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Nematoide das galhas

(Meloidogyne incognita)

Os nematoides-das-galhas (Meloidogyne incognita) são vermes reconhecidos como um dos maiores problemas em diversas culturas como soja, algodão, feijão, cana-de-açúcar, tabaco, café, além de plantas forrageiras, hortaliças, frutíferas e também podem se multiplicar em plantas daninhas. Menciona-se que mais de 2000 espécies vegetais são suscetíveis à infecção por nematoides-das-galhas e causam aproximadamente 5% a 10% da perda global das culturas. Está presente em praticamente todo o mundo, principalmente em regiões de clima quente, incluindo as regiões tropicais e subtropicais.

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Danos e sintomas

Sintomas na parte aérea das plantas incluem nanismo, murcha, clorose e outros de deficiência nutricional, redução na qualidade e rendimento da cultura.


Os nematoides-das-galhas são endoparasitas que ao penetrarem nas raízes das plantas estabelecem um sítio de alimentação e a formação de células gigantes ao redor do mesmo. Paralelamente ocorre a formação das galhas nas raízes que são sintomas característicos devido a penetração e infecção por M. Incognita. As massas de ovos de coloração marrom claro acima das galhas podem ser visualizadas e dentro das raízes fêmeas de coloração branco pérola podem ser observadas.

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Falhas no estande de plantas podem ocorrer em áreas onde os níveis populacionais estão altos. Além disso, as raízes gravemente danificadas por nematoides-das-galhas podem ser invadidas por fungos e bactérias que potencializam os danos e causam o apodrecimento das raízes.


Figura 1. Plantas de soja afetadas pelo Nematoide do Cisto da Soja têm porte reduzido e manchas amarelas. C. Grau.

Figura 2. Sintomas de Meloidogyne Incognita em raízes de soja

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Ciclos de vida e condicções favoráveis

Durante o ciclo de vida do nematoide-das-galhas estes organismos passam por quatro estádios juvenis antes de se tornarem adultos. A primeira ecdise ou troca de cutícula ocorre no interior do ovo. Em seguida, o juvenil de segundo estádio (J2) eclode do ovo e vai para o solo ou penetra diretamente em uma raiz.


Os J2 são vermiformes e medem cerca de 0,2 mm a 0,4 mm para M. incognita. Apenas o J2 é a forma infectante do nematoide-das-galhas que se movimenta por entre as partículas de solo e se locomovem ao encontro as raízes das plantas hospedeiras. O juvenil penetra na raiz geralmente pela ponta (coifa) em crescimento e migra entre as células até estabelecer um local de alimentação nas células. Neste momento, torna-se um endoparasito sedentário. Secreções produzidas pelas glândulas esofagianas do nematoide estimulam a formação de várias células gigantes nas raízes parasitadas, que fornecem nutrientes para os nematoides. Estes aumentam rapidamente de tamanho e passam pelas ecdises transformando em 3º e 4º estádio juvenil e finalmente em adultos. Raramente machos são encontrados em M. incognita; quando presentes, os mesmos migram para fora da raiz e não se alimentam.

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Uma fêmea produz durante o ciclo centenas de ovos que podem chegar a mais de 2000. Estes são depositados em uma massa de ovos externamente às raízes na superfície das galhas, onde ficam presos e protegidos por uma mucilagem contra dessecação e outras condições adversas.


O ciclo de M. incognita leva cerca de três a quatro semanas no verão e no inverno, este tempo pode ser estendido até sete semanas. Assim, a duração do ciclo de vida é fortemente dependente da temperatura e aumenta conforme a temperatura do solo diminui.


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Figura 2. Ciclo do nematoide-das-galhas (Meloidogyne incognita). Fonte: adaptado de Agrios (2005)

Figura 3. Ciclo do nematoide-das-galhas (Meloidogyne incognita). Fonte: adaptado de Agrios (2005)


A sobrevivência do nematoide-das-galhas e o ciclo de vida dependem do crescimento bem sucedido da planta hospedeira e das condições ambientais. Os machos participam menos em relação às fêmeas. O desenvolvimento de machos é aparentemente irrelevante, uma vez que a maioria das espécies se reproduz por partenogênese, sem haver a necessidade de copulação.


Devido ao fato dos nematoides se moverem lentamente no solo (durante o ano, provavelmente não exceda 50 cm), sua principal forma de disseminação é a passiva, dada pela movimentação do solo, água, implementos agrícolas contaminados, homem e animais nas áreas de cultivo e por mudas contaminadas.


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Desafios do Manejo

Em áreas ainda indenes, livres do patógeno, deve se ter o cuidado com a limpeza de maquinários para evitar possíveis restos culturais ou partículas de solo contendo o nematoide. Semeadoras, por exemplo, podem carregar partículas de solo com M. Incognita e fazer a disseminação de uma área infectada para outras áreas. Assim, a utilização de jatos fortes de água para remoção de solo aderido aos maquinários é eficiente para evitar a disseminação desses organismos.


Para áreas que já possuem histórico de ocorrência de M. Incognita, o manejo deve levar em conta a integração de estratégias de manejo. Dentre essas estratégias, a utilização de nematicidas químicos e biológicos tem apresentado resultados satisfatórios na redução da população de M. Incognita.

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A rotação de cultura com plantas não hospedeiras do M. Incognita são recomendadas para áreas com a presença deste patógeno. Entretanto, a rotação é bastante difícil, pois M. Incognita apresentam mais de 2000 espécies de plantas hospedeiras Meloidogyne incognita, possui quatro diferentes raças (1, 2, 3 e 4) caracterizadas por parasitar diferentes espécies de plantas. Em áreas infestadas por M. incognita tem-se a opção de rotação com amendoim (Arachis sp.), braquiárias (Brachiaria spp.), crotalária (Crotalaria spectabilis) e mamona (Ricinus communis).


A utilização de cultivares resistentes a este nematoide seria ideal, mas atualmente existem poucos materiais disponíveis com resistência à M. Incognita. O produtor deve optar por cultivares que apresentam o fator de reprodução mais baixo possível em áreas com a presença deste nematoide.

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A prática do alqueive é outro exemplo com potencial para o controle de M. Incognita, que consiste em manter a área por certo período sem qualquer vegetação, sobretudo com revolvimento do solo por meio de aração e/ou gradagem. Assim, os nematoides morrem por inanição, dessecação e pela ação direta da luz solar. Deve-se evitar o excesso de adubação nitrogenada e excesso ou acúmulo de água, que podem intensificar os danos e favorecer outros patógenos que atuam em conjunto no campo. A compactação de solo é outro provável fator que pode acentuar os problemas relacionados a nematoides-das-galhas.


O manejo bem sucedido dos nematoides-das-galhas depende da integração de diversas estratégias e táticas, envolvendo rotação/sucessão de culturas, uso de cultivares e genótipos resistentes (quando disponíveis), manejo físico e químico do solo. O manejo do M. Incognita deve ser realizado pensando no sistema de cultivo, com ações na safra, safrinha e entressafra, evitando um acréscimo populacional.

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Referências

AGRIOS, G.N. Plant pathology. 5a Ed., Academic Press. 2005.

Para mais informações, assista o Impulso Negócios:
Nematoide: o inimigo invisível de sua lavoura


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Nematoide: o inimigo invisível de sua lavoura | Impulso Negócios EP. 12

Os nematoides são os inimigos invisíveis da lavoura, que infectam plantas e trazem grandes prejuízos, mas saiba como combatê-los agora, no Impulso Negócios!