Cigarrinha do milho: como identificar e prevenir infestações
Cigarrinha do milho: sintomas, danos e controle
A cigarrinha do milho é um inseto minúsculo, de coloração branco palha, que lembra a mosca-branca. Apesar desse inseto-sugador ser quase imperceptível para quem não está familiarizado com a espécie, os danos que sua infestação pode causar na lavoura são graves.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os danos causados por essa praga podem comprometer até 100% da plantação.
O primeiro passo para evitar esse tipo de prejuízo e proteger o rendimento da safra de milho é conhecer as características, danos causados por esses insetos e métodos de manejo da cigarrinha do milho.
Continue a leitura e aprenda como proteger a lavoura dessa praga!
O que é a cigarrinha do milho?
A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), também conhecida como ciga ou cigarrinha-verde, é uma das principais pragas que afetam a cultura do milho, podendo causar danos significativos às lavouras.
Entenda a seguir as características e o ciclo de vida desse inseto.
Principais características
A cigarrinha do milho é um inseto pequeno, que não chega a 0,5 cm na fase adulta, de coloração branco palha.
Como essa praga prefere atacar plantas jovens, normalmente ela migra de lavouras com plantas adultas para plantações com plântulas recém-emergidas. Mesmo assim, os insetos podem ser identificados em outras fases de desenvolvimento do milho.
Eles se alimentam principalmente da seiva da planta do milho, obstruindo os vasos do floema, isto é, do seu sistema vascular. Como resultado, a planta pode apresentar problemas de desenvolvimento.
Além disso, enquanto se alimenta, o inseto pode transmitir microrganismos que causam doença do milho.
Vale lembrar que o milho é o único hospedeiro conhecido da cigarrinha no Brasil. Apesar disso, o inseto pode migrar para lavouras de outras culturas, como sorgo, trigo e brachiara, para se alojar e sobreviver nos períodos de entressafra do milho.
Ciclo de vida da cigarrinha
Segundo a Embrapa, o ciclo de vida da cigarrinha do milho, ou seja, o período do ovo até a fase adulta do inseto, é de 45 dias. No entanto, em condições favoráveis, quando a temperatura permanece entre 26°C e 32°C, o ciclo pode ser concluído em até 24 dias.
Cada fêmea pode colocar cerca de 600 ovos por postura, que devem permanecer incubados por cerca de 8 a 10 dias. Os ovos dessa espécie são brancos, quase transparentes, e medem até 1 mm de comprimento, dificultando sua detecção.
Normalmente, eles podem ser encontrados na epiderme da folha, especialmente na nervura central do cartucho da plântula.
Quando esses ovos eclodem, surgem as ninfas. Nessa fase, elas apresentam uma coloração amarelo-claro e variam entre 1 mm de comprimento (primeiro estágio) a 4 mm (último estádio).
Durante esses estágios de desenvolvimento, as ninfas vivem em colônias junto com os insetos adultos. Geralmente, elas são encontradas dentro do cartucho do milho, local que as mantêm protegidas.
Na fase adulta, os insetos alcançam entre 3,7 e 4,5 mm de comprimento, apresentam duas pequenas manchas pretas no abdome e na cabeça, e asas quase transparentes.
Seu corpo adquire a coloração branco-palha a levemente acinzentado e a longevidade desses insetos adultos é de 50 a 60 dias.
Quais os danos causados pela cigarrinha do milho?
Os danos causados pela cigarrinha do milho podem ser diretos e indiretos. Os danos diretos são causados pelo hábito alimentar do inseto, que suga a seiva da planta, retirando os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.
Isso compromete principalmente o crescimento do sistema radicular das plantas, que perdem o vigor, se tornam mais suscetíveis a doenças e ficam mais fragilizadas para competir com plantas daninhas.
Inicialmente, os sinais mais evidentes desses danos são pequenas lesões necróticas e o enrolamento das folhas.
Com o avanço da infestação, a planta fica enfraquecida, com menor desenvolvimento vegetativo e redução do tamanho das espigas. Em casos mais graves, os insetos podem causar até a morte da planta.
Já os danos indiretos ocorrem quando a cigarrinha transmite diferentes patógenos as plantas, responsáveis pode levar a doenças que afetam diretamente a produção e qualidade dos grãos.
Esses patógenos incluem bactérias da classe mollicutes, causadoras dos enfezamentos do milho, e do vírus causador do raiado fino.
Entenda os danos indiretos que essas doenças causam a seguir:
Enfezamento do milho
O enfezamento é uma doença que, caso não seja controlada, pode levar a perdas de 100% da produção. Isso ocorre porque essa doença causa infecções e entupimentos do sistema vascular da planta, comprometendo seu crescimento.
