensivos agrícolas e reduzem a necessidade de expandir áreas de cultivo, resultando em menores custos e maior rentabilidade para os produtores, ao permitir produzir mais em um mesmo hectare.
Na última década, os investimentos em sementes no Brasil somaram R$ 68,6 bilhões, compensados por uma economia de R$ 72,3 bilhões em defensivos, segundo a Agroconsult. “Com a redução de defensivos e o aumento de 21,2 milhões de toneladas na produção de soja, o setor agrícola brasileiro obteve um ganho de R$ 54,8 bilhões em rentabilidade”, destaca Pessôa.
O levantamento da consultoria também aponta a redução no uso de defensivos, com uma economia de 834 mil toneladas nos últimos 10 anos. Ademais, os produtores também diminuíram o consumo de combustível em 183 milhões de litros e o de água em 6,2 bilhões de litros. Com essas otimizações as emissões de gases de efeito estufa foram significativamente reduzidas, evitando a liberação de 24,8 milhões de toneladas de CO2 e gerando uma economia potencial de aproximadamente R$ 9,2 bilhões em créditos de carbono.
Já de olho no futuro, a Bayer prepara novas biotecnologias para os próximos 10 anos, com foco em uma agricultura mais produtiva, rentável e sustentável. "Nosso objetivo é antecipar tendências e solucionar problemas, o que só é viável com uma compreensão abrangente das demandas do setor e um diálogo constante com todos os elos da cadeia produtiva", finaliza Prudente, da Bayer.
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