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Lagarta-elasmo

A lagarta elasmo, também conhecida por broca-do-colo, é uma praga polífaga capaz de atacar mais de 60 espécies de plantas, dentre elas culturas como a soja, algodão, feijão, milho, cereais de inverno, entre outras. Seus danos ocorrem nos primeiros estádios de desenvolvimento, até por volta de 30 dias após a emergência.

Muitas vezes, a ocorrência dessa praga é negligenciada por parte dos produtores, mas é importante ressaltar que as condições de clima oferecem significativa influência sobre seu desenvolvimento, e a não ocorrência em uma safra, não significa que não não possa ocorrer nas futuras.


Condições Favoráveis e Evolução

As mariposas adultas realizam oviposição sobre as plantas ou no solo. Os ovos levam de dois a três dias para eclodirem. A duração da fase larval fica em torno de 20 dias. Em seguida, entram em estágio de crisálida (pupa) que tem duração média de 7 a 8 dias. Das pupas são originados os adultos, que terão uma duração média de 12 dias. O ciclo total de desenvolvimento varia em torno de 42 a 48 dias.

A ocorrência da lagarta elasmo tem sido geralmente cíclica. Essa praga é favorecida por anos secos, com períodos prolongados de estiagem durante as fases iniciais e de estabelecimento das culturas. Prefere solos arenosos e com pouca palhada e cobertura morta, onde a manutenção da umidade é desfavorecida. Costuma ser problemática também em áreas novas de cultivo ou áreas que estavam sob condições de pastagens degradadas.

Danos e Riscos

A elasmo, em sua fase de lagarta, raspa o tecido vegetal próximo ao colo da planta, logo abaixo do nível do solo, onde abre uma galeria que usa para movimentar-se em direção ao interior da haste, formando galerias ascendentes. Junto ao orifício de entrada, é comum as lagartas formarem casulos de seda, juntamente com excrementos e partículas de solo (areia), o que lhe dá proteção do meio externo.

O ataque dessa praga danifica o sistema condutor de água e nutrientes da planta, induzindo sintomas de murcha e secamento de folhas, com posterior morte. Esses danos podem levar a uma drástica redução de estande de plantas durante o estabelecimento da cultura, que posteriormente pode reduzir a produtividade. Em casos de ataques severos, poderá haver a necessidade de ressemeadura.


1. Cobertura do solo

Áreas com sistema de semeadura direta e com cobertura morta, por geralmente reterem mais umidade, têm menores problemas com a lagarta elasmo. Áreas sem cobertura e com baixo teor de matéria orgânica do solo tendem a apresentar maiores danos por favorecer o desenvolvimento da praga.


2. Irrigação

A elevada umidade do solo é um fator abiótico que pode ser usado como manejo de elasmo. A umidade desfavorece o desenvolvimento das fases larvais, induzindo à mortalidade. Ambientes úmidos são desfavoráveis para a oviposição, sendo preferenciais os solos secos.


3. Cultivares Bt

Em soja, a tecnologia INTACTA RR2 PRO® confere supressão sobre a lagarta elasmo, sendo uma ferramenta a ser integrada no manejo.


4. Tratamento de sementes

O uso de inseticidas em tratamento de sementes é a principal estratégia de controle, com produtos com ação sistêmica e residual. O tratamento de sementes poderá proteger contra a praga em torno de 15 dias após a emergência. A partir daí, o risco de danos reduz significativamente. Deve-se atentar ao uso de inseticidas recomendados, nas doses corretas e volume de água adequado, para evitar problemas com fitotoxidade e danos às sementes.


5. Inseticidas no sulco de semeadura

O uso de inseticidas diretamente no sulco de semeadura poderá aumentar a eficiência de controle. No entanto, essa prática é indicada em situações de populações extremamente elevadas da praga, onde inclusive poderia-se associar a pulverização no sulco ao tratamento de sementes.


6. Inseticidas após a emergência de plantas

A pulverização de inseticidas na parte aérea das plantas, após a emergência, é pouco efetiva no controle da praga. Essas aplicações curativas dificilmente eliminam a praga, visto que ela pode estar protegida no casulo abaixo da superfície do solo ou dentro da galeria na haste da planta. Mesmo assim, encontram-se na literatura relatos de que a pulverização de inseticidas com boa ação de profundidade, de preferência no período noturno (horas frescas), utilizando alto volume de calda (400 a 600 L/ha) tem eficácia de até 60%. (Vivan, LM e Degrande, PE, Fundação MS).


Período Crítico para o Ataque

O período crítico vai da emergência até o estágio de V6/V7 da soja (30/35 dias após a emergência). Depois desse estágio, as plantas se tornam mais lignificadas e toleram melhor o ataque. É comum que ocorram infestações nos estágios mais iniciais, porém, sob condições favoráveis, o ataque poderá ocorrer um pouco mais tarde, próximo aos 25/30 dias após a emergência.

Figura 1. Ciclo da soja e período crítico de ataque

Fase larval (lagarta)

Sintomas e Monitoramento


A lagarta atinge um tamanho médio entre 15 a 16 mm. Apresenta uma coloração com aspecto rosáceo ou em alguns casos verde-azulado, com listras transversais marrons sobre o dorso e cabeça marrom pequena (Figura 2). São lagartas ágeis, e quando tocadas, movimentam-se incessantemente, contorcendo-se por alguns segundos, sendo uma característica ligada à defesa contra inimigos naturais.


Figura 2. Fase larval (lagarta) da E. lignosellus. (Foto: Phytus Group)

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Externamente à abertura de entrada na haste, a lagarta constrói um tubo de seda com partículas de solo (grãos de areia) que lhe serve de proteção. É no interior desse invólucro que a lagarta se transforma em pupa e é onde será originado o adulto. A pupa é inicialmente amarelada, passando pela cor marrom e depois preta, quando está próxima de virar adulto.

Os adultos são mariposas pequenas e alongadas, de coloração acinzentada (fêmea) e amarelada (macho). As asas ficam dobradas junto ao corpo quando estão em repouso. Devido ao tamanho reduzido e cores neutras, podem não ser percebidas durante o monitoramento.