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Conheça as oportunidades para o mercado de carbono no Brasil

Estudo mostra que o segmento pode gerar receitas de R$ 100 bilhões até 2030. Entenda quais desafios ainda existem e como superá-los. Veja também: exportações brasileiras de soja devem cair mais de 40% em maio e outras notícias do agro21 de julho de 2022

Segundo um estudo realizado pelo ICC Brasil, que integra a Câmara Internacional de Comércio, nosso país poderia gerar até 100 bilhões de reais em receitas no mercado de carbono até 2030. Os principais setores com potencial para o mercado de carbono são o agronegócio, energia e floresta. Juntos, eles podem evitar a emissão de 1 bilhão de toneladas de carbono equivalente até 2030.

Apesar das oportunidades, especialistas afirmam que o Brasil ainda precisa evoluir em tópicos como a regulamentação das operações no país; a governança entre empresas, produtores e órgãos emissores; a adequação às metodologias aceitas internacionalmente.

Atualmente, os principais mercados voluntários de carbono, em nível global, são a Índia, em primeiro lugar, com 23 milhões de toneladas de CO2 equivalente comercializados. Em segundo estão os Estados Unidos, com 14,4; e em terceiro, a China, com pouco mais de 10. O Brasil aparece apenas na 7ª posição, com mercado de 4,6 milhões de toneladas de carbono equivalente.

Considerando a relevância desse assunto para o agronegócio, a Bayer realizou o Carbon Science Talks, um evento focado em ciência e conhecimento, a fim de estimular uma agricultura mais sustentável, produtiva e rentável. Os principais tópicos discutidos foram a quantificação do estoque de carbono no solo, a contabilidade da pegada de carbono na agricultura e o mercado de carbono.

Cimélio Bayer, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi um dos palestrantes do evento e comentou sobre a agricultura sustentável e a captura de carbono. Ele explicou que as técnicas que determinam a conservação do solo, e que vão se refletir na produtividade das culturas, também são técnicas que vão determinar o acúmulo de carbono. "O produtor que ganhar assistência técnica em relação a isso vai conseguir aumentar a produtividade. Se tiver amostragem do solo, construção de uma linha base, daqui a cinco, dez anos, o produtor vai poder comercializar esses créditos de carbono ganhos em função da melhoria do manejo", afirmou.

O programa PRO Carbono, da Bayer, é um projeto que estimula sistemas de produção na agricultura que contribuem para a redução das emissões Para isso, a Bayer faz parcerias com agricultores de todo o país e elabora planos de manejo com práticas mais sustentáveis.

Queda nas exportações brasileiras de soja

Nesta semana, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), informou que os embarques de soja devem cair 43% no mês de maio, em comparação com o mesmo mês de 2021. Ao todo, o Brasil deve exportar pouco mais de 8 milhões de toneladas do grão. Em maio de 2021, foram 14 milhões de toneladas. O valor também é menor do que as vendas de abril, mas, nesse caso, houve uma queda de 28%. Neste mês, serão 3,2 milhões de toneladas a menos de soja.

O professor Marcos Fava Neves explica que essa queda nas exportações da leguminosa foi fortemente impactada pelo clima no Brasil. "Esse custo caiu nas costas dos produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A partir de maio, sentiremos essa queda", observa o Doutor Agro.

Mais destaques do agro

A colheita da soja alcançou 94% da área no Brasil. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 30 de abril, 6 estados já haviam finalizado as operações: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Tocantins e São Paulo.

No café, o valor da produção deve crescer 55% em 2022 e atingir mais de 70 bilhões de reais. Desse total, quase 80% devem corresponder ao café do tipo arábica, de acordo com informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Outro destaque da semana é a autorização para venda de gasolina com mistura de 15% de etanol nos Estados Unidos, durante os meses de verão. A medida é temporária e foi aceita devido às constantes altas nos preços do combustível nos últimos meses, conforme informações da Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA).

Para a próxima semana, o Doutor Agro recomenda ficar de olho nas estimativas de safras nos Estados Unidos e no Brasil, e como o clima está impactando a agricultura americana, além de acompanhar os dados de exportações e o câmbio.

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