Mulheres que transformam o agro
Conheça a história de produtoras rurais que venceram o Prêmio Mulheres do Agro. E mais: as ações da Bayer para impulsionar o papel da mulher no campoSegundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam mais de um terço da população ocupada no agronegócio. De cerca de 18 milhões dos empregos no agro, aproximadamente 6,2 milhões, ou 35%, são ocupados por mulheres.
É indiscutível a importância do papel da mulher na cadeia do agronegócio, e esses números mostram como a participação feminina vem crescendo ao longo dos anos, mas ainda há bastante espaço para transformação.
O Prêmio Mulheres do Agro, promovido pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), é um exemplo de projeto que busca conectar e impulsionar as lideranças femininas no campo, como a produtora paraibana Rayssa Chaves, que em 2022 ficou em segundo lugar na categoria pequena propriedade.
Formada em advocacia, há cinco anos ela trocou a cidade pelo campo, deixando o escritório para trabalhar com o agro.
Rayssa e o irmão herdaram uma chácara de quatro hectares do pai e estudavam o que fazer na propriedade até que, em 2019, surgiu uma oportunidade de negócio. "Nós já estávamos analisando o que poderia ser feito com aquele pedaço de terra para termos rentabilidade. É um espaço pequeno comparado a grandes fazendas e a hidroponia foi a escolha perfeita", conta a Rayssa, que diz contar com o apoio técnico de um agrônomo desde o início dessa empreitada. Isso, segundo ela, também foi um grande diferencial, já que ela e o irmão não tinham experiência no setor.
A produtora Juliana Rezende Mello, de Minas Gerais, primeira colocada do Prêmio Mulheres do Agro 2022, na categoria pequena propriedade, também nunca havia trabalhado com o agronegócio. Formada em farmácia, ela se aproximou do campo depois de se casar com um produtor rural.
Tudo mudou quando Juliana decidiu vender seu estabelecimento e seguir outros rumos. Enquanto decidia o que fazer, ela passou a auxiliar na parte administrativa da Fazenda Santa Bárbara, onde produziam café. Mas o que para ela era apenas uma ajuda, logo se transformou em paixão. "Foi uma aventura incrível, aquilo me tocou muito e foi um grande desafio a primeira colheita. Foi um desafio também me reconhecer no papel de cafeicultura", relembra Juliana.
Do lado de fora da porteira, as mulheres também se destacam no setor em meio a muitas oportunidades. Isabela Fagundes, especialista em comunicação na Bayer e uma das líderes do Prêmio Mulheres do Agro, é graduada em relações públicas e foi na empresa que ela entrou para o mundo do agro, construindo sua carreira.
"Passei por diferentes áreas na Bayer e, em 2019, fui para a comunicação corporativa, assumindo um novo desafio com o Prêmio Mulheres do Agro.
Ouvir essas histórias e conhecer tudo o que elas estão fazendo trouxe, de fato, um propósito muito grande."
Os desafios delas no agro
Para Juliana, ainda existe um forte contexto cultural na agricultura, marcada pela presença majoritariamente masculina. Mas é um cenário que está mudando gradualmente, sobretudo com iniciativas como o Congresso Mulheres do Agro e a premiação que dá mais visibilidade para a força do papel feminino no setor.
"Mas eu acho que o maior desafio que a mulher enfrenta é com ela mesma, de compreender que não estamos ali apenas ajudando, estamos de fato atuando dentro daquela empresa rural. Eu já participava de toda a produção, mas não me via nesse papel, assim como vejo acontecer com muitas outras mulheres", acrescenta.
Nesse sentido, escrever a própria história para o Prêmio Mulheres do Agro foi um exercício importante para ela entender a dimensão do trabalho que realizava e se reconhecer como produtora rural. "Esse momento me fortaleceu muito. Eu acho que realmente podemos motivar mulheres a escreverem sua história para que elas entendam como estão participando."
Atuando na Comissão Estadual das Mulheres do Agro, na Paraíba, Rayssa diz ver o mesmo cenário por lá. De acordo com ela, no Nordeste, 56% das mulheres tomam conta da propriedade dentro e fora da porteira. "Porém, elas não se reconhecem como produtoras. Outro desafio que enfrentamos é a questão da capacitação para essas mulheres que estão nas propriedades, na agricultura familiar, mas que têm dificuldades no dia a dia para se qualificar em meio a tantas outras funções que elas exercem."
Conectando produtoras dentro e fora do campo
O Conexão Mulheres é um projeto da Bayer que abrange diversas ações voltadas para mulheres que atuam no agro. Fazem parte dessa estratégia o Prêmio Mulheres do Agro e a Jornada do Conhecimento, que oferece capacitação em todas as regiões do Brasil, incluindo desde habilidades como liderança, comunicação e gestão ao manejo e produtividade da lavoura. Há ainda projetos internos, olhando para as representantes de venda e o time comercial da Bayer, além de eventos pontuais com as equipes ao redor do país. "Buscamos reconhecer as mulheres e incentivar que elas ocupem os seus devidos espaços dentro do setor, conectando o campo e a cidade. Portanto, o Conexão Mulheres tem quatro pilares: reconhecer, incentivar, capacitar e conectar", explica Isabela.
Prêmio Mulheres do Agro e a força feminina no setor
Criado em 2018 em parceria com a ABAG, o Prêmio Mulheres do Agro está na sétima edição. Já foram 54 produtoras reconhecidas, com o objetivo de incentivar que mais mulheres ocupem seu espaço no setor.
Anualmente, são premiadas nove produtoras, em três categorias: pequena, média e grande propriedade.
Para participar, elas devem fazer sua inscrição no site do evento. Depois, os materiais enviados são avaliados por uma banca qualificada e a premiação ocorre em outubro, durante o Congresso Mulheres do Agro.
Em 2023, a premiação ainda lançou uma nova categoria para ciência e pesquisa, passando a reconhecer também pesquisadoras com projetos voltados para o setor. "Assim como na categoria de propriedade rural, na qual premiamos produtoras com cases ESG, o mesmo acontece para a categoria de pesquisadoras, que devem estar conectadas com essa agenda", comenta a especialista em comunicação da Bayer.
Na categoria de ciência e pesquisa, as pesquisadoras podem ser indicadas por qualquer pessoa, basta entrar no mesmo site e preencher as informações solicitadas. As melhores avaliadas por um júri técnico vão para o voto popular e a premiação também acontece no congresso.
Da perspectiva das produtoras, o prêmio pode representar uma grande mudança de chave, além de dar maior visibilidade para sua propriedade, como conta Juliana Rezende Mello. A cafeicultura mineira realiza diversos projetos voltados para sustentabilidade, entre eles, apicultura, captação de água da chuva e segurança alimentar. "Estamos adaptando meios mais sustentáveis de práticas agrícolas. O Prêmio Mulheres do Agro traz esse reconhecimento e me deu oportunidade de conversar com outras mulheres para contar sobre esses projetos. Eu também aprendi muito no congresso com as histórias de outras produtoras."
Rayssa Chaves ainda destaca o suporte que as vencedoras recebem antes, durante e após o evento: "Além de ter minha história e trabalho reconhecidos, fechei negócios grandes, tive projeção na mídia local e nacional com o trabalho da equipe de comunicação da Bayer. A hidroponia por si só é muito sustentável porque temos uma economia de água de 80%, mas também somos pioneiros no cultivo de microgreens, mini vegetais que estão muito ligados à gastronomia. Tudo isso faz com que você ganhe credibilidade e as pessoas conseguem entender o que os produtores fazem dentro da propriedade, agregando valor ao produto", conclui a produtora paraibana.