Esses problemas causam sintomas como folhas descoloridas ou avermelhadas, entrenós curtos, má formação de espigas, baixa produtividade, tombamento, entre outros problemas relacionados ao crescimento da planta.
Vale lembrar que existem dois tipos de enfezamentos. O enfezamento-pálido é causado por mollicutes do tipo espiroplasma, enquanto o enfezamento-vermelho é causado pelo mollicute do tipo fitoplasma.
Porém, na prática, os dois tipos causam sintomas bem parecidos, o que dificulta sua diferenciação no campo.
Raiado fino
O raiado fino é uma doença que afeta a capacidade produtiva da lavoura e a qualidade dos grãos, comprometendo a venda e os lucros do produtor.
Isso ocorre porque as plantas infectadas pelo vírus do raiado fino apresentam vários problemas. O sintoma mais notável da doença é o aparecimento de linhas descoloridas nas folhas das plântulas e dos indivíduos adultos.
Essas linhas são formadas pela junção de pequenos pontos cloróticos nas folhas e podem ser acompanhadas de outros sintomas. Por exemplo, redução do crescimento, diminuição do tamanho das espigas e da qualidade dos grãos, comprometimento das raízes, aborto das gemas florais, entre outros problemas.
Como detectar a cigarrinha do milho na plantação?
A estratégia mais eficiente para detectar pragas na plantação é investir no monitoramento de pragas. Esse monitoramento deve ser feito em campo e com o auxílio de tecnologias.
No campo, o produtor deve fazer inspeções visuais rotineiras para examinar as plantas regularmente, especialmente as mais jovens. Durante a inspeção, é importante ficar atento aos sintomas e sinais de danos associados a essa praga.
Além disso, é importante preparar armadilhas para capturar insetos que aparecem na lavoura, verificar a presença de cigarrinhas e, se necessário, monitorar a população da praga.
O ideal é fazer esse monitoramento com o auxílio de um agrônomo e de ferramentas da agricultura digital, como drones, imagens de satélite e softwares agrícolas.
Quais os principais métodos de controle da cigarrinha do milho?
A cigarrinha pode ser controlada a partir da combinação de diferentes métodos de controle de pragas: varietal, cultural, biológico e químico.
O controle varietal envolve o plantio de híbridos de milho resistentes à cigarrinha e seus patógenos.
Já o controle cultural exige a adoção de medidas que reduzem a população da praga e suas chances de infestação, como rotação de culturas, destruição do milho tiguera e plantio na época adequada.
Para fazer o controle biológico, o produtor deve usar inimigos naturais da cigarrinha de forma estratégica para reduzir e eliminar infestações.
Para isso, ele pode usar, por exemplo, parasitoides de ovos, como a espécie Anagrus breviphragma Soyka. Predadores das famílias Dryinidae (Hymenoptera) e produtos à base de fungo Beauveria bassiana também podem ser utilizados para fazer o controle biológico dessa praga.
Além desses métodos, o agricultor também pode fazer o controle químico da cigarrinha. Nesse caso, o controle consiste na aplicação de inseticidas nocivos à praga em diferentes fases de desenvolvimento da plantação.
O princípio ativo e o momento da aplicação desse defensivo da lavoura depende da análise de vários fatores, como o estágio da planta e do inseto.
Como fazer o manejo da cigarrinha do milho?
Usar apenas um método de controle de pragas não é uma estratégia eficiente para controlar as infestações ou proteger a lavoura do ataque da cigarrinha de milho.
Em vez de uma medida isolada, a recomendação é adotar as práticas do chamado Manejo Integrado de Pragas (MIP). Isso porque o MIP permite a integração inteligente de diferentes técnicas eficientes de manejo.
Confira abaixo algumas estratégias do MIP que podem ser adotadas na sua fazenda:
Invista no plantio de híbridos mais resistentes à cigarrinha e aos patógenos transmitidos por esse inseto;
Faça o monitoramento de pragas desde as fases iniciais de desenvolvimento da planta;
Elimine as plantas tigueras do milho;
Utilize apenas sementes de milho tratadas com produtos como o inseticida sistêmico do grupo químico dos neonicotinoides CROPSTAR®;
Faça o manejo de plantas hospedeiras da cigarrinha;
Adote a rotação de culturas, evitando o plantio contínuo de milho nas mesmas áreas;
Faça o controle químico quando necessário, com produtos como o CURBIX®, que pode ser utilizado após a emergência do milho, e o CONNECT®, indicado quando a planta já atingiu o estágio V4 de desenvolvimento.
Leia também: Como acabar com a cigarrinha do milho?
Vale lembrar que os produtores rurais precisam se manter atualizados sobre as melhores práticas de manejo e controle da cigarrinha do milho.
Dessa forma, é possível minimizar os danos causados por insetos e ainda garantir a proteção das lavouras e uma produção mais saudável e produtiva.
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