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Leiteiro

Características e identificação

O nome comum, Leiteiro, está relacionado a uma substância leitosa que é produzida em todas as partes da planta. É uma planta herbácea, com normalmente 30 a 80 cm de altura, que possui caule glabro (que não apresentam pelos) ou pubescente (que apresentam pelos finos e macios), simples ou ramificados, com nós em intervalos regulares. Possui folhas alternas, opostas ou verticiladas (que brotam junto ao nó do caule), as folhas ficam concentradas abaixo da inflorescência, que fica na parte terminal do planta. A planta tem coloração verde que pode variar para avermelhada (figuras 1 e 2).

Figura 1 - Plantas adultas de leiteiro, E. heterophylla.Fonte: Elevagro
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Figura 2- Folhas cotiledonares (E. heterophylla).
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Danos

Os danos associados a plantas daninhas estão relacionados à competição por nutrientes, espaço, água e luz, com a cultura de interesse. A magnitude destes danos dependem do período de convivência e do grau de infestação. O Leiteiro é caracterizado por ser uma planta de elevada capacidade competitiva por recursos, o que influencia negativamente na produtividade das culturas.

Carvalho et al. (2010) na avaliação da interferência de E. heterophylla no crescimento e acúmulo de macronutrientes na cultura da soja, concluíram que estes parâmetros foram reduzidos devido à presença do Leiteiro. Na cana-de-açúcar, por exemplo, a sua presença pode diminuir o crescimento, altura, diâmetro do colmo, número de folhas, área foliar, massa seca, entre outros. Mesmo com uma quantidade grande de palha produzida pela cana-de-açúcar, a planta daninha consegue se desenvolver.

Além dos danos ocasionados na cultura de interesse pela competitividade, o Leiteiro é hospedeiro de alguns patógenos, como Pratylenchus zeae e Pratylenchus brachyurus. Assim, a ocorrência dessa planta daninha pode aumentar a população destes patógenos na área de cultivo.


Desenvolvimento e condições do ambiente

O Leiteiro é uma planta comum em áreas agrícolas de todo continente americano. É uma planta anual, com ciclo curto, de rápido crescimento inicial que podem fazer com que as plantas tenham várias gerações durante um ano. Este crescimento rápido também pode causar sombreamento em culturas de crescimento mais lento em relação ao Leiteiro, como é o caso da soja.

As sementes produzidas têm baixa dormência e são lançadas longe da planta-mãe, com emergência escalonada, além de permanecerem viáveis por anos, mesmo enterradas (VARGAS et al. 1999). As sementes podem permanecer viáveis por muitos anos na área, e serem capazes de germinar em profundidades do solo de até 12 centímetros. A germinação e desenvolvimento das plantas são favorecidas em temperaturas mais elevadas.


Desafios ao manejo

O Leiteiro é uma planta daninha que apresenta biótipos resistentes ao herbicida glyphosate. Este herbicida é amplamente usado no controle de plantas daninhas em geral. Desta forma, é de suma importância que se realize a rotação com diferentes mecanismos de ação para evitar a seleção de plantas resistentes. Além disto, é indispensável a utilização da dose recomendada do produto para o controle de plantas daninhas, que diminuem as chances da seleção de biótipos resistentes. No controle químico podem ser utilizados produtos em pré-emergência e pós-emergência, e o uso integrado desses herbicidas é extremamente importante no manejo de áreas infestadas. É de suma importância que o controle químico seja realizado em plantas em menor estágio de desenvolvimento, com até 10 centímetros de altura, pois os produtos têm maior ação neste momento.


Referências

ALMEIDA, F. F.A. Competição entre cana-de-açúcar e plantas daninhas na fase inicial de crescimento vegetativo. Dissertação. (Mestrado em Agronomia - Produção Vegetal) Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas. p.63, 2012.

VARGAS, L; BORÉM, A; SILVA, A da. Técnica de cruzamentos controlados em Euphorbia heterophylla L. Bragantia, v. 58, n. 1, p. 23-27, 1999.

WILLARD, T. S.; GRIFFIN, J. L. Soybean (Glycine max) yield and quality responses associated with wild poinsettia (Euphorbia heterophylla) control programs. Weed Technology, v. 7, n. 1, p. 118-122, 1993.